sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Metallica: leia o review da Metal Hammer para o novo disco Resenha - Hardwired... To Self-Destruct - Metallica





Mais importante revista especializada em heavy metal no planeta, a inglesa Metal Hammer traz o review sobre o novo disco do Metallica em sua nova edição. O jornalista Dom Lawson analisou "Hardwired … To Self-Destruct", elogiando seus pontos fortes e apontando os problemas do trabalho. No final, deu uma nota 3,5 de 5.

Abaixo está a crítica de Lawson sobre o disco.

Para muitos fãs do Metallica, a espera pelo sucessor do relativamente bem sucedido "Death Magnetic" (2008) tem sido uma mistura entre antecipação febril e nervosismo premonitório. Ao arrastar a gestação de seu novo disco por quase uma década, o Metallica insinuou uma relutância em se comprometer com qualquer caminho musical. A divulgação da tórrida e longa “Lords of Summer” em 2014 não fez muito para cultivar o otimismo. Mas 2016 já está sendo um grande ano para a maior banda de metal de todos os tempos, não apenas pela reação causada pela divulgação dos primeiros singles de seu novo disco, saudados pela maioria dos ouvintes como tão bons quanto qualquer coisa que o Metallica lançou desde o "Black Album". Abençoadamente, as boas novas não acabam por aí, porque, mesmo longe de ser perfeito e ter pelo menos uma meia hora a mais do que deveria, "Hardwired … To Self-Destruct" é facilmente o álbum mais forte do Metallicanos últimos 25 anos.

O disco abre com a faixa-título, uma explosão primorosa de thrash vicioso com um refrão irresistível, além de espírito e veneno suficientes para calar a boca de qualquer pessoa que pensava que o Metallica estava velho demais para gravar algo com uma pegada tão agressiva. Em contraste com grande parte da horrível produção de "Death Magnetic", "Hardwired … To Self-Destruct" é preciso e brutal. Talvez Lars tenha praticado mais, ou talvez algum truque de computador esteja envolvido, mas o fato é que o Metallicaestá mais perto da máquina devastadora de "Master of Puppets" (1986) do que jamais esteve em décadas. O mesmo se aplica a “Moth Into Flame”, outra majestosa demonstração de heavy metal autêntico e pesado, e que exibe fortes vínculos com os triunfos alcançados pela banda nos anos 1980, mas sem nunca soar como uma tentativa desanimada e frustrante de voltar às origens.

De fato, quase todo o primeiro CD está no mesmo padrão, mais notavelmente em “Atlas, Rise!”, com suas irresistíveis harmonias de guitarrana linha Iron Maiden e que retomam a adoração de Lars e James pela NWOBHM. “Morra como se você sofresse em vão”, vocifera Hetfield. “Possuir toda a tristeza e dor / Morra enquanto você segura os céus / Atlas, levante!”. Não importa a música, é incrivelmente emocionante ouvir Papa Het cantando letras como essa, ao invés do desajeitado foco na auto-ajuda que ele explorou nos últimos tempos. Da mesma forma, a influência do Black Sabbath em “Dream No More” é gloriosamente grotesca, assim como a primeira aparição de Cthulhu em um disco do Metallica desde 1984, “inalando céus negros”, como Hetfield deixa claro de maneira vívida.

O lado não tão bom de "Hardwired … To Self-Destruct" está em seu segundo disco. Deixando a furiosa “Spit Out the Bone” de lado, as canções sofrem com o mesmo problema que tem atormentado o Metallica desde "Load": a total incapacidade que a banda possui de se auto-editar. Alguns riffs soberbos à parte, canções como “Confusion”, “Am I Savage?” e “ManUNkind" são muito longas e carentes de dinâmica. “Here Comes Revenge” é o melhor exemplo desse desigualdade, e o tributo a Lemmy em “Murder One” poderia ser melhor, mas é apenas esquecível.

O aspecto negativo não importa, no entanto. A melhor notícia é que "Hardwired … To Self-Destruc"t é, em sua maior parte, um forte disco de metal com algumas canções fantásticas e incontáveis momentos que farão você pensar “Yes, isso é Metallica!”. Mais gratificante do que querer ouvir essas canções ao vivo, é perceber que a excruciante espera de oito anos valeu a pena!

Por Dom Lawson, da Metal Hammer
Tradução de Ricardo Seelig.


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