sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

PAPA ROACH FALA SOBRE DERRUBAR BARREIRAS NA MÚSICA E NOVO DISCO




Jacoby Shaddix e Tony Palermo falaram sobre as diferentes sonoridades que compõe o novo trabalho

Entre o final da década de 1990 e início de 2000, o nu metal surgiu como um subgênero do heavy metal que mescla seus elementos clássicos com o hip-hop. Uma das bandas precursoras do movimento foi o Papa Roach.

Formada em 1993, a banda vinda da Califórnia derrubou as barreiras que dividiam os gêneros musicais. “Crescemos ouvindo rock and roll e hip hop então misturar os dois foi algo natural para nós”, disse o vocalista Jacoby Shaddix em uma entrevista exclusiva para o Wikimetal.

Hoje, 18, o grupo lança seu décimo disco de estúdio, Who Do You Trust?, um trabalho que une a sonoridade já conhecida para os fãs com noções do eletrônico e do punk. “Esse é o nosso álbum mais eclético. Queríamos experimentar com novos sons ao mesmo tempo que retornamos com o que já fazíamos, o rap e o rock”, revela o vocalista.

Apesar de não concordar com o termo nu metal, Jacoby e o baterista Tony Palermo, que também esteve no Brasil para conversar com a imprensa, entendem que foram responsáveis pelo sucesso do subgênero. “Hoje em dia é mais difícil categorizar a música, porque um cara que canta pop curte rock, então é natural que ele acabe misturando os dois gêneros no seu trabalho”, diz Shaddix, “Música é música.”

O cantor fala entre risadas que seus filhos escutam Slipknot e Bruno Mars, “Eu sinto que as pessoas estão mais abertas a ouvirem estilos diferentes de músicas, estilos que eles não costumam ouvir”. Ele acredita que as colaborações entre diferentes artistas ajuda a derrubar essas barreiras e confessa ter vontade de colaborar com Eminem e com o grupo eletrônico The Prodigy. No disco Crooked Teeth (2017), o Papa Roach contou com a participação de Skylar Grey na faixa “Periscope” com a intenção de apresentar a cantora para seu público que provavelmente não teria a conhecido de outra forma.

A volta com o rap no último álbum também ajudou a banda a continuar lutando pela homogeneização na música. “Nos discos que antecederam o Crooked Teeth, eu queria provar para mim mesmo que sou um vocalista de rock então deixei o rap de lado, mas eu senti falta. Foi natural trazer o rap para esses dois últimos álbuns.” Shaddix revela ter mais facilidade em contar sua história através do rap, “É algo que me faz bem e agrada os fãs. Não há coisa melhor que isso.”

Shaddix e Palermo concordam que hoje em dia as pessoas estão mais preocupadas com a mensagem que a música carrega do que seu gênero. “É um desperdício ouvir apenas um estilo musical. Há tanta coisa boa por aí”, diz o vocalista. Ele ainda fala que acredita ser crucial ter honestidade na música, “é a melhor política e foi o que nos trouxe até aqui”. Shaddix sempre escreveu sobre suas lutas pessoais, sejam elas relacionadas com drogas, álcool, relacionamentos amorosos ou família.

“Às vezes acontece de uma música nossa perder um pouco do significado, porque tocamos há tanto tempo que esquecemos de quando a escrevemos. Mas quando fazemos um show e vemos milhares de pessoas cantando nossas letras, é como se fosse uma mensagem dos fãs para nós. É incrível!”

Apaixonados por o que fazem, eles revelam que a maior recompensa é ouvir fãs dizendo a eles que sua música os salvou, “É maravilhoso saber que nosso trabalho ajuda as pessoas”. Sobre músicas que trazem esse efeito para eles, Shaddix cita o disco White Light, White Heat, White Trash (1996) do Social Distortion, “Esse álbum conversa com a minha alma. O Living Things (2012) do Linkin Park soa como a história da minha vida. Parece que Chester[Bennington] está cantando sobre a minha vida.”

Já Palermo cita Bob Marley, “Já ouvi todos os discos dele mil vezes e toda vez sinto arrepio. As mensagens que suas músicas carregam são profundas e o efeito que tem nas pessoas é incrível. Mas eu não posso dizer que salvou a minha vida, porque a música não salvou minha vida, ela me deu vida”.

Ainda sobre suas letras honestas, Jacoby diz que o mais atrativo em fazer música é caminhar entre a escuridão e a luz, entre o sofrimento e a felicidade. “É muito bom fazer músicas como ‘Problems’, ‘Suffer Well’ e ‘Not The Only One’ que são muito diferentes uma da outra mas tem um fio que as conecta, que é esse caminho.”

Who Do You Trust? foi lançado nessa sexta-feira e você pode ouví-lo logo abaixo
https://open.spotify.com/go?uri=spotify%3Aalbum%3A4o6vvGb6VGYz725fP45kAx

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