sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Euronymous: morte violenta marcou a história do Mayhem e do black metal





O guitarrista foi morto a facadas pelo colega de banda, Varg Vikernes


Há exatos 30 anos, em 10 de agosto de 1993, acontecia um assassinato que marcou para sempre a história do black metal. Você conhece a história da morte de Euronymous?

Euronymous era o nome artístico do guitarrista Øystein Aarseth, membro fundador da banda de black metal norueguesa Mayhem. Ele foi morto em seu apartamento pelo colega de banda, Varg Vikernes, com 23 facadas.

O Mayhem foi uma das bandas mais importantes da cena norueguesa de black metal e Euronymous era conhecido por suas opiniões polêmicas, sempre reclamando de outras bandas “falsas” que não viviam ativamente os temas sobre os quais cantavam: satanismo, ódio ao cristianismo, violência e morte.

O guitarrista se declarava um “satanista teísta”, ou seja, alguém que acreditava na existência de Satã. Ele dizia acreditar que “dor e miséria” eram coisas que deveriam ser espalhadas e era misantrópico, ou seja, odiava a raça humana. Seu comportamento acabava causando atrito com os outros integrantes do Mayhem, inclusive com o vocalista Per “Dead” Olin, que cometeu suicídio em 1991.

Depois da morte de Dead, Euronymous criou seu próprio selo musical, a Deathlike Sentence Productions, e um dos artistas assinados era Varg Vikernes, que eventualmente se tornou também baixista do Mayhem.

De acordo com reportagem do Coffeehouse Crime, Euronymous e Varg não se davam bem porque ambos queriam os holofotes e atenção do público, e ficavam disputando para ver quem conseguia chocar e sensacionalizar mais. Em junho de 1992, Varg elevou a competição a outro nível ao queimar uma igreja e usar uma foto dos destroços na capa de seu EP, Aske (1993). Isso levou a uma onda de queima de igrejas ao redor da Noruega associadas ao black metal e suas ideologias satânicas.
A noite da morte de Euronymous

Em meados de agosto de 1993, os álbuns solo de Varg Vikernes estavam vendendo relativamente bem, e Euronymous, dono do selo ao qual Varg pertencia, supostamente não estava pagando as royalties do artista. Para além disso, Varg teria ouvido de um amigo em comum que Euronymous estaria planejando sequestrá-lo, levá-lo até a floresta e torturá-lo até a morte para fazer o primeiro filme “snuff” do black metal.

Então, na noite de 10 de agosto de 1993, Varg foi até o apartamento de Euronymous a pedido do guitarrista, supostamente para entregar alguns contratos sem assinatura que estariam atrasando o pagamento das royalties. No apartamento, os dois colegas já se encontravam tensos e imaginando que o outro estivesse preparado para fazer algo. Um suposto movimento do braço de Varg teria alarmado Euronymous, que correu a buscar uma faca para se defender.

Os dois teriam então brigado e Euronymous teria eventualmente perdido a arma para Varg, sendo esfaqueado 2 vezes na cabeça, 5 no pescoço e 16 nas costas. Varg Vikernes foi condenado a 21 anos de prisão (pena máxima na Noruega) e ao sair demonstrou comportamentos neonazistas e antissemitas, tendo seu canal do YouTube deletado devido ao conteúdo que ele produzia. Hoje ele segue em liberdade depois de ter cumprido sua pena.
Ex-baixista também planejava a morte de Euronymous

Em 2019, o ex-baixista do Mayhem, Jørn Stubberud (também conhecido como Necrobutcher), revelou que ele mesmo planejava matar Euronymous.

Segundo Necrobutcher, o motivo da revolta com o guitarrista foi o fato dele ter tirado fotos do cadáver de Dead para usar em uma capa de álbum do Mayhem. Stubberud se encontrava muito “triste” e “magoado” com o suicídio do vocalista e o comportamento de Euronymous não ajudou.

“Isso não ajudou muito no luto”, contou para a Consequence of Sound. “Senti que precisava ir lá e matar o traidor Øystein ‘Euronymous’. Mas é engraçado, porque ele agiu pelas minhas costas, chamou o Vikernes e o colocou para tocar baixo no álbum [De Mysteriis Dom Sathanas]…e disso deu no que deu, acho que todos sabemos o que lhe aconteceu”.

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