Como fã incondicional do Iron Maiden, penso que devemos sempre comemorar cada álbum, e este com certeza vale uma atenção especial, visto ser um trabalho com simbologias baseadas na literatura britânica e a mística que envolve o ser humano, e fez com que a banda estivesse com um tema apropriado e atual (para a época), que foi semente fecunda de um trabalho excepcional.
Bruce Dickinson estava no seu auge vocal, Adrian Smith e Dave Murray destrincharam lindamente suas guitarras e claro, as inconfundíveis linhas de baixo de Steve Harris, foram como a cereja do bolo.
Considero este álbum um dos principais na minha lista de preferências, e penso que em 1988, há exatos 30 anos atrás, a banda estava coesa e forte, com elementos técnicos, artísticos e de produção em nível elevadíssimo.
A história abordada pelo álbum, basicamente refere-se à um garoto que cresce e se defronta com o bem e com o mal. Nada melhor para explicar a natureza humana, já que segundo o Budismo, temos 10 estágios de vida entre “inferno” e o “estado de Buda”; mas não vamos falar de dezenas. Vamos falar do simbolismo do número 7.
Bruce Dickinson e Steve Harris são campeões em levar a literatura e o misticismo tão admirados pelos ingleses à tona. É assim quando você chega em Londres, e percebe que isso claramente na cultura deles.
O livro original que deu origem ao tema do disco, “Seventh Son” (1987) é um romance fictício do autor Orson Scott Card. É o primeiro livro da série Os Contos de Alvin Maker, e trata de Alvin Miller, o sétimo filho de um sétimo filho. O livro ganhou um Locus Award e foi indicada para os prêmios Hugo e World Fantasy Awards em 1988. O sétimo filho tem fortes “habilidades” (habilidades mágicas específicas), e o sétimo filho do sétimo filho é extraordinariamente raro e poderoso.
Conhece as músicas?
Moonchild – A melodia desta canção de introdução nos leva para o começo de uma longa viagem aos anos 80, numa autenticidade impressionante do estilo “Maiden”. O número 7 está em evidência logo no ínicio. Destaque:
“The twins they are exhausted, seven is this night” – Onde “twins” ou gêmeos, descrevem a dualidade do ser humano.
Infinite Dreams – Ai, ai….Ela chega a ser até “romântica” de tanto delicada e gostosa de ouvir.
“But wouldn´t you like to know the truth” – O garoto está querendo saber sobre a verdade que está em dualidade dentro de si. O bem e o mal…
Nesta música vou destacar a bateria e as guitarras de base.
Can I play with madness?
Linda música!
Quem nunca enlouqueceu com essa canção e saiu por ai cantando o refrão?
Não tenho um trecho para destacar. O próprio título ressalta se podemos brincar com a loucura, na busca por um sentido de tudo, que quase se torna insano!
The Evil That Men Do
É Interessante quando nesta letra ele se confronta com o lado “mal” das coisas e como “balançamos” para este lado. Acho que essa parte me faz balançar de verdade:
“Living on the razor´s edge, balancing on the ledge” – Mas balançar a cabeça!
Seventh son of seventh son tem uma entrada épica, e com uma espécie de coro celestial de fundo (Já repararam?) e é o tema do disco.
O dilema do “escolhido” que sabe nos dar a melhor direção entre o bem e o mal, tão difundido nos aspectos religiosos, e a busca do equilíbrio; só pode ser atribuído à um personagem poderoso demais, para percorrer todos estes mundos.
“The good and evil which path will he take both of them trying to manipulate”
Guitarras ESPETACULARES nesta música.
The Prophecy
Esta canção já remete ao poder mágico do sétimo filho, e ele já poderoso demais pela sua capacidade de magia, informa à todos sobre as consequências de alguns atos, e mete mais um número 7, na história: As 7 trombetas do apocalipse.
“Heard the call of the seven whistlers again”
The Clairvoyant
Pelo amor de Deus, o baixo mais lindo que eu já ouvi na vida. É mesmo uma música para se cair de joelhos. Ela realmente me arrepia!
“There´s a time to live but isn´t it strange, that as soon as you´re born you´re dying”
“Existe um tempo para viver, mas num é estranho que quando se nasce, você está caminhando para a morte?”
Ah, Steve Harris…
Only The Good Die Young
Uma empolgante canção, que diz uma das grandes frases da humanidade: “só os bons morrem jovens”
Então o que aconteceu com o Iron Maiden, que descobriu uma longevidade inexplicável?
Há muito tempo o número 7 vem sido usado como referência mitológica ou mística para definir coisas em nossa vida.
· 7 virtudes: Caridade, Esperança, Fé, Força, Justiça, Prudência e Temperança.
· 7 pecados capitais: Avareza, Gula, Inveja, Ira, Luxúria, Preguiça e Soberba.
· 7 sacramentos da Igreja Católica: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Matrimônio, Ordem Penitência e Unção dos Enfermos.
· 7 notas musicais divididas em 7 escalas, 7 pausas e 7 valores.
· 7 cores do arco-íris.
· 7 arcanjos: Ezequiel, Gabriel, Jofiel, Miguel, Rafael, Samuel e Uriel.
· 7 dons do Espírito Santo: Ciência, Conselho, Entendimento, Força, Piedade, Piedade, Sabedoria e Temor a Deus.
· 7 glândulas endócrinas nos seres humanos: Hipófise, Pâncreas, Paratireoides, Sexuais, Supra-renais, Timo e Tireóide.
· 7 chacras: Básico, Cardíaco, Coronário, Esplênico, Frontal, Laríngeo e Umbilical.
· 7 Leis Universais: Amor, Correspondência, Evolução, Harmonia, Manifestação, Natureza e
Polaridade.