terça-feira, 24 de outubro de 2023

Robb Flynn fala sobre inspirações para álbum de Machine Head e vinda ao Brasil




Robb Flynn fala sobre inspirações para álbum de Machine Head e vinda ao Brasil
Em coletiva de imprensa, vocalista da banda comentou sobre o álbum mais recente da banda e mais

Robb Flynn do Machine Head. Crédito: Divulgação


Machine Head, um dos maiores nomes do metal da Bay Area norte-americana vem ao Brasil se apresentar em Curitiba (27/10), Rio de Janeiro (28/10) e São Paulo (29/10). Em divulgação aos shows, o vocalista Robb Flynn cedeu uma coletiva de imprensa a alguns veículos na América Latina para falar sobre os shows e mais.

A banda vem ao continente com a turnê do álbum Of Kingdom and Crown (2022), uma peça conceitual na discografia de dez discos. O Wikimetal questionou o músico sobre inspirações do álbum conceitual, visto que há vários no mundo do rock e metal.

“Acho que o primeiro álbum conceitual que eu escutei foi Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band [1967, dos Beatles]. É, lembro que a primeira vez que escutei eu fiquei confuso. Fiquei ‘O que é isso?’. Sabe, tinha uma colagem de som. Coisa doida.”

“[Também] Operation Mindcrime do Queensrÿche, The Wall by Pink Floyd, Black Parade do My Chemical Romance. Esses são clássicos e atemporais, além de conceituais. A inspiração [para este álbum] com certeza foi [The] Black Parade do My Chemical Romance.”

Ao citar a banda emo, Flynn conta que durante a pandemia, quando o grupo precisou parar de fazer turnê, ele e sua esposa faziam noites de encontro e ficavam ouvindo The Black Parade (2006). “A gente sentava na garagem e ficava bebendo”, ele lembrou.

“Eu sabia já a letra das músicas, mas um dia estávamos muito bêbados e ela começou a detalhar todas as letras do álbum para mim. Nem tinha percebido todos aqueles detalhes da história. E então pensei ‘Quer saber? Vou tentar fazer algo parecido’.”

Com a inspiração em um álbum tão característico, o Wikimetal também questionou Robb Flynn sobre algo pessoal que ele incorporou no álbum que ele se orgulha. “As melodias, eu acho. Eu e Jared [MacEachern, baixista] levamos as coisas para um outro patamar. As harmonias vocais realmente nos tiraram da nossa zona de conforto.”

Robb então continua contando como algumas das faixas trazem seu vocal mais limpo e nítido, algo que ele nunca havia experimentado antes. Ele também retoma a ideia do álbum ter uma história que costura as faixas inteiras e diz que o processo criativo foi bem diferente.

Durante a coletiva, o músico também comentou bastante sobre a vinda ao Brasil. Contou como está animado para vir a lugares diferentes como Rio de Janeiro e revisitar cidades como São Paulo que já vieram duas vezes antes. As novidades não param por aí. A banda vem à América Latina e visitará a Venezuela pela primeira vez. “Estou muito animado para conhecer o país. Muita gente foi contra nossa ida até aí, mas nossos fãs nos aguardam.”

Veja informações dos shows no Brasil logo abaixo.
Machine Head no Brasil em 2023: datas, locais e informações de ingressos

Curitiba: 27 de outubro – sexta-feira
Local: Tork ’n Roll
Abertura da casa: 20h
Vendas online: Show Pass
Valores: entre R$ 130 (meia-entrada da pista) e R$ 300 (camarote inteira)
Classificação etária: 18 anos. Maiores de 14 anos entram acompanhados com os pais/responsáveis.

Rio de Janeiro: 28 de outubro – sábado
Local: Circo Voador
Abertura da casa: 20h
Vendas online: Eventim
Classificação etária: 18 anos. Maiores de 14 anos entram acompanhados com os pais/responsáveis.

São Paulo: 29 de outubro – domingo
Local: Tokio Marine Hall
Abertura da casa: 18h
Vendas online: Eventim
Classificação etária: 16 anos. Menores de 16 anos somente acompanhados dos pais ou responsável legal.Machine Head no Brasil em 2023. Crédito: Divulgação

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

DORO - CONQUERESS: FOREVER STRONG AND PROUD







15 tracks, including a German lyric song, a pair of covers (with Judas Priest singer Rob Halford) and a third duet: that should be enough, but no, the Metal Queen includes no less than five additional "bonus" cuts. Wow! Stylistically, no real surprises this late in a career that celebrates 40 years, just another helping of what we've all come to expect and love about Doro Pesch.

A mid-tempo "Children Of The Dawn" opens, with gruff male choir accompaniment. Speedy "Fire In The Sky" follows, imbued with a sense of urgency and guitar work to match. Could be a good addition to the live show. I know Doro feels a sense of gratitude towards Priest, for taking Warlock out on the initial European tour, all those years ago, but I've never been a fan of her decision to play "Breaking The Law" as part of the live set. So now, adding "Living After Midnight", just three songs into the new platter (even if it has a vocal track from the Metal God, himself) does nothing for me. It's sort of a poppy/Turbo take on the original. Follow-up, Jangly guitar to start, like some ‘90s alternative act, "All For You", threatens to continue the lukewarm pace, but quickly throws a switch and a more frenetic, staccato punk beat takes over. Another one seemingly destined for the concert stage. None of the proper tunes eclipses five minutes and most are under Roger Bannister's famous time constraint. The bonuses vary between 94 seconds to a 7+ minute rendition of Metallica's "The Four Horsemen".

"Lean Mean Rock Machine" clocks in at exactly three minutes, sort of a throwaway about fast cars, with racing engine and police siren soundbites. "I Will Prevail" opts for a heavy stomp, with gritty (uncredited) male counterpoint. Speaking of XY chromosome vocals, "Bond Unending" is not really a love song, but certainly more lightweight, a pop duet with Broilers' Sammy Amara. Video single "Time For Justice" is a fist pumper, can practically see the diminutive blonde, at the lip of the stage, imploring fans to sing the titular chorus and thrust fists skyward. The lone full production track, complete with crack of thunder sound effect, orchestral strings and alternating Anglo-Teutonic lyrics, "Fels In Der Brandung" (solid as a rock) is a ballad. While tinkle of piano keys kick it off, Love Breaks Chains" is built around a straight ahead, stripper strut, rock guitar (rather than metal), It's also the longest cut, almost reaching five minutes in length, with lyrics almost exclusively comprised of the oft repeated title.

IN FLAMES AND KREATOR ANNOUNCE AUSTRALIAN TOUR FOR FEBRUARY 2024









Swedish melodic death metallers In Flames have shared an update for their Australian fans:

"Are you guys ready? In Flames and Kreator coming to your shores. Tickets on sale Friday, October 27th, 9:00am local time. Early Bird pre-sale begins Wednesday, October 25th, 9:00am local time."




February
13 – Hindley Street Music Hall - Adelaide
14 – The Forum - Melbourne
15 – UC Refectory - Canberra
17 – Enmore Theatre - Sydney
18 – The Tivoli - Brisbane



Kreator recently announced the Klash Of The Ruhrpott festival – July 20th, 2024 at Amphitheater Gelsenkirchen. Featuring the long awaited union of Germany’s legendary Teutonic 4, completed by Sodom, Destruction and Tankard.

The one-day thrash extravaganza is a celebration of German metal, expected to welcome domestic and international fans for this once in a lifetime event!

Mille Petrozza (Kreator):

"I’m so happy we have an opportunity to present this package in the best way possible! It’s going to be a really special day, full of love and respect…and the most extensive Kreator set ever…prepare for some deep cuts!"

Tom Angelripper (Sodom):

"I am very happy to finally be able to share the stage with my old companions and friends again. A meeting with these four fantastic bands cannot be surpassed in terms of cult status. It will be a very special event for us and our fans. Until then, please stay healthy and confident. See ya soon… Cheers."

Schmier (Destruction):

"Oh yes - we all have been waiting for this to happen, I am excited that it finally worked out! Hopefully this is the beginning of some more to come! We are super thrilled to be a part of this - thanks for the invitation Mille!"

Gerre (Tankard):

"Good things take time! Finally the 4 big will clash and thrash together. We feel very proud to be a part of this historical event!"

Tickets are available here.


I Am Morbid celebra legado do disco ‘Covenant’ em São Paulo;




I Am Morbid celebra legado do disco ‘Covenant’ em São Paulo; 
Banda retornou ao Brasil após menos de um ano para apresentar disco do Morbid Angel

I Am Morbid em São Paulo 2023. Crédito: Wellington Penilha



I Am Morbid retornou ao Brasil em menos de um ano para mais uma série de shows. Desta vez, o grupo veio ao país para apresentar o disco Covenant, do Morbid Angel, na íntegra. Em São Paulo, a apresentação aconteceu na última quinta-feira, 19.

Lançado há 30 anos, em 1993, o disco Covenant é considerado um álbum seminal do death metal. Esse legado é representado no palco por David Vincent, fundador do Morbid Angel e integrante do projeto I Am Morbid.

A banda esteve no Brasil pela última vez em novembro de 2022, quando também se apresentou no Fabrique Club, na capital paulista. Na ocasião anterior, a turnê da banda era uma celebração do trigésimo aniversário do clássico álbum Blessed Are The Sick (1991), segundo da carreira do Morbid Angel. Relembre as fotos da apresentação aqui.

Assim como neste ano, a banda passaria pelo Maranhão Open Air, mas a apresentação foi cancelada nas duas oportunidades: no último ano, a banda foi impedida de viajar devido uma catástrofe climática, enquanto a edição de 2023 do evento em São Luís foi completamente cancelada por baixa venda de ingressos.

Em show histórico em São Paulo, Evanescence honra o título de uma das maiores bandas de sua geração




Em show histórico em São Paulo, Evanescence honra o título de uma das maiores bandas de sua geração
O grupo apresentou todos os seus maiores hits e deu atenção especial ao álbum ‘Fallen’

Evanescence em São Paulo. Crédito: Jéssica Marinho



A noite de sábado, 21, vai ficar para sempre na memória do Evanescence e dos fãs brasileiros. Foi no estádio Allianz Parque, em São Paulo, que a banda realizou o maior show solo de sua carreira até o momento, mesmo com capacidade reduzida de público.

São 20 anos desde o lançamento do emblemático álbum de estreia, Fallen (2003), que nos apresentou aos vocais líricos de Amy Lee e às influências góticas do Evanescence em sucessos que ecoam até hoje, como “Bring Me To Life”, “Going Under” e “My Immortal”.

O elemento nostalgia dos anos 2000 certamente foi responsável por parte do público que encheu o Allianz na noite de sábado, mas a longevidade da música também se faz óbvia quando notamos o número surpreendente de adolescentes na multidão – todos usando maquiagem, camisetas da banda ou até mesmo imitando figurinos icônicos usados por Amy Lee.

Duas décadas depois de sua estreia estrondosa no mercado musical, o Evanescence ainda transcende gerações, mesmo que sua música tenho muito menos espaço comercial hoje em dia. Isso, sem dúvida, deve-se às composições que dialogam com o público, seja a nível individual, através dos sentimentos profundos e viscerais expressados por Amy Lee, ou em mensagens para o coletivo, como a poderosa “Use My Voice”.

Esquentando a plateia, o Ego Kill Talent subiu ao palco uma hora antes da banda principal e entregou um show eletrizante de aproximadamente 30 minutos. A banda brasileira de hard rock está fazendo os primeiros shows com sua primeira vocalista feminina, Emmily Barreto, do Far From Alaska, e tocou os novos singles, “Call Us By Her Name” e “Finding Freedom”, além de duas músicas inéditas que serão lançadas em novembro. A energia de Emmily no palco e seus vocais roucos e impactantes tornam o Ego Kill Talent a escolha perfeita de abertura para uma banda como o Evanescence, também conhecida pela notoriedade de sua vocalista feminina.

Na noite de sábado, o Evanescence honrou sua discografia cantando alguns de seus maiores sucessos, como “Call Me When You’re Sober” e “Lithium”, além das faixas mais populares do álbum mais recente, The Bitter Truth (2021). Mesmo com quatro discos em seu repertório, a banda deu uma atenção especial ao álbum de estreia, tocando não só as favoritas do público, mas também “Imaginary” e um medley com “My Last Breath”, “Haunted”, “Everybody’s Fool” e “Whisper”.

O carisma e o talento de Amy Lee são a força motriz por trás da performance e da continuidade do sucesso das músicas do Evanescence. Seus vocais ao mesmo tempo tocantes e potentes continuam tão impressionantes como sempre foram, mesmo que atualmente haja uma certa dificuldade em sustentar com perfeição algumas notas que ela atingia naturalmente no início da carreira. Em sua passagem pelo Brasil ela atendeu fãs no aeroporto, andou de ônibus, e, como surpresa para os fãs brasileiros, tocou ao piano uma breve composição em português, cantando os seguintes versos: “Amor é a sua luz, deixe brilhar / Eu nunca vou deixar isso passar / Não acaba / Nunca acaba / Você sabe”.

Antes de emocionar cantando “Lithium” ao piano, a vocalista tirou um momento para dizer que, depois de tudo que vimos acontecer no mundo nos últimos anos, uma das coisas que ela tinha aprendido era como se manter no momento presente e aproveitar cada segundo. Mais de uma vez, ela disse que não queria que o show de sábado acabasse, e o Evanescence se despediu de São Paulo com um show de fogos de artifício, muitos acenos e longos agradecimentos, honrando o título de uma das maiores bandas de sua geração.

sábado, 21 de outubro de 2023

Entrevista com Zakk Wylde, guitarrista/vocalista do Black Label Society





Zakk Wylde está em todas as frentes: mais uma vez ao lado de seu pai espiritual Ozzy Osbourne, o guitar hero também se diverte com Zakk Sabbath (sua banda tributo ao Black Sabbath) e depois de se permitir uma escapada solo com a segunda parte de “Book Of Shadows ”, aqui está ele de volta com seu grupo Black Label Society para o lançamento do muito bom “Grimmest Hits” (2018). Como se isso não bastasse, Zakk Wylde é dono de sua própria marca Wylde Audio desde 2015, na qual revisita ousadamente as lendárias formas Gibson com um toque Viking! Aproveitamos a presença do Black Label Society no Bataclan no dia 8 de março para falar com o homem que toca tão forte quanto seus bíceps!





Créditos das fotos Justin Reich

Olá Zakk! Em primeiro lugar, parabéns ao seu grupo Black Label Society, que comemora 20 anos este ano. Durante sua primeira década, vocês lançaram quase um álbum por ano em um ritmo frenético, um pouco como as bandas dos anos 70, enquanto vocês passaram muito mais tempo entre dois álbuns nos últimos dez anos. Existe um ritmo que você prefere?

Zakk Wylde: Isso mesmo, mesmo que não dediquemos mais tempo para fazer um álbum hoje, estamos apenas em turnê constantemente e isso é uma coisa muito boa porque dá mais importância e mais chance de existir para cada álbum. Durante a última década, quando lançamos um álbum, nós o defendemos na estrada por 3 anos. Mas ambos os ritmos combinam comigo. Não há um que eu prefira ao outro. Adorei os dias em que o Black Label Society lançava um álbum novo todo ano e também adoro esse ritmo atual onde defendemos nossos discos em turnê por muito tempo.

O lado bom das coisas, já que você espaçou mais seus lançamentos, é que seus álbuns mais recentes parecem mais novos e inspirados, como evidenciado por “Grimmest Hits” (2018). Você até tenta pequenas coisas novas como por exemplo o riff principal de "Trampled Down Below" que sai dos ritmos 4/4 que você tradicionalmente usa.

Esse riff me deu muitos problemas no estúdio quando tive que gravar os vocais. Continuei bagunçando as fotos! Mas ei, tive que melhorar desde então e consegui integrá-lo bem porque agora tocamos essa música todas as noites no palco.

Uma das faixas mais convincentes do álbum é “All That Once Shined” e claramente não é com esta que você poderia negar a imensa influência que o Black Sabbath exerce sobre você! Talvez o título da sua carreira em que mais paira a sombra de Tony Iommi, o que você acha?

Este título é totalmente influenciado pelo Black Sabbath! Sempre tive essa influência e desde o primeiro álbum do Black Label Society a influência imponente do Black Sabbath pesou na nossa música. Sempre reivindicarei as influências de Black Sabbath, Led Zeppelin e Lynyrd Skynyrd nas músicas mais fortes e de The Rolling Stones, The Allman Brothers Band, Elton John, The Band e Neil Young nas baladas. É a música que ouço e é a música que me inspira. É o mesmo para cada um de nós. Somos um reflexo das coisas que gostamos de ouvir, digerimos esta música e ela faz parte do nosso ADN. O mesmo vale para meus álbuns solo, que também são inspirados em outros heróis meus, como Frank Marino, John McLaughlin, Al Di Meola ou Randy Rhoads. É de todos esses caras que eu tiro meu conhecimento!



Você mencionou baladas. Seus fãs na maioria das vezes gostam muito de seus solos selvagens nas músicas mais agressivas, mas admito que tenho preferência por seus solos mais melódicos e cheios de sentimento nas baladas. Em "Grimmest Hits" você se inspirou particularmente durante os solos de "The Only Words" ou mesmo de "The Day That Heaven Had Gone Away".

OBRIGADO ! Embora eu provavelmente pegue emprestado muito de Gary Moore, Neil Young e Frank Marino, para citar alguns, ao executar esses solos. Muitas vezes são minha grande fonte de inspiração nesse tipo de solo.

No título "Seasons Of Falter" você usa um efeito de chorus durante a parte melódica. Você usa um efeito semelhante em "Descrença", mas neste último temos a impressão de que há também uma espécie de efeito de "desafinação". Você adicionou alguma coisa?

No som da guitarra? Não, é o mesmo efeito nessas duas faixas, só tem o meu pedal de chorus. Mas você tem essa sensação de desafinação em “Disbelief” porque minhas partes de guitarra são duplicadas para ter um som mais amplo e isso deve ter criado essa impressão de mudança em “Disbelief”. Não usei refrão nas outras faixas do álbum, ao contrário do que faço no palco, onde utilizo constantemente o refrão para obter mais largura e profundidade no som da guitarra, a fim de 'ter o mesmo tipo de reprodução sonora de guitarras dubladas em estúdio.

Falando em refrão, esse efeito sempre esteve onipresente em seu som ao vivo desde sua estreia com Ozzy Osbourne. De onde vem esse gosto pelo refrão?

Parte da razão pela qual o som ao vivo de Randy Rhoads era tão bom era que seu pedal de refrão estava constantemente ligado. Isso deu um som realmente amplo e imponente. Esse também foi o caso de Frank Marino que usou muito refrão. Recebo meu carinho pelo refrão desses dois caras porque o som ao vivo deles era incrível. Eu amo a redondeza, o calor e a dimensão que um pedal de chorus dá ao som de uma guitarra. No estúdio, eu simplesmente não uso tanto porque duplico todas as partes da guitarra, então é como usar um refrão natural. Ao vivo é como se houvesse um quarteto de guitarristas porque com Dario Lorina, nós dois tocamos com um refrão durante todo o show para um som decididamente massivo!



De onde surgiu a ideia de criar sua própria marca Wylde Audio, na qual você revisa e corrige os formatos clássicos da Gibson das Les Paul, SG, Flying V e Explorer para versões com visual arrojado?

Na verdade, eu revisito todos esses designs clássicos. Queria trazer meu toque para eles e focamos nos clássicos para o primeiro lote de guitarras que queríamos oferecer. Mas os próximos modelos terão formatos diferentes e não hesitarei em misturar elementos de guitarras diferentes para fazer algo único. Essa é a grande vantagem de ter sua própria marca, você pode fazer absolutamente tudo o que quiser!




O que é interessante no Wylde Audio é o fato de você poder oferecer as especificações de seus Gibsons, sendo os primeiros modelos da era Norlin, Les Pauls com braços de bordo em vez do mogno usual. Essa é uma especificidade que você sempre solicitou da Gibson para suas guitarras. Podemos imaginar que os modelos que você propõe atendam a esses mesmos critérios, certo?

Absolutamente! As guitarras Wylde Audio têm braço em bordo, escala em ébano, corpo em mogno, captadores EMG 81 e 85 exclusivos, ponte Tonepro e afinadores Grover. Eles são todos originais, equipados com todas as minhas atualizações de alguma forma.

O uso de braço de bordo neste tipo de guitarra é interessante porque se popularizarmos as coisas, poderíamos considerar que o som de uma guitarra elétrica vem essencialmente de seu braço e de seus captadores e o bordo deve trazer mais brilho e ousadia a uma Les Paul , não é?

Com certeza e é claro que a escolha do cabo faz uma enorme diferença! Meu amigo Yngwie Malmsteen percebeu isso recentemente, um dia quando estava no estúdio tocando guitarras com o mesmo corpo, mas com braços diferentes. Ele não achava que o braço tivesse tanta influência no som. Até a escolha da escala, entre maple, jacarandá ou ébano, faz uma diferença notável e Yngwie não achava que conseguiria sentir a diferença no som e ficou maravilhado com essa descoberta (risos)! O braço tem uma grande influência no som de uma guitarra elétrica e pessoalmente prefiro o bordo ao mogno.

As guitarras Wylde Audio são fabricadas na Coreia do Sul. Você pessoalmente usa modelos produzidos na Ásia ou joga em versões customizadas americanas?

Tenho modelos, como meus Warhammers, que vêm da Schecter Custom Shop (parceira de fabricação e distribuição da Wylde Audio) nos EUA. Mas a produção é, na verdade, feita numa fábrica na Coreia do Sul e posso dizer-vos que a qualidade existe, bem como a uniformidade da qualidade da produção. Quando as guitarras saem da fábrica na Coreia do Sul, elas são afinadas, mas ainda são enviadas para Los Angeles para serem verificadas e afinadas novamente. Não há realmente nenhuma diferença entre todas essas guitarras e eu sei disso porque oferecemos um pacote VIP onde todas as noites um espectador sai com uma guitarra que toquei durante o show. Então são muitos que passaram pelas minhas mãos e em nenhum momento eu disse para mim mesmo: “essa guitarra soa melhor que as outras”. Quando tenho um amigo que está diante de quinze desses violões e ele me pede para escolher dois para o sobrinho e para o primo, eu respondo: "São todos iguais! São todos bons! Pegue esses que você prefere visualmente !”.

O fato de você tocar guitarras Wylde Audio de fabricação coreana no seu nível como um verdadeiro profissional pode ser reconfortante para aqueles que seriam tentados, mas retido pelo país de origem dessas guitarras...

Para mim o país de fabricação não faz diferença na qualidade do violão. Isso pode ser feito nos EUA, Inglaterra, Canadá, Coreia do Sul ou Noruega. O que importa é a qualidade de construção. O bordo sempre será bordo, o ébano sempre será ébano e o mogno sempre será mogno. É apenas madeira, nada mais, nada menos. O que faz a diferença mesmo é a qualidade de fabricação da guitarra independente de onde ela foi feita e isso vale para todas as marcas seja uma BC Rich, uma Yamaha, uma Fender ou uma Gibson, é a mesma coisa. Se eu colocar você atrás de uma máquina para construir uma guitarra, seja na Coréia, na Noruega ou em Los Angeles com a mesma máquina, isso não mudará absolutamente nada! Eu vejo dessa forma e não tenho nenhum problema em tocar essas guitarras.

Parece que agora você está usando um amplificador Wylde Audio, um modelo ainda não disponível comercialmente. Você pode nos contar mais ?

Na verdade, gravei "Grimmest Hits", bem como o álbum "Book Of Shadows II" (2016) com meu cabeçote de amplificador Wylde Audio (nota do editor: que chamaremos provisoriamente de Wylde Audio Master 100 com base nas fotos do protótipo). Utilizo protótipos e atualmente estamos trabalhando na distribuição e comercialização deste cabeçote de amplificador que está em sua forma final e pronto para ser lançado. Também estamos trabalhando em um pequeno amplificador de prática. Em seguida virão as cordas e os efeitos da guitarra. Queremos abordar todos os aspectos da guitarra com Wylde Audio.

Antes você tocava no Marshall JCM800 2203 e tem até um JCM800 exclusivo com o 2203ZW...

É precisamente isto que estou a utilizar neste momento na Europa porque não podemos tirar tudo dos Estados Unidos e tenho uma linha de fundo que permanece permanentemente na Europa com todos os amplificadores Marshall que usei durante todos estes anos. Em casa, porém, só uso Wylde Audio.

Como o seu cabeçote Wylde Audio difere de um JCM800 2203 tradicional?

O amplificador Wylde Audio é obviamente muito inspirado nos meus melhores Marshall JCM800s. Garantimos que fosse um amplificador igualmente básico em seu uso e simplesmente queríamos torná-lo o mesmo amplificador, mas com um pouco mais de som. Na época, comprei muitos Marshalls usados, eram amplificadores básicos, você conectava e sabia na hora se soavam bem. Gosto de amplificadores onde você não precisa ler o manual do proprietário. Gosto de apenas conectar, ligar o amplificador, aumentar o volume e fazer com que seja o suficiente para julgar o som do amplificador. Tem que soar direto e se tiver agudos demais para o seu gosto, você abaixa o volume e não vai mais longe. Esse era o meu objetivo com a Wylde Audio, fazer um amplificador básico que soasse bem assim que você o tirava da caixa e de forma consistente, porque eu também queria garantir consistência na qualidade da produção.

Uma de suas particularidades é que você usa válvulas de potência 6550 em seus amplificadores Marshall em vez de EL34. Será o mesmo para o amplificador Wylde Audio?

Vou te explicar como aconteceu com as válvulas 6550. Um dia meu amplificador caiu feio. Não funcionou mais e minhas lâmpadas EL34 quebraram. O amplificador foi consertado e quando o peguei de volta e liguei, fiquei impressionado com a espessura do som! Perguntei o que eles haviam feito com o amplificador porque soava melhor do que antes. Eles me disseram que não tinham nenhum EL34 em estoque, então tiveram que colocar o 6550. Claro que o som clássico do Marshall é obtido com os EL34, mas as válvulas 6550, assim como as KT88 que são bastante semelhantes, dão um som mais imponente aos amplificadores Marshall na minha opinião. Há realmente uma redondeza e espessura no som que é sentida imediatamente. Mesmo em um amplificador tocado em volume baixo, se você pegar o mesmo modelo com válvulas de potências diferentes, sentirá a diferença. Existem tantas variáveis ​​no som que vêm de tantos lugares diferentes antes mesmo de chegar ao alto-falante, e o som do meu EVM12L de 300W soará muito diferente daquele de um Celestion (Greenback) de 25W, que naturalmente terá muitos break- ups diferentes dos meus. A escolha do tubo é uma daquelas coisas que realmente afeta o som. Tudo isso para dizer que desde essa anedota eu só uso 6550s ou KT88s e os amplificadores Wylde Audio obviamente serão equipados com um desses dois tipos de válvulas de potência.

Você acabou de mencionar seu alto-falante favorito, o Electro-Voice EVM12L (do qual Zakk também possui um modelo exclusivo). O que o atraiu neste HP?

Este é o mesmo tipo de acidente que ocorre com as válvulas de potência. Eu tinha um alto-falante que deveria ser montado com Celestion 75W (G12-T-75) e, em vez disso, recebi o EVM12L. Da mesma forma, fiquei agradavelmente surpreso com o som, dava para sentir a diferença imediatamente. Sinto particularmente a diferença entre os vários modelos de alto-falantes quando estou no Vaticano Negro (nota do editor: nome com que Zakk Wylde batizou seu home studio). Neste contexto, realmente não mente porque você está sentado com uma parede de amplificadores e alto-falantes à sua frente e não leva nem cinco minutos para sentir as diferenças. Eu analiso alguns modelos diferentes no estúdio, mas para apresentações ao vivo os EVM12L são os meus favoritos.

Sinto que você mudou sua sintonia nos últimos anos com o Black Label Society, não está tão baixo como costumava ser. Qual é a sua afinação atual?

Na verdade, como tenho minha banda Zakk Sabbath (nota do editor: banda cover do Black Sabbath), agora afino minhas guitarras em C# (C#). "Grimmest Hits" está nesta afinação, exceto as baladas "The Day That Heaven Had Gone Away", "Nothing Left To Say" e "The Only Words" que estão no padrão E (E). Combina melhor com eles e é mais prático para mim porque toco piano e órgão Hammond nessas faixas. Em termos de cordas, estou usando atualmente um conjunto de 10-46 no qual substituo o 46 por 56 ou 52 dependendo do meu humor. Anteriormente, quando afinávamos músicas mais baixas como "13 Years Of Grief" ou "Stronger Than Death", eu colocava uma corda de 60 cordas.




Antes de nos deixar, você voltou ao grupo solo de Ozzy Osbourne. Quais são seus planos, ele que anunciou que desta vez fará sua turnê de despedida para sempre?

No momento temos compromissos que vão até 2020 com Ozzy, veremos então o que faremos de acordo com a vontade dele. Quem sabe o que acontecerá então? Estarei sempre disponível para ele se ele quiser fazer um álbum ou qualquer outra coisa. Não há planos para um álbum no momento, mas você nunca sabe o que pode acontecer e se Ozzy me pedir para ir fazer um álbum com ele, eu irei. Até o momento o objetivo é simplesmente ir até 2020 com esse novo tour e então avisaremos.



sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Evanescence é, afinal, uma banda cristã ou não?




Questionamento tem sido feito desde os primórdios da banda e a vocalista Amy Lee sempre foi muito vocal sobre o assunto


Uma discussão clássica desde os primórdios do Evanescence é se a banda é ou não uma banda cristã em sua raiz. Para muitos isso pode soar absurdo, para outros, uma obviedade. Mas a questão tem seus motivos.
Formação do Evanescence

Amy Lee e Ben Moody se conheceram em 1994 em Little Rock, Arkansas, aos 13 e 14 anos, quando os dois estavam em um acampamento juvenil cristão. Lá, eles tocavam piano e violão, respectivamente. Lee e Moody se juntaram pois sentiam que não “se encaixavam tão bem” no acampamento e de lá foram convidando outros colegas para tocar e criar música.

A vocalista teve a ideia de criar o Evanescence e então com Moody começou a gravar algumas músicas. No início, a dupla vendia CDs na cidade de Little Rock, contando com o apoio local e com a música diferente que estavam criando, unindo rock, metal e música clássica.
Fallen e o mercado cristão

Quando conseguiram um contrato com a gravadora Wind-up Records, a empresa decidiu testar o mercado cristão ao divulgar o álbum Fallen (2003). Durante o lançamento, Lee e Moody deixaram publicamente claro em uma entrevista de 2003 que eles não eram uma banda cristã ou de rock cristã.


Lee disse em uma entrevista à NPR: “Não era isso que a nossa música era. E eu senti como se eles estivessem vendendo alguém algo que não era verdade.” Ela observou que o Evanescence “nunca foi uma banda cristã” e liricamente nunca teve uma afiliação religiosa.

Porém, em entrevista à revista Stranger Things, antes do sucesso, Ben Moody disse: “A mensagem que nós, como banda, queremos transmitir mais do que qualquer coisa é simples – Deus é amor”. No encarte do álbum de estreia do Evanescence, o guitarrista fez um agradecimento a Jesus Cristo: “Toda a vida que resta em mim é você”, escreveu.

Quando Fallen começou escalar rapidamente as paradas de sucesso ao redor do mundo, o Evanescence decidiu se desvencilhar totalmente do nicho.

Uma entrevista concedida por Amy Lee e Ben Moody à revista Entertainment Weekly (via Blabbermouth), em abril de 2003, foi o ponto de virada. “Existem pessoas que estão obcecadas com a ideia de que somos uma banda cristã disfarçada e que temos alguma mensagem secreta”, disse a vocalista. “Não temos afiliação espiritual com essa música. É simplesmente uma experiência de vida… Garanto que se os donos das livrarias cristãs ouvissem algumas dessas músicas, não venderiam o CD”, afirmou.


O guitarrista Ben Moody declarou: “Não tenho vergonha de minhas crenças espirituais, mas de forma alguma as incorporo a esta banda. Na verdade, estamos no topo das paradas cristãs e eu fico tipo, ‘Que porra estamos fazendo lá?’”. O músico, que acabou deixando a banda pouco depois, ainda provocou a comunidade cristã, ao se comparar com “o cara que foi crucificado ao lado de Jesus” e afirmar: “tudo que eu quero que você faça é se lembrar de mim.”

Os comentários levaram o presidente da gravadora, Alan Meltzer, a enviar uma carta aos canais de rádio e varejo cristãos, explicando que, apesar da “a base espiritual que despertou interesse e entusiasmo na comunidade religiosa cristã”, o Evanescence era “uma banda secular e, como tal, vê sua música como entretenimento” e o selo então “sente fortemente que eles não pertencem mais às lojas de varejo cristãs”. Depois de receber a carta, muitas estações de rádio cristãs retiraram músicas de Fallen de sua programação.
Comentários de Amy Lee após o sucesso de Fallen

Pouco tempo depois, em entrevista ao VH1, a vocalista Amy Lee teve a oportunidade de comentar a polêmica e reconheceu que as palavras de Ben Moody foram fortes. Na sequência, ela negou que a banda tenha, em qualquer momento, tentado se vender como um grupo cristão. “Certamente não. Outros membros da banda fizeram. Sempre tivemos nossas próprias crenças.”

“Não acho que duas pessoas na banda pensem a mesma coisa. No passado, outros membros da banda, que não vou nomear, ultrapassaram seus limites de representar a banda e falar sobre suas crenças pessoais e isso foi jogado nas crenças da banda. Não é disso que se trata esta banda. Não quero alienar ninguém. Se você consegue uma mensagem cristã de nossa música, legal, isso funciona para você. Estamos apenas tentando escrever sobre nossas vidas.”