segunda-feira, 1 de abril de 2024

Review: Pink Floyd – The Dark Side of the Moon (1973)










The Dark Side of the Moon, oitavo álbum do Pink Floyd, foi lançado em 1 de março de 1973. Em termos musicais, o disco foi desenvolvido durante os shows do quarteto, que experimentou e aprimorou as faixas em cima do palco. Já liricamente, foi concebido como um álbum conceitual que explora as pressões enfrentadas pela banda e também aborda os problemas de saúde mental que levaram o vocalista e guitarrista Syd Barrett a deixar o grupo.



As gravações aconteceram no Abbey Road Studios, na época conhecido como EMI Studios, em Londres, em duas sessões realizadas em 1972 e 1973. Há uma série de inovações e experimentações técnicas no álbum, com o então engenheiro de som Alan Parsons, que mais tarde lançaria a sua própria carreira como músico, tendo um papel central na sonoridade do disco.



The Dark Side of the Moon explora temas como conflito, ganância, passagem do tempo, morte e saúde mental. A ideia veio de Roger Waters, que concebeu um álbum que tratava de coisas que “enlouquecem as pessoas”. David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason aprovaram o conceito proposto por Waters e mergulharam juntos no processo de composição das músicas. O álbum então recebeu o título provisório de Dark Side of the Moon, uma alusão à loucura e não à astronomia. Após descobrir que esse título já havia sido usado por outra banda inglesa chamada Medicine Head em um disco lançado em 1972, ele foi temporariamente alterado para Eclipse. No entanto, o fracasso comercial do disco do Medicine Head fez a banda retomar a ideia original.

The Dark Side of the Moon foi construído a partir de experimentos que o Pink Floyd havia tentado em seus shows e gravações anteriores, porém sem as longas passagens instrumentais que marcavam a banda na época. As músicas foram concebidas com uma abordagem mais direta, e tanto David Gilmour quanto Roger Waters citam Meddle (1971), sexto álbum do grupo, como o ponto de virada para a sonoridade que seria explorada em Dark Side. Cada lado do vinil funciona como uma peça musical contínua e completa, com o lado A iniciando em “Speak to Me” e indo até “The Great Gig in the Sky”, enquanto o lado B começa com “Money” e vai até “Eclipse”. As cinco faixas de cada lado refletem vários estágios da vida, começando e terminando com uma batida de coração e explorando a natureza da experiência humana.



A clássica capa foi desenvolvida pelo estúdio Hipgnosis e pelo designer inglês Geordie Hardie. A Hipgnosis já havia trabalhado em capas anteriores do Pink Floyd, artes essas que não agradaram a EMI, como as de Atom Heart Mother (1970) e Obscured by Clouds (1972). A gravadora eria designs mais convencionais, incluindo o nome da banda e o título do álbum. O design foi inspirado na fotografia de um prisma com um feixe de luz branca projetado através dele e emergindo nas cores do espectro visível que Storm Thorgerson, diretor criativo da Hipgnosis, havia encontrado em um livro de física de 1963, bem como em uma ilustração de Alex Steinweiss, o pioneiro designer que desenvolveu na década de 1940 a ideia inovadora de cada álbum possuir uma capa única em uma época onde os lançamentos da gravadoras vinham embalados em artes padronizadas. Foram apresentadas sete opções para a banda, e a imagem do prisma foi aprovada por unanimidade.



The Dark Side of the Moon é considerado não apenas um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos, mas também é um dos discos mais vendidos da história. Estima-se que, em uma semana considerada fraca, são vendidas entre 8 e 9 mil cópias do álbum no mercado norte-americano, e que um em cada quatorze moradores dos EUA com menos de 50 anos possuam uma cópia de Dark Side em suas casas. No total, foram mais de 15 milhões de cópias vendidas somente nos Estados Unidos, e aproximadamente 45 milhões de unidades em todo o mundo, o que faz de Dark Side o quarto álbum mais vendido de todos os tempos atrás apenas de Thriller (1982) de Michael Jackson, Back in Black (1980) do AC/DC e a trilha de The Bodyguard (1992), de Whitney Houston. O disco vendeu tanto que, sozinho, provocou um revitalização na venda de LPs durante a segunda metade da década de 1970 e, diz a lenda, levou a EMI a dedicar uma fábrica de vinis para produzir exclusivamente novas edições do álbum 24 horas por dia.

Frequentemente apontado como um dos melhores álbuns de todos os tempos, The Dark Side of the Moon traz entre suas dez faixas canções espetaculares como “Time”, “Money” e “Us and Them”, além da sensacional “The Great Gig in the Sky”, em que a cantora Clare Torry faz um solo vocal improvisado que está entre os momentos mais emocionantes da história da música.

O oitavo álbum do Pink Floyd não apenas mudou a trajetória da banda, a vida dos músicos e conquistou milhões de fãs em todo o planeta. O disco impactou profundamente o rock e a indústria musical, e é um dos maiores documentos culturais e históricos que o ser humano já produziu. Passados mais de cinquenta anos de seu lançamento, continua com o poder intacto de conquistar novos ouvintes e revela novos detalhes a cada audição. Um trabalho atemporal e um dos poucos álbuns em que o termo genial, usado de maneira tão frequente nos tempos atuais, se aplica com precisão e justiça.

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