O mês de fevereiro marcou duas grandes bandas de Symphonic Metal: Xandria e o Delain. As duas bandas retornaram de um grande hiato (o do Xandria, foi maior), com trocas de formações e grande expectativas em relação às novas vocalistas. Se no Xandria, que a troca de vocalista já é mais habitual, as expectativas estavam altas (a banda lançou o disco “The Wonders Still Awaiting”, no Delain elas se multiplicaram.
O Delain já tinha trocado de integrantes, mas tinha estabelecido a espinha dorsal da banda com o baixista, Otto Schimmelpenninck, e com o guitarrista, Timo Somers (além da vocalista, Charlotte Wessels e do tecladista e líder, Martijn Westerholt), desde o terceiro álbum de estúdio, “We Are The Others”, lançado em 2012. Em fevereiro de 2021, só restou o líder Martijn Westerholt, e a ideia do Delain voltar a ser um projeto colaborativo, como era a intenção inicial do projeto.
A boa notícia, é que a ideia do projeto colaborativo não se concretizou. A outra boa notícia, é que o Delain voltou mais forte ainda!
Entre os dois anos de hiato, Westerholt, compartilhou algumas atualizações sobre as atividades da banda, e também anunciou o retorno do baterista, Sander Zoer (que deixou a banda em 2014) e do guitarrista, Ronald Landa (que deixou a banda em 2009), além do novo baixista Ludovico Cioffi. A vocalista, Diana Leah, foi a última a ser anunciada. Assim como o Xandria, a escolha da vocalista propôs – também – um caminho “mais pop”. E isso ficou claro na escolha do Delain, porque os antigos trabalhos da Diana Leah, era voltado para a música eletrônica.
Mas, assim como o Xandria, o estilo mais pop é só uma das faces que a banda conseguiu atingir com a nova vocalista. Com o trabalho instrumental extremamente competente, o disco “Dark Waters”, conseguiu ser mais consistente que o seu antecessor, “Apocalypse & Chill”, e Leah se mostrou ser uma escolha correta (assim como, Ambre Vourvahis, provou ser a escolha correta para o Xandria).
A faixa que abre o álbum, “Hideaway Paradise”, mostra como Diana Leah se encaixou na banda, imprimindo um vocal que não se distanciou da Charlotte Wessels, mas que nem passou perto de ser uma cópia. Os seus dotes para refrãos de EDM, também são destaques nas faixas: “Moth The Flame” e “Underland”.
Convenhamos que o Delain nunca foi uma banda que tentasse copiar o Nightwish, como tantas bandas do estilo foram acusadas. Então o canto lírico clássico, nunca foi a base da banda. E o espírito do Symphonic Metal moderno (rótulo facilmente cabível, desde “We Are The Others”), foi mantido com bastante qualidade. O single, “The Quest and The Curse”, e as faixas: “Beneath”, que conta com a participação de Paolo Ribaldini e “Mirror of Night”, estão no mesmo nível dos melhores momentos de “We Are The Others”, “Human Contradiction” e “Moonbathers”. Ainda teve o retorno da parceria com Marco Hietala, na faixa “Invictus”, que também conta com a participação de Paolo Ribaldini
No seu sétimo disco de estúdio, o Delain conseguiu passar no teste da troca de vocalista, e continuou na direção que os consagrou, sem perder a autenticidade.
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