sábado, 4 de novembro de 2023

Angra ‘Cycles of Pain’ resenha








Angra lançou nesta sexta-feira, 03, o aguardado décimo álbum de estúdio. Chamado Cycles of Pain, o disco explora o conceito das várias facetas da dor humana em uma viagem épica e cinematográfica que encanta para além da técnica ou arranjos grandiosos, mas pela nota tão humana de emoção costurada nas músicas.

Ao longo das 11 músicas do álbum, o Angra mostra o motivo pelo qual o empresário Paulo Baron acredita que esse é um dos melhores (se não o melhor) momento da banda brasileira, especialmente se pensarmos na fase com o vocalista Fabio Lione, que chega agora ao terceiro disco, sucessor de Secret Garden (2014) e Ømni (2018).

Em Cycles of Pain, a formação presente do Angra entrega um trabalho robusto e tocante dentro do fio condutor lírico e sonoro, com equilíbrio entre o DNA já conhecido da banda e novas possibilidades. Do começo acelerado com a sequência de “Ride Inyo The Storm”, “Dead Man on Display” e as ótimas partes 1 e 2 de “Tide of Changes”, o disco traz a brasilidade e ousadia características do Angra na incrível “Vida Seca”, parceria com Lenine, cuja transição orgânica entre estilos foi talhada à perfeição.

Depois da questionadora “Gods of The World”, o álbum desacelera com beleza e encanto na belíssima “Cycles of Pain”, um dos pontos altos do novo disco do Angra. A nova face da atmosfera intensa e nublada do álbum tem ainda “Faithless Sanctuary” e “Here In The Now”, outro destaque desde a primeira audição, antes de acelerar freneticamente “Generation Warriors”.

Para o fechamento da jornada, a banda optou por um caminho mais teatral ao se inspirar em O Fantasma da Ópera para a dramática “Tears of Blood”, uma narrativa de culpa e dor por parte de um feminicida atormentado pelo fantasma da vítima.

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