domingo, 14 de fevereiro de 2021
Marillion – Misplaced Childhood [1985]
Por ALEX MARTINS
Quando comecei a me interessar pelo rock progressivo, fui apresentado a algumas bandas que são consideradas hoje em dia como medalhões do estilo, caso de Pink Floyd, Yes, Emerson Lake and Palmer e Jethro Tull. Porém, o Marillion também apareceu para mim nessa época, e, durante um bom tempo, eu os colocava no mesmo patamar dos grupos citados, e achava que os fãs do estilo também respeitavam o grupo do mesmo jeito que eu, fato que se mostrou irreal. Com o tempo, fui descobrindo novos artistas e conhecendo melhor a história do estilo, e assim entendi melhor a posição do quinteto britânico no organograma do rock progressivo.
O Marillion foi tão importante para mim, que o primeiro disco de rock progressivo que adquiri foi esse que dá o tema para o artigo de hoje. Lançado em 1985, Misplaced Childhood é o terceiro álbum do grupo e constituiu o maior sucesso de sua carreira, tanto em termos musicais quanto comerciais. Liricamente, trata-se de um álbum conceitual idealizado pelo vocalista Fish, com diversas referências autobiográficas. Conta a história de um garoto que leva sua vida, apesar de amores perdidos, morte de um amigo muito próximo, angústia e depressão. Também há uma pequena semelhança com o enredo de The Wall (1979) do Pink Floyd, por trazer um personagem principal personificado como uma estrela, que tem de conviver não apenas com seus problemas pessoais, mas também com todas as outras dificuldades características da fama, como o isolamento forçado, o assédio excessivo, longas viagens… Aliás, a banda conseguiu algo que poucas conseguiriam em 1985, que foi a liberdade recebida pela gravadora para fazer um álbum desse tipo em uma época que pouquíssimos o faziam.
Não sei se toda a banda tinha a mesma intenção de Fish a respeito do conceito por trás do álbum. A ideia do vocalista era a de que o disco tivesse apenas duas músicas, uma de cada lado do vinil. Tenho certeza que o músico só pensou assim pelo fato do vinil contar com essa característica. Caso tivesse lançado Misplaced Childhood em uma época na qual o formato CD já estivesse consolidado no mercado, é muito provável que Fish preferiria criar apenas uma música. Basta lembrar que, nos diversos shows após o lançamento desse álbum, o vocalista costumava anunciar para o público algo como: “agora tocaremos uma música chamada Misplaced Childhood”, e então o Marillion tocava o disco todo na íntegra. Claro que essa foi uma ideia não apoiada pela gravadora.
Além de Fish, a formação que gravou Misplaced Childhood contava com Steve Rothery na guitarra, Pete Trewavas no baixo, Mark Kelly no teclado e Ian Mosley na bateria. O interessante é que, após a saída de Fish e a subsequente entrada de Steve Hogarth em 1989, o line-up não mudou mais nenhuma vez nesses mais de 20 anos, o que é bastante raro e explica a afinidade musical que a banda apresenta hoje em dia. Basta assistir algum de seus DVDs para notar essa característica.
O álbum inicia com teclados produzindo uma atmosfera triste e sombria para “Pseudo Silk Kimono”, que acompanha a voz de contador de histórias utilizada por Fish. Sem pausa, entramos em “Kayleigh”, maior sucesso comercial da banda, single que ficou entre os primeiros das paradas da época e o perfeito exemplo de como o rock progressivo pode ser acessível para todos. Dedilhados inconfundíveis, melodias fáceis de assimilar e uma bela interpretação, que é o forte de Fish. A versão do single é um pouco mais longa do que a que entrou no disco. Na verdade, trata-se de uma adaptação, que era apenas uma passagem de uma longa música, em uma canção com formato ideal para as rádios. Impossível existir alguém com cerca de 30 anos que ainda não ouviu essa canção. O nome “Kayleigh” foi uma adaptação de Fish para “Kay Lee”, uma garota conhecida por ele em sua adolescência.
Lavender”, a exemplo de “Kayleigh”, entra sem deixar espaços e também tornou-se um single de sucesso. Fish brinca com as palavras utilizando seus “dilly, dilly”, e também com a grafia e a sonoridade das letras I, O e U (“I owe you”).
Se a gravadora não permitiu que o disco fosse constituído de apenas uma longa faixa, o Marillion acabou incluindo pequenas suítes em seu track list, como “Bitter Suite”, que é dividida em cinco pequenas passagens. Mais uma vez podemos notar o quanto Fish era um grande intérprete, conseguindo colocar sentimento em cada palavra e transmitir a emoção desejada para que o ouvinte compreenda o enredo. O trecho no qual ele mistura inglês com francês, enquanto narra o encontro de seu personagem com uma prostituta, seguido pela linda melodia de guitarra feita por Rothery, é de arrepiar.
Muito se fala que o Marillion não é mais que uma cópia do Genesis. Nunca dei muita bola para esse tipo de comentário. Até porque não vejo nada de mais em um músico demonstrar as influências e inspirações que recebeu. Entretanto, o Marillion demonstra que não foi influenciado apenas pelo Genesis: pelo menos nas passagens de guitarra, identifico mais elementos utilizados por David Gilmour (Pink Floyd) e Andrew Latimer (Camel) do que por Steve Hacket, guitarrista do Genesis.
O trecho final de “Bitter Suite”, chamado “Windswept Thumb”, conecta-se com a música seguinte, “Heart of Lothian”, que também é dividida em duas partes. Acabou tornando-se um single, assim como “Kayleigh” e “Lavender”, mas de menos sucesso que os citados. Também recebeu um engraçado videoclipe que, não por acaso, inicia-se com a parte final da música anterior, tamanha é a ligação que as faixas têm. No vídeo, Fish está andando pela cidade, pedindo carona para ir até um pub onde o Marillion tocará. O grupo, que já está no local, é dispensado, já que o dono do bar contratou cinco e não quatro pessoas para se apresentar. Após isso, diversos eventos e pequenos acidentes vão ocorrendo em sequência, até o carro da banda encontrar o componente atrasado. “Hearth of Lothian” contém uma de minhas passagens preferidas de Misplaced Childhood, na qual Rothery não para de solar enquanto Fish canta.
Na sequência temos “Waterhole (Expresso Bongo)”, com um andamento de baixo e bateria muito interessante e diferente do resto do álbum. Novamente, seu final conecta-se com a faixa seguite, a curta “Lords of the Backstage”. Mesmo com pouco tempo, o Marillion consegue passar diversas camadas musicais, demonstrando a qualidade e a criatividade do grupo. Após isso, temos mais uma suíte de cinco trechos, “Blind Curve”. Com uma introdução que lembra um pouco “Confortably Numb”, do … bem … você sabe quem. Pelo menos posso dizer que o clima melancólico e depressivo é o mesmo. Outra vez, diversas passagens de guitarra, com a sonoridade característica de Rothery remetendo a Gilmour e Latimer.
Depois da melancolia de “Blind Curve” surge “Childhood End?”, que começa a alegrar novamente o ambiente. Afinal, o personagem encontra novamente a garota que não via há muitos anos, percebendo que a infância não acaba depois de adulto, e que os sentimentos da adolescência também podem ser vividos quando mantemos nossa mente jovem. Desse modo, e com a faixa de encerramento, “White Feather”, o álbum acaba em um surpreendente clima de felicidade.
Trata-se de um daqueles álbuns do tipo que não consigo escutar apenas algumas faixas. E quando coloco-o para ouvir, gosto de entrar no clima do disco, prestar atenção em todos os detalhes, mesmo os mais sutis, que só quem já o ouviu milhares de vezes percebe. Exceto pelas que se tornaram singles de sucesso, nenhuma das músicas se destaca sozinha, é o conjunto de todas as faixas que torna o álbum forte. Certamente, Misplaced Childhood está entre os que mais ouvi na vida. Até minha esposa, Cristiane, já deve conhecer esse disco do começo ao fim.
Os quatro discos da era Fish lançados pelo Marillion são extremamente recomendados para quem gosta de rock progressivo com pitadas mais pop. Além desse, os outros são: Script for a Jester’s Tear (1983), Fugazi (1984) e Clutching at Straws (1987). Claro que os fãs também poderão citar Brave e Marbles, lançados, respectivamente, em 1994 e 2004, já com Steve Hogarth nos vocais. Também são grandes álbuns, mas ainda indico os quatro primeiros, que são ótimos discos para que os fãs de um hard rock mais melódico adentrem nas maravilhas do mundo progressivo.
Track List:
1. Pseudo Silk Kimono
2. Kayleigh
3. Lavender
4. Bitter Suite: Brief Encounter / Lost Weekend / Blue Angel / Misplaced Rendezvous / Windswept Thumb
5. Heart of Lothian: Wide Boy / Curtain Call
6. Waterhole (Expresso Bongo)
7. Lords of the Backstage
8. Blind Curve: Vocal Under a Bloodlight / Passing Strangers / Mylo / Perimeter Walk / Threshold
9. Childhood’s End?
10. White Feather
sábado, 13 de fevereiro de 2021
ENTREVISTA AEVUM
A historia do AEVUM tem sido escrita em cima de muito trabalho e esforço ao longo dos anos os italianos tem 3 álbuns de estudio gravados e seu nome marcado no metal symphonico Europeu e ao redor do mundo,batemos um papo com a banda muito bem humorados ,falaram sobre carreira e o futuro do . AevuM
Por Alex Martins
1) como foi o início do aevum?
Bem, foi difícil ... na verdade começamos a pensar no projeto em 2007. Éramos muito jovens na época e nenhum de nós tinha em mente um objetivo claro, queríamos apenas tocar uma espécie de metal gótico música e era tudo,Então .. levou muitos anos para limpar nossas mentes, então para encontrar uma linha estável e, finalmente, definir nossos objetivos. Poderíamos dizer que demoramos quatro anos antes de realmente iniciar o projeto.
2) A banda possui um som único e inovador? Comoa banda compoe?
Sim e é muito importante para nós. Com certeza como todo mundo, principalmente no começo trouxemos muitas influências dentro de nossas músicas, mas depois construímos nosso som e longos os anos que evoluímos com ele ... mas ainda hoje continuamos buscando algo especial, é muito importante para nós para ser capaz de fornecer algo diferente e novo. Sobre a composição da música é muito importante que alguém traga uma pista, uma ideia e então desenvolvamos essa ideia juntos.
3) sobre a letra do aevum? Como a banda escreve quais são as inspirações para as letras?
Bem, não é tão fácil obter inspiração sobre as letras ... em nossos últimos álbuns, definimos antes o tema do álbum e depois escolhemos diferentes tópicos relacionados a eles. Gostamos de retratar diferentes histórias, sentimentos, figuras dentro de nossas canções. As letras são muito importantes para completarmos e darem sentido a toda a arquitetura de cada álbum.
4) A banda possui 3 álbuns de estúdio (impresson) (dischronia) e multiverse) e pratica metal sinfônico? gravando esses álbuns e distribuindo-os pelo mundo?
Você tem razão, somos uma banda italiana e já publicamos três álbuns. Hoje, por meio de mídias sociais e serviços de streaming como o Spotify, é muito mais fácil ser ouvido em todo o mundo. Então, hoje pertencemos à lista do DarkTunes Label, e ainda é a melhor maneira de poder ser distribuído em todo o mundo. Darktunes faz um trabalho muito bom, especialmente nas redes sociais, onde hoje você pode encontrar seus ouvintes em potencial.
5)Quais são as vantagens de ter dois vocalistas na banda?
Dois é melhor do que um, certo? rsrsrsrs.. estamos brincando. Você deve considerar que, quando você tem vozes diferentes, é mais fácil dar cores diferentes à sua música, especialmente quando você pode mudar de uma voz feminina para uma masculina. Mais cores, mais interpretações e, portanto, mais maneiras de criar sua tela e expressar através dela seus sentimentos.
Depois, há também o aspecto ao vivo, também é mais fácil e menos estressante quatro nossos cantores dividirem o palco e não apenas ter a tarefa de fazer o trabalho sozinho.
6) qual o significado do nome aevum?
Esta é uma das nossas principais perguntas que recebemos ao longo dos anos ... mas não é tão fácil de responder.
Aevum é uma palavra que veio do latim, significa uma espécie de dimensão sem espaço e tempo. Algo muito difícil de definir .. como nós :-)
7) Como é a cena do metal na Europa?
É difícil dizer ... especialmente agora com esta situação de pandemia. Nem todos os países europeus têm a mesma cena de metal, existem bandas boas e maravilhosas em todos os lugares, mas existem alguns países onde é mais fácil ser ouvido e tocar, principalmente no Norte da Europa. A Itália por razões culturais, etc., não é o melhor país para se tocar metal.
8) A pandemia trouxe muitos obstáculos para nossas vidas enquanto a banda está trabalhando nisso?
Quem sabe ... no futuro veremos todo o impacto que essa situação pandêmica teve na cena do metal. Com certeza muitas coisas já mudaram muito..todas as bandas foram obrigadas a parar para fazer turnê, para tocar ao vivo, e a maioria teve que lidar com algo que hoje é muito popular..mídia social.
Com certeza a cena ao vivo doeu muito, muitos locais, muitas cenas ao vivo não vão conseguir se recuperar depois disso, por causa do dinheiro, por muitos outros motivos .. e essa é uma grande mudança ..
Mas temos que ser positivos, e também tem aspectos bons como já falamos antes muitas bandas começaram a reagir e a pensar a música de uma forma diferente seguindo as novas necessidades das pessoas.
9) Você conhece alguma banda do Brasil?
Sim, claro, sua cena de metal realmente arrasa. Nós crescemos com o Sepultura, e então vocês sabem como italianos, como esquecer que o nosso Fábio Lione é o vocalista do Angra!
10) quais são os planos da banda para o futuro? Existe a possibilidade de fazer turnê aqui na américa do sul?
estamos trabalhando em novos materiais, novas músicas e um novo álbum. Sobre a cena ao vivo, tememos que isso vá acontecer um pouco antes de voltarmos para tocar ao vivo ... Turnê na América do Sul? seria incrível .. é difícil, mas nunca pare de sonhar
Resultados de tradução
Estamos realmente honrados em falar com você, e obrigado pelo seu apoio e interesse. A todos os brasileiros, vcs arrasam, continuem nos apoiando no Spotify, Instagram e Youtube .. vocês podem encontrar facilmente nossas músicas e esperamos um dia nos conhecer em seu maravilhoso e incrível país!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2021
DOCUMENTÁRIO ANDRE MATOS- O MAESTRO DO ROCK SERÁ LANÇADO EM SETEMBRO DE 2021
Filme sobre a vida do maior vocalista brasileiro de todos os tempos terá cenas inéditas cedidas pela família e entrevistas com personalidades do rock mundial.
São Paulo, 8 de Junho de 2020 – A história de vida do pianista e maestro Andre Matos teve seu último acorde em 8 de junho de 2019. A carreira do vocalista de rock mais internacional da história do Brasil, no entanto, vai continua a emocionar os fãs durante um bom tempo. Em homenagem ao primeiro aniversário de sua despedida, a família disponibilizou na internet o primeiro trailer do documentário “Andre Matos, o Maestro do Rock”.
Repleto de cenas inéditas de arquivo pessoal e entrevistas com amigos, familiares e músicos do rock mundial, o filme promete levar ao público um pouco mais da personalidade que Andre Matos mantinha fora dos palcos.
O projeto teve início em 2018, quando o próprio Andre Matos autorizou o registro de entrevistas onde ele falava sobre a vida e as várias fases de sua carreira. Dirigido por Anderson Bellini e com pauta e produção do jornalista Thiago Rahal Mauro, o documentário surgiu a partir de uma longa entrevista, onde Andre falou durante mais de cinco horas sobre diversos assuntos. Com sua morte repentina em 2019, a família cedeu esse material e centenas de outros arquivos pessoais para que o documentário fosse finalizado.
O documentário será lançado em 14 de setembro de 2021, quando Andre Matos completaria 50 anos de idade. Os formatos de divulgação e distribuição do conteúdo ainda estão em negociação.
Além da entrevista com Andre, haverá cenas externas realizadas por Renato Viliegas e Patrick Nicholas Korb e comentários de Eco Moliterno, como representante da família. “Quando ficamos sabendo dessa homenagem incrível, todos nós da família resolvemos dar o apoio incondicional para que esse seja o documentário oficial sobre a obra e a vida dele”, conta Eco Moliterno, primo de Andre. “Por isso, cedemos todas as fotos e vídeos dele em casa com a gente, materiais raríssimos que ninguém nunca viu. Estou cuidando pessoalmente para que tudo vá ao ar com a verdade e a qualidade que eu sei que o Andre gostaria. Ele foi um tipo de artista que está ficando cada vez raro: gostava de expor seu trabalho, mas não sua vida pessoal. E pelo fato dele ter sido sempre tão reservado, esse projeto, com certeza, reserva muitas surpresas para os fãs dele”, conclui Eco.
O documentário terá ainda depoimentos de músicos renomados mundialmente como Kai Hansen (Helloween), Alex Holzwarth (Rhapsody e baterista do primeiro disco do Angra), Sascha Paeth (produtor e parceiro de Andre Matos no projeto Virgo), Rafael Bittencourt (Angra), Luis Mariutti (Shaman, ex-Angra), Andre Bastos (membro fundador do Angra), Andre “Zaza” Hernandes (guitarrista da carreira solo de Andre e dos primórdios do Angra), Kiko Loureiro (ex-Angra e Megadeth), Felipe Machado (Viper), Yves Passarell (Capital Inicial, ex-Viper), entre outros.
Para ficar mais por dentro das novidades sobre esse documentário,acompanhem a página oficial.
Andre Matos – Maestro do Rock
https://www.facebook.com/andrematosdoc/
Shaman lança vídeo ao vivo de "Brand New Me” gravado em São Paulo; assista aqui
O Shaman divulgou um vídeo ao vivo de “Brand New Me”, gravado na Audio, em São Paulo, no início de 2020. Esta é a primeira música inédita cantada por Alírio Netto e mostra a energia da nova formação.
Com direção de Junior Carelli e Rudge Campos, da Foggy Filmes, o vídeo pode ser assistido logo abaixo. Ao falar sobre a apresentação, Alírio Netto revelou: “Estava muito ansioso e um pouco nervoso neste primeiro show de São Paulo. Era o primeiro show do Shaman comigo e os fãs estavam bem curiosos sobre como ia ser a banda sem o Andre Matos. A intenção é mostrar a energia que a banda estava por recomeçar e também colocar os fãs em perspectiva, pois sem eles nós não somos nada.”
Shaman é formado por Alírio Netto (vocal), Hugo Mariutti (guitarra), Luis Mariutti (baixo), Ricardo Confessori (bateria) e neste vídeo contou com a participação de Fabio Ribeiro (teclados).
domingo, 7 de fevereiro de 2021
ENTREVISTA CADAVERIA
O Hell Metal Rock teve o prazer de bater um papo com a banda cadaveria,da Itália ,com um novo Álbum a caminho e grandes conquistas seja de vida ou com a banda a vocalista cadaveria nos contou um pouco do futuro da banda ..
1) Olá Cadaveria, obrigado pelo tempo disponibilizado para esta entrevista?.
De nada, obrigado por me convidar.
2) A BANDA TEM UMA DISCOGRAFIA EXTENSA AO LONGO DOS ANOS. COMO A BANDA VÊ A EVOLUÇÃO DO SOM DA CADAVERIA?
Nesses 20 anos de atividade, lançamos cinco álbuns completos, além de EP, um DVD duplo retroativo e um punhado de singles. Temos sido bastante produtivos, mas também fizemos alguns intervalos entre os álbuns. Sempre evitamos registrar contratos que exigiam prazos apertados. Nós fazemos música por paixão, então dedicamos um tempo para criar. Cada álbum reflete um período específico de nossa trajetória de vida como músicos e seres humanos. Nunca nos conformamos a nenhuma tendência, por isso cada produção tem a sua individualidade e importância, mantendo sempre o toque inconfundível da CADAVERIA. Silence, lançado em 2014, é o álbum da nossa maturidade como músicos. Os novos singles que estamos lançando nestes meses são a expressão da minha maturidade como mulher e como alma. A doença que passei me deu grandes lições. Agora eu abordo a vida e a música de uma maneira diferente.
3) COMO FOI A PRODUÇÃO DO CLIP CADAVERIA - Matryoshcada?
Matryoshcada fala do tormento do câncer, do fato de não me reconhecer mais no espelho por causa dos tratamentos, da convivência contínua na montanha-russa emocional.
Eu progressivamente esfoliei como uma boneca matryoshca, até chegar ao meu âmago, minha alma nua. A partir daí comecei a viver novamente. Meus olhos nunca param de brilhar com vida. O videoclipe mostra claramente a transformação que experimentei. Pedi à Morbid Vision Italy, a produtora de vídeo, que gravasse essa transformação como se fosse ao vivo. Quis deixar claro o discurso da exterioridade e da interioridade aos olhos de todos. Também para mostrar que você não precisa de longos cabelos negros para jogar Heavy Metal. Certamente minha aparência hoje sai da caixa, quebra estereótipos e por isso está em linha com meu desejo de me destacar e não me conformar. Na verdade, decidi que meus cabelos permanecerão curtos.
4) O quinto álbum de estúdio chamado ‘Silence’. Comente o processo de produção. Por que foi gravado em três estúdios diferentes? Quais são os prós e os contras - se houver - dessa decisão?
Uau, você está pedindo para voltar a 6 anos atrás! Como posso me lembrar. Por favor, vamos continuar focados no presente. risos kkkkkkkkkkkkkkk..
5) O som do Cadaveria evoluiu muito desde o lançamento do primeiro álbum, ‘The Shadows Madame’. Qual a diferença entre o primeiro e o último álbum da banda?
Acho que o fato de nosso som ter evoluído é uma ótima notícia. De que adianta fazer cinco álbuns se o quinto soa como o primeiro? Como eu disse a vocês, cada álbum reflete um período específico de nossa carreira. É como ler cinco livros, cinco histórias diferentes, mas que fazem basicamente parte da mesma coleção.
6) GRANDES VOCALISTAS TÊM SOFRIDO COM CÂNCER NOS ANOS, mas você está 100% saudável? O câncer foi totalmente curado?
Agora estou bem. Então, vamos ver o que acontece.
7) SOBRE SINGLE RETURN QUAL A IMPORTÂNCIA PARA A BANDA?
Return é um cover de Deine Lakaien. Tocamos juntos em um festival na Alemanha em 2015 e desde então imaginamos fazer um cover dessa música. Finalmente em 2020 voltamos ao cenário musical e achamos que era o momento certo para fazer esse cover, visto que se intitulava Return e estávamos voltando à música.
8) VIVEMOS EM UM MUNDO CAÓTICO COM PANDEMIA COMO A BANDA VÊ ESTA SITUAÇÃO NO MUNDO ATUAL?
Como sempre, a verdade fica no meio: há pessoas que morrem com esse vírus, outras que estão infectadas, mas não sabem porque não apresentam sintomas. Como sempre na vida, você também precisa de um pouco de sorte. Estou aproveitando este momento para me dedicar à minha mente, corpo, natureza e música.
9) agora sim muito obrigado, e espero te ver em breve aqui no Brasil, tocar aqui e finalmente conhecê-lo pessoalmente, você é uma pessoa fantástica, e sempre te desejo o melhor, a cada lançamento, fico feliz com cada lançamento, nós te admiramos, e obrigado pela entrevista.
Muito obrigado a você e a todos os fãs brasileiros do CADAVERIA. Não se esqueça de nos seguir no Spotify http://bit.ly/cadaveriaonspotify e no Youtube https://www.youtube.com/cadaveriaofficial para acompanhar os nossos próximos lançamentos. Nosso novo single Divination será lançado em 10 de fevereiro de 2021! tchau
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
RON MAIDEN: BRUCE DICKINSON FALARÁ SOBRE O CLÁSSICO “POWERSLAVE” EM EVENTO DO TWITTER
Bruce Dickinson fará uma retrospectiva do álbum “Powerslave”, na edição de 12 de fevereiro do “Tim’s Twitter Listening Party”.
Bruce oferecerá um resumo música por música do lendário álbum na 666ª edição da série de festas virtuais de Tim Burgess, que foi lançada em março de 2020 no início da pandemia global de coronavírus.
Em uma mensagem em vídeo anunciando a festa de audição, Dickinson prometeu que iria revelar “alguns segredos interessantes” sobre o quinto álbum de estúdio da Donzela. “Vai ser divertido”, acrescentou.
Sobre como o Iron Maiden acabou se envolvendo com a “Tim’s Twitter Listening Party”, Burgess disse à NME: “Começamos essas audições no início do primeiro isolamentoe pensamos em fazer algumas semanas até que tudo voltasse ao normal . Nick Mason organizou nossa festa de audição ‘Saucerful Of Secrets’ para comemorar nosso 500º e alguém tuitou que deveríamos marcar o 666º como uma ocasião especial. Naturalmente, nós convidamos o IRON MAIDEN através do Twitter e eles disseram que adorariam se juntar a nós. “
Você pode acompanhar o “Tim’s Twitter Listening Party” na sexta-feira 12/02 à partir das 18h (horário de Brasília) acessando o Twitter @LISTENING_PARTY.
Resenha: 'Nola', disco de estreia da banda DOWN
Contrariando a cena geral do cenário do rock, os anos 90 se apresentavam gloriosos para o jovem cantor Philip Anselmo. Ainda no fim da década anterior ele assumiria os vocais do Pantera, uma banda de glam metal que, até então, já havia lançado três discos e ainda não se encontrava, mesmo nos propícios anos 80.
A entrada de Phil na banda somada à mudança drástica de sonoridade do material fez a banda explodir em 1990. Nos quatro anos seguintes eles se manteriam no topo com três álbuns de grande sucesso mundial.
Apenas alguns meses após o lançamento do último álbum de sucesso absoluto do Pantera e ainda durante a turnê de divulgação do mesmo, Phil Anselmo ajustou sua agenda com os texanos e reuniu Pepper Keenan, vocalista e guitarrista do Corrosion of Conformity, Kirk Windstein e Todd Strange, vocalista e guitarrista e baixista do Crowbar, respectivamente e Jimmy Bower, guitarrista do Eyehategod. O supergrupo entrou em estúdio em 1994 e gravaram o álbum de estreia do Down.
Jimmy Bower era guitarrista de origem, mas tocou bateria na nova banda. Ele também já havia colaborado com o COC (Corrosion Of Conformity) e com o Crowbar, sempre sendo o responsável pelas baquetas.
Todos os integrantes do Down eram contemporâneos, haviam iniciado a carreira na mesma época e a maioria eram conterrâneos. Pelo menos três dele eram de New Orleans. Só não achei informações confiáveis sobre a cidade natal de Todd Strange. Pepper Keenan também não era de lá, mas, mesmo assim, tinha uma forte ligação com a cidade. A capital do estado da Louisiana sempre foi famosa por sua identidade com a música. Não por acaso, o disco debut do Down chamaria-se NOLA (abreviação de New Orleans – Louisiana).
Como não poderia deixar de ser, o álbum traz influência de todas as bandas de origem dos músicos. Sem contar que basicamente, todas as bandas se encaixavam no mesmo nicho. Anselmo chegou até a produzir sozinho o segundo álbum do Crowbar. Esse foi o único trabalho dele como produtor. No caso do primeiro registro do Down, produziram o material a própria banda e o não muito conhecido Matt Thomas.
Falando de forma mais direta, o álbum é uma verdadeira sequência de petardos. O primeiro deles chama-se “Temptation’s Wings”. Já na introdução da faixa que abre o disco, Keenan e Windstein fazem questão de deixar claro o papel das guitarras no som da banda. A gritaria de Phil Anselmo só é interrompida por um solo calmo e estranho dos guitarristas. Passado o solo, os cinco voltam a fazer o que sabem de melhor. Esse é um dos pontos altos das apresentações ao vivo da banda.
A segunda música é a que fez mais sucesso na carreira da banda, apesar de nem ela ter saído do cenário underground. “Lifer” começa com um riff poderoso de Pepper Keenan e conta com uma atuação menos intensa de Anselmo, exceto quando ele repete o verso “I’m a Lifer” com toda a energia que ele poderia tirar de suas cordas vocais. A título de informação, qualquer esforço mínimo de Philip Anselmo faria muitos de nós, simples mortais, perder a voz por alguns bons dias.
Nas duas primeiras faixas não há nenhum momento especial de destaque da cozinha, mas o conjunto da obra é destruidor. Baixo e bateria são responsáveis por um peso importante. As duas têm letras complexas e foram escritas por Anselmo e Keenan, os dois com maior participação nas composições da banda. Os outros músicos contribuem em uma ou outra faixa. A próxima é de autoria apenas do vocalista.
“Pillars Of Eternity” é de autoria apenas do vocalista. É uma pancadaria só. O batera Jimmy Bower é o primeiro a entrar em cena, seguido pelo restante do instrumental. Phillip Anselmo despeja todo o seu ódio e Windstein presenteia o ouvinte com dois belos solos na parte final da música.
A quarta faixa é “Rehab”. Ela foi composta pelo vocalista e pelos dois guitarristas. A música é claramente mais melódica, mas fala de forma enigmática sobre reabilitação, um tema bem presente na vida de Anselmo naquela época. Por isso o clima na primeira banda de Phil já não era dos melhores. Tenho pra mim que a criação do Down foi uma válvula de escape para o vocalista.
Rehab tem bastante groove e lembra o som do COC. Aqui Anselmo usa sua voz mais natural e limpa. Lembrando que a voz comum dele já é um tanto quanto cavernosa. Ele ainda atinge o gutural, mas em momentos isolados. Como normalmente sua voz já é muito grave, a transição do limpo para o gutural soa bem natural.
“Hail The Leaf” é soturna, misteriosa e repleta de distorções. Essa tem até uma ligeira ligação com a faixa anterior. Rehab trata da reabilitação enquanto Hail é praticamente uma aceitação do vício de modo geral. E como diz o compositor Phil Anselmo, o fumo o faz não sentir você e nada mais de tristeza e dor, nada mais.
“Underneath Everything” é a sexta faixa. O riff de introdução, de cara, me lembra “Walk”, o maior sucesso do Pantera. Não só por isso essa faixa me lembra muito a banda, pelos vocais de Phil, claro, e pelo conjunto de baixo e bateria. Além disso, os vocais sobrepostos do vocalista dão à canção um ar de modernidade. Na parte final da música há um dedilhado de violão. Coisa básica e desnecessária. Serve só de enfeite. A letra fala de uma descrença que leva à depressão.
“Eyes Of The South” tem uma introdução incomum. Após mais de um minuto e meio, o furacão Philip Anselmo acaba com a brincadeira dos quatro instrumentistas da banda com um sonoro “Goddamn!”. Ela também está entre as mais melódicas do álbum, ou melhor, menos pesada. Tem quebradas de ritmo e vocais limpos em alguns momentos. Em algumas apresentações ao vivo da banda, essa é a faixa de abertura. Normalmente Phil utiliza o tempo de sua introdução para conversar com a plateia. Essa e a anterior foram escritas pelo próprio Anselmo e Keenan.
“Jail” quebra todo o clima de pandemônio imposto por todas as músicas apresentadas. É uma verdadeira experimentação composta por quatro integrantes da banda. O único que não recebeu nenhum crédito pela composição é o baterista Jimmy Bower. A letra e a execução completa são densas e misteriosas. É a única faixa que envolveu músicos adicionais em sua gravação (teclado e percussão).
A voz de Phil é tão limpa como nunca e o conjunto é um tanto psicodélico. Isso mostra que psicodelia e Down (a banda) podem se encaixar numa mesma frase. É interessante que algumas passagens de outras músicas e principalmente em Jail, a banda se aproxima da sonoridade de seu vindouro segundo álbum, quando a abordagem do material dos garotos de Lousiana mudou radicalmente.
“Losing All” é uma das melhores! É apresentada por um riff duplo pesado e rápido das guitarras do Down seguido por mais uma boa atuação do vocalista. Já no riff a faixa me cativou. Mas a música é boa por inteiro. A banda se deixa levar por influências grunge e Anselmo guarda para a segunda metade sua voz mais agressiva. Até a letra lembra bastante a temática do movimento grunge, que explodiu nos EUA na mesma época do Pantera. Nesse caso o ponto alto vai para as guitarras. Como fazem uma senhora parceria Kirk Windstein e Pepper Keenan! Lembrando que em suas bandas de origem, os dois tocam guitarra base. No Down, os dois se revesam em base e solo.
A faixa dez chama-se “Stone The Crow”. De início ela mostra até um apelo pop incomum no universo da banda. Ainda no primeiro minuto os vocais de Alselmo lembram muito o ícone grunge Eddie Vedder. Mais um ponto positivo para o trabalho das guitarras na parte final da música. Na minha opinião, essa e a anterior Losing All, ambas compostas por Anselmo e Keenan, são as melhores do álbum.
“Pray For The Locust” é um dedilhado de violão de pouco mais de um minuto simples e bonito, sucedido por “Swan Song”. Como falar das guitarras é pleonasmo, vou falar da cozinha. O baterista Jimmy Bower castiga seu instrumento de trabalho sem dó nem piedade em todas as faixas. E o baixo de Todd Strange trouxe a ignorância e o groove do Crowbar para o Down. A energia dos dois é parte importante no peso do som da banda. O “canto do cisne” é de autoria de Phil Anselmo e fala até repetidamente de Deus sem nenhuma crítica ou ironia explícita.
“Bury Me In Smoke” dá o fim estiloso a NOLA. A música tem vocais rasgados, bom instrumental com groove e peso de sobra e belos solos na parte final. É o quarto single do disco. Os outros três são “Temptation’s Wings”, “Lifer” e “Stone The Crow”. Ainda sobre as melhores do disco, essa é digna de medalha de bronze. É mais uma escrita por Anselmo e Keenan.
Recomendo muito um show da banda realizado no House Of Blues em New Orleans (que eu saiba, não é oficial, mas o áudio e vídeo é muito bom. Achei no youtube). Público pequeno e banda pegando fogo encima do palco. Nessa apresentação, o álbum é tocado quase inteiro e algumas músicas tiveram até abordagens novas e interessantes. “Bury Me In Smoke” também fecha o show com os vocais de Phil Anselmo revezando entre o agudo e o gutural. Vocal limpo, nem pensar! Ponto para o batera Jimmy Bower, que, apesar de manusear as seis cordas no Eyehategod, parece ter nascido para comandar as baquetas. Todo o repertório ganha mais brilho diante da energia da banda, fugindo um pouco da produção seca da gravação do álbum.