domingo, 29 de outubro de 2023

Pink Floyd (Parte I)









Discos em sua maioria caprichados, letras bem pensadas, arranjos milimetricamente encaixados, sensibilidade em meio a toda a técnica progressiva… este é o Pink Floyd. Dentre tantas bandas, parece até meio injusto colocá-los nesta seção e ter o trabalho de pinçar as piores músicas (ou as boas mas que não se destacaram tanto) de um quarteto que tanto caprichava neste quesito. Mas encararei o desafio e tentarei justificar as minhas escolhas da melhor forma possível dentro do meu limitado conhecimento artístico.

The Piper at the Gates of Dawn [1967] – Flaming



Tenho um carinho especial por este disco por demonstrar um Pink Floyd mais divertido e menos sério e “sisudo” da era Waters. Era outra banda com Syd compondo quase tudo que temos aqui. Adoro as improvisações de “Interstellar Overdrive” ou aquela sonoridade meio folk de “The Gnome”. Mas dentre as coisas de Barrett, só mesmo “Flaming” não me agrada muito por considerá-la meio bobinha até para as coisas de Syd. Porém, o restante do álbum só me faz lamentar mesmo termos perdido um gênio musical que nos deixou uma obra pequena, mas importantíssima para a música e para o rock.

A Saucerful of Secrets [1968] – Jugband Blues



Que me perdoem novamente os fãs de Syd, mas “Jugband Blues” não me vai. O pessoal da orquestra de metais sem saber o que fazer, tocaram qualquer coisa que soasse “psicodélica” e saiu essa coisa meio esquisita já vinda de um Syd atormentado mentalmente. Não nego a representatividade da letra, uma espécie de despedida dele com a banda, como se previsse que logo sairia, mas acabou que me sinto mais chateado de uma canção como esta entrar no disco mesmo que fosse mais por consideração ao Barrett do que constatar o quanto ele estava mal e o ajudassem de outra forma.

More [1969] – Party Sequence



Nunca fui muito chegado na trilha sonora do filme que a banda toda gravou. Não assisti ao filme para ver se encaixa na cena. Então fica aí esta passagem simplória de bongôs e flauta.

Ummagumma [1969] – The Grand Vizier’s Garden Party



Na parte “de estúdio” da banda, esta de Nick Mason é a piorzinha a meu ver das três. Tendo Waters, Gilmour e Wright para “competir” entre qual criou a melhor canção, dá de ver que ele era o menos criativo dos três. Não chego a achar que a música toda é fraca, gosto das partes com o mellotron. Entretanto, não dá de competir com “Sysyphus” (a melhor de todas) ou com “Grantchester Meadows” em termos de qualidade.

Atom Heart Mother [1970] – Fat Old Sun



Não sou lá grande fã do disco da vaca, mas tem coisas boas nele. Porém, acho “Fat Old Sun” uma faixa bem esquecível em todos os aspectos. Waters e Mason nem tocaram na música, que foi gravada apenas por Gilmour fazendo quase tudo e por Wright no Hammond. Tudo aqui é muito levinho e açucarado, até o vocal de David.

Meddle [1971] – Seamus



Adoro Meddle, é o meu favorito do Floyd. Nela tem a minha canção favorita da banda, “One of These Days” que já ouvi incontáveis vezes. Mas vamos ser honestos: mesmo que você ache engraçadinho o blues do cachorro, não dá para colocar outra nesta seção que não seja “Seamus”. No vídeo acima, temos a versão sem letra e com Wright “tocando” o cachorro.

Obscured by Clouds [1972] – Absolutely Curtains



Aqui eu tive dúvidas entre esta e “Mudman”. Acabei optando por esta porque ela dá a impressão que o Floyd logo vai explodir em algum instrumental empolgante e essa hora nunca chega. Além disso, esse instrumental psico-espacial da banda não combina em nada com os cânticos tribais ao final.


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