domingo, 18 de novembro de 2018

Entrevista HILLBILLY RAWHIDE



Respostas concedidas por Ricardo Huczok (Mutant Cox) : vocalista da banda


1) Hillbilly Rawhide é uma banda de rockabilly e country rock alternativo,formada em Curitiba ?Como foi o inicio da banda ?

Olá Alex e Hell Metal Rockers!!! Aqui é Ricardo Mutant Cox, vocal, violão e guitarra do Hillbilly Rawhide! Sobre o estilo da banda, é uma questão um pouco complicada... mas tocamos basicamente uma mistura de Country Music com Rock 'n' Roll, por isso usamos o "Country Rock Alternativo" pra chegar mais próximo, mas é difícil definir, rotular o nosso som. Country Rock 'n' Roll, Hillbilly Rock, Country Western Rock... ou "música de cowboy doido", como um amigo nosso explicou pro filho dele outro dia! (Hehehe...) E sim, montamos a banda em Curitiba, Paraná, no final de 2002. No início apenas em trio, eu no vocal e guitarra, o Osmar Cavera no baixo acústico e Mark Cleverson no violino. Apesar da gente já ter tocado juntos antes separadamente. Sempre fazia um som com Osmar quando ia pra Londrina, daonde ele vem e morava até pouco tempo antes de começarmos a banda, e também toquei por muitos anos com o Cleverson na banda de surf music instrumental Maremotos! Mas a gente sempre curtiu muito Country e principalmente nessa época, estávamos ouvindo muito, e foi isso que nos deu vontade de formar uma banda no estilo. Pois aqui ainda não tinha nada parecido, e tínhamos vontade de pelo menos ver isso ao vivo, foi então que decidimos formar o Hillbilly Rawhide.


2) A banda lançou seu primeiro full institulado _Primitive_and_Outlaws pelaCrazy Love Records (Alemanha) e depois vou relançado pela Funeral Records (Brasil)?Como foi a repercussão desse álbum ?e porque da mudança de gravadora?

"Ramblin', Primitive and Outlaw", nosso primeiro full! Foi gravado de uma forma 'caseira', na raça mesmo, pelo nosso grande irmão William Fernandez (Subtera), que captou tudo separado numa mesa digital japonesa que era do nosso outro irmão Paulo Pieretti, que também acompanhou a gravação de perto! E ele foi lançado primeiramente na Alemanha pela Crazy Love Records, antigo parceiro que ajudou muito a divulgar a banda na cena européia, principalmente no meio mais Psycho/Rockabilly. E ele também foi lançado no Brasil pelo selo que na época meu irmão de outras bandas (Sick Sick Sinners & Os Catalépticos) Vladimir Urban tinha, a Funeral Music. Não foi uma mudança de gravadora, apenas uma outra edição do disco em continentes diferentes. E foi muito legal ter feito pois a banda ainda estava no começo mas já tinha uma certa bagagem, então precisava lançar esse primeiro registro. Na verdade antes do álbum sair, lançamos um EP/single independente chamado "High on the Road", o famoso 'da latinha', pois vinha numa latinha de ferro com alguns brindes dentro. Fizemos ele pra ir divulgando a banda antes que saísse o álbum completo. E na época a banda ainda contava com Mario 'Larápio' na guitarra e banjo, e o Klaus Koti na lap steel (tocada com um vidrinho de pimenta!) e algumas composições dele que já gravamos nesse álbum também.

                               
                               


3) No ano seguinte a banda lançou o epF.N.M. Orleone Records (Brasil) contendo 4 faixas ?aonde foi gravado e como foi a produção desse ep?

O EP "F.N.M.", o famoso 'fenemê'! Desta vez já gravado em estúdio, o Audio Stamp em Curitiba do nosso parceiraço até hoje Virgílio Milléo! E lançado por um outro irmão meu de outras bandas (Sick Sick Sinners & 99 Noizagain) Neri da Orleone Recz! De cara já se tornou um clássico, principalmente pelo fato de conter uma das músicas que mais pedem nos nossos shows até hoje, que é "O Enxofre e a Cachaça", composta em conjunto com nosso grande irmão Ademir Wisbeck (Ovos Presley, e que também toca comigo em outro projeto chamado Three Bop Pills). Depois de anos acabamos relançando ele, com uma faixa bônus, a versão para "Beber até Morrer" do Ratos de Porão. Que inclusive também entrou, com muito orgulho no tributo ao RDP 'Ratomaniax'.


4) Em 2012 a banda gravou o ao vivo no teatro paiol ?Quem gravou e como foi fazer essa gravação?

"Ao Vivo no Teatro Paiol" foi captado mais uma vez pelo nosso parceiro Virgílio Milléo, do estúdio Audio Stamp, que fez um ótimo trabalho! Foi uma honra pra gente poder tocar e gravar num lugar tão mágico e tradicional em Curitiba. Com uma gravação de qualidade e um bom público presente não poderia ter erro! E foi o primeiro a ser lançado pela banda de uma forma totalmente independente.


5) Vocês surgiram como uma banda que tocava em bares e agora além dos bares tocam em festivais pelo Brasil afora. Como vocês veem essa evolução?

Na verdade a gente sempre foi de se encaixar em qualquer tipo de situação. No começo claro era mais em bares, mas volta e meia aparecia algo diferente, como aconteceu de tocar em alguns rodeios, ou feiras agropecuárias, como a Fetexas por vários anos em Jacarezinho/PR. Festivais de diferentes estilos de rock também sempre acontecem, até hoje. E ao longo dos anos o caminho só foi se abrindo, chegando a fazer até alguns casamentos, festas de cervejarias e coisas do tipo.


6) A banda já se apresentou em grandes festivais seja no Brasil ou europa ?Como a banda se prepara para o grande publico ?e quais as diferenças em se tocar para grandes plateias e tocar em bares?

Grandes shows e festivais são sempre bem diferentes de se tocar. Ao longo do tempo fomos nos acostumando a se adequar. Numa turnê nossa pode haver qualquer tipo de show ou situação, acho que acabou até virando uma característica nossa. O mais interessante acho que é a mistura no caso, de tocar com bandas e públicos totalmente diferentes mas que também consegue agradar e claro, agregar! Tentamos fazer o mesmo show sendo para um pequeno público num bar ou para grandes platéias. Mas claro a sensação e atmosfera é bem diferente.


7) Como a banda chegou e essa fusão de sons ?Hoje podemos considerar que o Hillbilly Rawide é umas das únicas bandas com som original?

Pois é uma mistura danada! O tempo. Nada como o tempo para ir aos poucos desenhando e consolidando o som da banda. Cada um traz um pouco de suas influências e vamos misturando. É uma banda de Country formada por roqueiros. Então é inevitável a influência do Rock n Roll! Isso é uma coisa que fazemos muita questão de manter, é nossa essência! Desde o Country, Rockabilly e Blues dos anos 50 até o Metal ou Punk mais extremo! Temos influência de tudo isso no nosso som! Sem limites! Porém sempre mantendo nossa característica básica. 





8) A banda tem uma longa carreira já com anos no mundo da musica?Como a banda vé a cena atual musical da sua cidade, BRASIL ,e mundo em um contexto geral?

Com certeza os tempos mudaram. Nos dias de hoje tem tanta informação e tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo fica cada vez mais complicado de atrair o público aos shows, ou até mesmo de fechar shows. A internet ao mesmo tempo que ajuda demais a diminuir distâncias e quebrar barreiras, também acho que tira um pouco o valor dos shows ao vivo. Muitos, principalmente mais jovens, preferem ver na internet do que ir aos shows. O que por um lado é muito triste e enfraquece a cena. Os bares ou festivais já não conseguem garantir as bandas se não tem público, dificultando ainda mais a realização de shows.


9) Em 2013 a fez uma turnê pela Europa e Gravou o o Ten Years on The Road (Special Edition European Tour Version) Na Belgica ?como foi o planejamento desse projeto e como foi gravar esse Álbum?

Nessa época estávamos à um tempinho sem lançar nada, porém compondo novo material, e como eram nossos 10 anos de estrada, resolvemos fazer essa homenagem "Ten years on the Road"! Gravado também no Audio Stamp pelo "Tiozilio" (Virgílio Milléo), em um período de quase um ano, com composições bem variadas e algumas participações, como nosso amigo César Benzoni, de São Paulo no mandolim, e o grande e ilustre Linão! Dono do lendário Linos Bar! Lugar responsável por grande parte do underground curitibano! E também claro, pelo Hillbilly Rawhide existir! Lançamos ele por aqui em CD, de uma forma independente também, com apoio de vários parceiros, e na Europa pela Drunkabilly Records da Bélgica, numa versão diferente do nacional, em LP + CD com todas as músicas em inglês do novo álbum no lado A (+1 em português), e músicas de discos anteriores em inglês (+1 em português) no lado B. Se tornando assim uma coletânea de nossa história, se encaixando muito bem com o título. Fizemos uma turnê lendária de quase um mês por lá promovendo o álbum, passando pela Inglaterra, Holanda, Alemanha, França e Áustria.

10) Qual a formação da banda atualmente?b

Desde o final de 2017 fizemos uma substituição, tirando o piano da banda e retornando com um banjista, Eduardo Ribeiro! Que trouxe uma nova energia e também ajudou demais a resgatar a essência da banda, voltando a uma sonoridade mais Country e Bluegrass, porém com o Rock mais presente também. No restante são os mesmos que estavam antes, com Juliano Cocktail na bateria, Mark Cleverson no violino, Osmar Cavera no baixo acústico, e eu, Ricardo Mutant Cox na guitarra, violão e voz.

11) Quais influencias a s bandas tem?

Como falei antes, somos uma banda de Country formada por roqueiros, então essa é a influência básica! Porém no Country temos muito mais influência do Country antigo de raiz, como Jimmie Rogers, Ernest Tubb, Bill Monroe, Flatt & Scrugs, Hank Williams ou Johnny Cash, dos 'outlaws' desde os anos 70 como Waylon Jennings, Billy Joe Shaver, Willie Nelson, Johnny Paycheck, David Allan Coe, até os de hoje em dia, como Wayne Hancock (que veio ao Brasil esse ano e tocamos junto por aqui), Hank III, Dale Watson ou Whitey Morgan and the 78's! Muito Rock n Roll, é claro! Desde suas raízes do Rockabilly dos anos 50, passando até pelo Metal, Punk Rock e muito Psychobilly! Muito Blues também, Western Swing e coisas do gênero. Nossa influência é bem variada!

12) Como a banda compõem suas musicas?

Não temos uma 'regra' para compor, às vezes um de nós compõe algumas músicas sozinho, e finalizamos junto. Outras fazemos junto mesmo. Temos vários parceiros de composição também. Mas o que sempre tentamos fazer ao máximo, é cantar a verdade. Músicas com histórias que realmente aconteceram ou vivemos. Isso faz uma diferença enorme! A música ganha uma força, uma alma verdadeira em que as pessoas em geral se identificam muito mais.


                    

13) Qual o futuro do Hillbilly?

Não pretendemos parar tão cedo! Enquanto tivermos saúde e condições queremos continuar gravando e tocando aonde for possível! Acabamos de terminar nosso sétimo disco, chamado "My name is Rattlesnake"! Que iremos lançar num show dia 30/11/18 no Jokers Pub em Curitiba! E no ano que vem o plano é tocar e viajar para promover o disco.



14) Gostaria de agradecer pela entrevista,o espaço e de vocês deixem um recado para os fãs da banda e todos que acompanham o HellMetalrock?

Nós é que agradecemos pelo espaço, entrevista, e claro pelo apoio à cena! Temos uma ligação e um carinho muito especial com a cena Metal! Pra quem quiser nos contactar para shows juntos teremos o maior prazer! Agradecemos sempre à quem já acompanha a mais tempo também, e claro à todos que nos apoiam e apoiam a cena de alguma forma! Longa vida à Hell Metal Rock!!!! E parabéns pelo trabalho!!!

http://www.hillbillyrawhide.com.br/videos.html

Um comentário:

  1. Da uma conferida, caso goste aceitamos parceria =)
    https://capricornuscruentum.blogspot.com/

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