quinta-feira, 18 de janeiro de 2024
CLÁSSICOS: HELLOWEEN – “WALLS OF JERICHO” (1985)
CLÁSSICOS: HELLOWEEN – “WALLS OF JERICHO” (1985)
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Quando pensamos no Helloween, automaticamente, somos levados a divagar sobre o nome responsável pelo surgimento do Power Metal. Isso ocorreu em 1987 e 1988, respectivamente, com o lançamento dos seminais “Keeper Of The Seven Keys Parts I & II”. É claro que nada disto está errado, mas antes dessa virada de chave na carreira dos alemães, é preciso voltar alguns anos no tempo para conhecer suas origens.
O INÍCIO DE TUDO
O embrião do que viria ser o Helloween foi primeiramente chamado de Gentry. Os dois membros fundadores do Gentry foram Kai Hansen e Piet Sielck (anos depois, os dois também foram os membros fundadores do Iron Savior). Para completar o time, ainda recrutaram o baterista Ingo Schwichtenberg, assim como o baixista Markus Grosskopf.
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Apesar de ser uma época ainda de maturação musical para todos os envolvidos, esta formação compôs muitas faixas importantes para a história vindoura não somente do Hellowen, mas de outras bandas também. “Murderer”, “Gorgar”, “Metal Invaders”, assim como “Victim Of Fate”, foram algumas das que seriam utilizadas nos próximos anos pela primeira formação do Helloween. Mas também foi nesta época que nasceram composições como “Save Us” (gravada apenas na segunda parte de “Keeper Of The Seven Keys”, em 1988), “Heading For Tomorrow” (canção que foi deixada de lado pelo Helloween, mas depois foi reaproveitada por Kai Hansen anos mais tarde no primeiro disco do Gamma Ray) e “Iron Savior” (canção que em 1997 batizou o primeiro disco do projeto de mesmo nome inicialmente formado por Kai Hansen, Piet Sielk e Thomen Stauch, na época, baterista do Blind Guardian).
Em 1981, o Gentry passou a se chamar Second Hell e, em 1982, Iron Fist, em homenagem ao Motorhead. Em 1983, sob o nome Iron Fist, gravaram uma demo tape, mas no final deste mesmo ano mudaram em definitivo o nome para Helloween quando Piet Sielck decidiu abandonar o barco. Piet deuxou a banda para estudar e se formar engenheiro de som nos Estados Unidos, contudo, ele jamais pensou que em pouquíssimo tempo o Helloween se tornaria uma das principais promessas do Heavy Metal mundial…
FINALMENTE, HELLOWEEN!
Para substituir Piet Sielck, recrutaram o guitarrista Michael Weikath, que tocava numa banda chamada Powerfool. Quando Weikath chegou, o entrosamento com Kai Hansen foi praticamente instantâneo e os dois, por conseqüência, começaram a trabalhar em idéias musicais juntos.
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Em 1984, participaram da coletânea “Death Metal”, com as músicas “Metal Invaders” e “Oernst of Life”. Apesar do nome que hoje em dia nos remete ao Metal extremo, bandas como Hellhammer, Running Wild, assim como Dark Avenger estavam ao lado do Helloween nesta compilação.
Com a boa repercussão, em fevereiro de 1985, o quarteto alemão debutava com o EP/Mini LP auto intitulado. O registro trazia cinco composições do mais alto gabarito e chamou a atenção do público europeu. Logo, Kai Hansen e seus comparsas tinham um contrato e, no mesmo ano, mais precisamente em 18 de novembro, “Walls Of Jericho” chegava ás principais lojas do segmento para se transformar em um dos álbuns mais cult do Metal oitentista.
A resposta do público foi bastante positiva e rapidamente, o Helloween estava fazendo uma quantidade generosa de shows pela Alemanha e proximidades. Se canções como “Starlight”, “Murderer”, “Warriors”, “Cry For Freedom” e “Victim Of Fate” (todas do EP lançado em fevereiro) já tinham feito a cabeça do público headbanger, de tal forma que “Walls Of Jericho” chegou para mostrar que o quarteto ainda possuía muitos ases na manga.
UM TRACKLIST ESPETACULAR
A abertura poderosa trouxe a popular vinheta “Walls Of Jericho”, que se tornou praticamente um mantra entre os fãs da banda e é entoada até os dias de hoje. Na sequência, é emendada com “Ride The Sky” e nada poderia causar um estrago maior. E parece que a banda sabia disso. Pode se comparar esta abertura com os inícios de álbuns mais bombásticos da época. “Walls Of Jericho/Ride The Sky” é como “Heidi, Heido, Heida/Fast As A Shark”, dos também alemães do Accept, é como ouvir “Exciter”, do Judas Priest, abrindo o álbum “Stained Class”, de 1978, praticamente, anunciando que o Speed Metal estava chegando.
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O que impacta ainda mais o andamento de “Walls Of Jericho” é o fato da temperatura se manter elevada durante toda a audição. “Reptile” é um chute na porta, “Guardians” é tão crua quanto poderia ser, “Phantoms Of Death” apresenta um verdadeiro festival de riffs de guitarra e solos mirabolantes, enquanto “Metal Invaders” te faz berrar o refrão com o punho cerrado apontado para o alto.
E se você pensa que é só isso, está muito enganado. Ainda há espaço para hinos do tamanho de “Gorgar” e “Heavy Metal (Is The Law)”, assim como a épica “How Many Tears”, trazida do Powerfool por Michael Weikath ainda sob o nome “Sea Of Fears” e depois trabalhada com a ajuda de Kai Hansen até se transformar na obra magistral que conhecemos.
ALBUM REVIEWSDOOM METALPROGRESSIVE METALREVIEWSSLUDGE METAL
Portland progressive doomsters LORD DYING released their third album Mysterium Tremendum in 2019 to much critical acclaim. Fast forward to 2024 and the world is a very different place. Thanks to a global pandemic, global fuel and food crisis and all the war currently destroying various parts of the globe, it’s perhaps unsurprising that the theme of Death plays a huge part in LORD DYING’s new record Clandestine Transcendence.
This is not a new idea for the band though, as their last record was a full-on concept album that told the story of The Dreamer, an immortal being tired of living forever and finally seeking death’s embrace, and this new album acts as a direct sequel in terms of the concept. This time The Dreamer has finally died but now must go on a journey beyond death itself. This story is told well through the music and lyrics and makes for a progressive and eclectically deep journey, especially when the album is enjoyed in one sitting.
Given the theme, you would be right to expect a dark and heavy-hitting sound to the songs, thanks in part to the excellent work of producer Kurt Ballou of CONVERGE. Unlike more traditionally progressive rock, there is a rawness and a weight to the sound of these songs that gives them an organic, ‘live’ feel, despite the complexity of the arrangements and the variety of musical styles on display.
It is not an understatement to call this album ‘eclectic’. Compositions veer from complex, progressive and technical modern rock in the style of MASTODON and HIGH ON FIRE, to more retro-styled, melodic doom and stoner fare reminiscent of scene legends THE SWORD, before ramping up the heaviness and driving forward into sludgy, death metal-inspired pieces. Initially, this varied approach to songwriting can be a little bewildering, but those that stick with it will find themselves reaping wondrous rewards.
Opening track The Universe Is Weeping sets things up perfectly – a melancholy, echoing introduction of soothingly picked guitars before the pounding drums of Kevin Swartz crash the party, joined by the galloping bass of Alyssa Maucere and the twin riff attack of founding members Erik Olson and Chris Evans. Olson’s unearthly howls and growls also pair brilliantly with Maucere’s harmonising vocals to create something really original in tone and atmosphere.
Second track I AM NOTHING I AM EVERYTHING continues along a similarly bruising path, really underlining the heavier side of LORD DYING’s output, particularly the powerful chaos of the coda which is far more death than doom metal. Olson’s vocal performance continues to be a highlight for the rest of the album, moving between bluesy, gothic baritone to unholy, bowel-shaking guttural growls, all the while interweaving perfectly with the impressive musicianship that envelops them.
Album closer The Endless Road Home is another standout track and brings together everything that has come before it in a perfect blend – the brooding, doomy atmosphere, the twisting guitars, the driving rhythm section and the melancholy beauty of the melody, at once both desolate and hopeful. If you are open minded about your heavy music and are looking for something genuinely original to accompany the darkest of dark days in the bleak, British mid-winter, then you’d be a fool to miss out on this. Brutal, bold and beautiful in equal measure, it is a fascinating journey through modern heavy music and one that gets better with every listen.
Rating: 9/10
Clandestine Transcendence is set for release on January 19th via MNRK Heavy.
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DARK FUNERAL FRONTMAN HOSPITALIZED; WILL MISS UPCOMING SHOWS WITH GRÁ
DARK FUNERAL FRONTMAN HOSPITALIZED; WILL MISS UPCOMING SHOWS WITH GRÁ
Dark Funeral frontman Heljarmader has been hospitalized with thrombosis (blood clots) and will miss the next two shows with his other band Grá.
The 40-year-old singer said in a social media post:
Who wants to live forever? I've just returned from a really close conversation with Death himself but I'm not dead or dying yet. I suffered from a pretty severe thrombosis (blood clot), luckily I got hospitalized in time and I got the treatment needed to manage my condition, there's also a long term plan in the making for maximum recovery. I'm being well taken care of and have the right people, and family, right here with me. Please respect my privacy.
THIN LIZZY - VAGABONDS OF THE WESTERN WORLD (DELUXE EDITION)
THIN LIZZY - VAGABONDS OF THE WESTERN WORLD (DELUXE EDITION)
Greg Prato
Rating: 8.0
review classic rock rarities thin lizzy
I have a confession to make – I'm one of those kinda blokes who mostly prefers very specific eras of bands. Case in point, the DLR version of VH, Metallica with Cliff, Maiden in the '80s, etc. And the same goes for Thin Lizzy – as it's their stellar 1974-1979 period that has been my go-to for years. But it's not to say that the Lizzy period before they found their trademark sound – thanks to the twin guitar harmonies of Scott Gorham and Brian Robertson merged with Phil Lynott's poetic/storytelling lyrics – didn't give us a few goodies, as well. And a prime example is the last album offered up by Lizzy's trio line-up (Lynott, guitarist Eric Bell, and drummer Brian Downey) – 1973's Vagabonds Of The Western World.
With '23 marking the album's 50th anniversary, what better time to revisit/revamp Vagabonds than now, and better yet, as a deluxe edition – available as either a multi-disc vinyl version or CD box set, with the latter including a Blu-ray audio disc with a Dolby Atmos Mix of the album (supposedly the first-ever Atmos mix for the Lizzies).
Musically closer to Jimi Hendrix or Robin Trower than what Jailbreak or Bad Reputation would soon be, Vagabonds of the Western World contains such standouts as “The Rocker” (one of the few pre-'74 Lizzy tunes that would remain in their set going forward) and the sweet n' melodic “Little Girl In Bloom.”
And with this expanded version, we now have countless Euro radio performances from this era, as well as a non-LP single that would become a hit (and later covered by Metallica), “Whiskey In The Jar,” plus an early version of the tune “Suicide” (which would later reach its full potential on such later releases as Fighting, and especially on Live And Dangerous).
Although the temptation was certainly there to give this deluxe edition a higher rating, from a musical standpoint, Lizzy's subsequent albums beginning immediately thereafter are all-time classics – and prove far superior to Vagabonds. But from the standpoint of how well this deluxe edition was assembled, feel free to add an extra digit if you'd fancy doing so.
domingo, 14 de janeiro de 2024
KREATOR: Mille Petrozza faz balanço de 2023 e fala sobre o futuro
KREATOR: Mille Petrozza faz balanço de 2023 e fala sobre o futuro
“O mundo está em chamas, mas estamos unidos!”, declara Mille Petrozza, o irredutível timoneiro dos KREATOR.
Mille Petrozza, guitarrista, vocalista e líder dos thrashers KREATOR, usou o seu perfil oficial no Facebook para fazer um balanço de 2023 e revelar os seus planos para o novo ano. “Quero reservar um tempo para reflectir sobre 2023“, começou por escrever o músico alemão. “Foi um ano incrível para os Kreator. Demos concertos fantásticos e fomos convidados para os maiores e melhores festivais de metal do planeta… Num total de 85 espectáculos, visitámos amigos de todo o mundo. É difícil escolher um momento entre todos os momentos mágicos que criámos juntos durante esta jornada. Vocês, os fãs, têm sido fantásticos em todo o lado! Fico feliz e orgulhoso de fazer parte da comunidade do metal.
Mas adivinhem? 2024 vai ser ainda melhor! Vamos iniciar o ano a levar a digressão KLASH OF THE TITANS ao Japão, Austrália, Índia, Indonésia, Tailândia, China e vamos visitar os nossos fãs na Malásia e Singapura novamente depois de muitos anos de ausência. Em Janeiro, vai haver um anúncio ENORME para as nossas hordas europeias. Ainda não posso revelar detalhes, mas deixem-me dizer uma coisa: nenhum maníaco do thrash metal ficará desapontado!
Também estamos a trabalhar noutra digressão norte-americana, e planeamos gravar o próximo disco no início de 2025, já que estou a trabalhar em novas músicas dos Kreator neste momento! Em 2025, vamos estrear também o nosso documentário cinematográfico, criado pela realizadora Cordula Kablitz Post. O mundo está em chamas, mas estamos unidos! Paz“, conclui Mille Petrozza na publicação que podes ver na íntegra em baixo.
Como noticiado anteriormente, no próximo ano, os KREATOR regressam à estrada para uma digressão pelo Velho Continente que, entre actuações em festivais e espectáculos em nome próprio, os vai trazer a Portugal para uma data única na Sala Tejo da Altice Arena, em Lisboa, no 15 de Junho de 2024.
Por esta altura, Mille Petrozza e os seus KREATOR são muito bem conhecidos do público nacional, tendo construido uma relação sólida e bastante próxima dos portugueses desde que, nos idos de 1993, se estrearam por cá num marcante concerto no Armazém 22, em Lisboa.
Quando chegou ao nosso país pela primeira vez, o quarteto – que fica hoje completo com Ventor na bateria, Frédéric Leclercq no baixo e Sami Yli-Sirniö na segunda guitarra – já era uma figura de proa do speed/thrash germânico, parte de um triunvirato demolidor que incluía também os Destruction e os Sodom. Hoje, mantêm-se como uma das faces mais reconhecidas do movimento thrash europeu.
Porta-estandartes da tendência em território germânico, os KREATOR surgiram no início dos anos 80 e, ao longo da década seguinte, estabeleceram-se como um dos nomes mais influentes da sua geração graças a uma sequência de clássicos intemporais – e seminais! – composta por «Endless Pain», «Pleasure To Kill», «Terrible Certainty» e «Extreme Agression». Combinando o extremismo inerente ao estilo que os caracteriza com uma implacabilidade mordaz – espelhada em letras fortemente politizadas que têm uma clara tendência para apontar o dedo e não se furtarem a expor assuntos controversos – a banda de Essen não só sobreviveu incólume aos anos 90 como acabou por influenciar todas as gerações vindouras interessadas em replicar o seu génio violento.
Pelo caminho, mantiveram-se sempre persistentes e uma força imparável ao longo de uma carreira que, por esta altura, já ultrapassou a marca das quatro décadas, assinando verdadeiras declarações de vitalidade com os registos mais recentes, de que são ótimos exemplos «Phantom Antichrist», «Gods Of Violence» ou «Hate Über Alles».
Este último, já o 15º registo de originais num fundo de catálogo irrepreensível, prova que continuam a ser extraordinariamente inovadores e a estar um largo passo à frente de toda competição, sempre prontos a apresentar novas ideias e a tratar de si mesmos e dos seus fãs com a maior honestidade possível.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2024
Tommy Thayer não está “completamente pronto” para se aposentar
Tommy Thayer não está “completamente pronto” para se aposentar
“Não estou pensando em continuar tocando em outra banda ou algo assim – isso não me atrai”
Tommy Thayer, atual guitarrista do Kiss, falou sobre seu futuro e os avatares da banda.
Em uma entrevista recente ao Guitar World, o tema do último show da banda foi discutido. A performance aconteceu no dia 02 de dezembro de 2023 e a banda anunciou que continuaria em versão avatar. Tommy Thayer descreveu a experiência como “interessante” até agora, mas que “levará algum tempo para termos as imagens onde queremos.”
“Eu realmente não pensei sobre o que tudo isso significa no cenário geral, mas com a tecnologia evoluindo tão rapidamente, não há dúvida de que esta é a direção que muito [do] entretenimento está tomando.”
Com relação ao futuro, ele explica que ainda não está “completamente pronto” para se aposentar: “Tenho ideias e certamente opções em cima da mesa.”
“Não estou pensando em continuar tocando em outra banda ou algo assim – isso não me atrai. Mas estou ansioso por um futuro emocionante, trabalhando duro e fazendo parte das coisas boas que estão por vir.”
Tarja Turunen :Entrevista
Tarja Turunen é a maior vocalista mulher de metal da história. Confira entrevista exclusiva aqui.
Você está vindo ao Brasil com a turnê "Living the Dream - The Hits Tour". Como o nome sugere, os shows se concentrarão em seus maiores sucessos, certo? Podemos esperar músicas de toda a sua carreira solo, bem como de sua época no Nightwish? Acredito que você esteja super animada!
Você está correto. Estou em turnê com meu álbum "Living the Dream - Best Of". Essa turnê continuará até o final de 2024. Estou muito animada em retornar ao Brasil, sentir o amor de vocês e ouvir seus gritos :) Estou pronta!!!
O guitarrista Rafael Bittencourt, do Angra, participou do seu show "Circus Life". Foi uma honra para nós brasileiros! Você poderia compartilhar como foi tê-lo no palco? Como é sua relação com ele?
Conhecemos o Rafael há muito tempo e sempre foi um prazer fazer música com ele. Temos trabalhado juntos em diferentes eventos no passado, sendo o último deles o "Circus Life". O convidei para fazer parte do meu show especial, pois ele não é apenas um músico talentoso, mas também uma pessoa muito legal para passar tempo junto. Considero-o um amigo.
Você tem uma filha linda chamada Naomi. Você é finlandesa e seu marido Marcelo é argentino. Quais características da Naomi você percebe que vêm mais da cultura finlandesa e quais da cultura argentina?
A Naomi é uma bela mistura de nós, seus pais. Eu só espero que ela seja uma versão melhor de nós... Haha. Ela é uma menina muito aberta, destemida e feliz, que fala três idiomas e viajou pelo mundo várias vezes aos 11 anos de idade. Essa vida internacional com pais trabalhando com arte lhe deu liberdade para se expressar e compreensão das diferenças culturais e das pessoas. Da cultura finlandesa e da mãe finlandesa, ela adotou a mentalidade de buscar a perfeição, e da cultura latina, ela tem sua mente aberta e personalidade destemida.
Recentemente, você cantou "The Phantom of the Opera" com Marko Hietala, e isso tocou profundamente muitos fãs que esperavam ansiosamente por esse encontro. Quais foram seus sentimentos naquele momento?
Foi muito emocionante cantar essa música com ele depois de 18 anos. Já tínhamos apresentado a música tantas vezes no passado que agora, após todos esses anos, ainda parecia que estávamos destinados a cantá-la juntos. Foi realmente adorável. Não havia estresse, tensão, apenas felicidade e boas vibrações. Vamos repetir essa experiência em alguns dias na Finlândia em outro show.
Falando de Marko Hietala e do seu tempo no Nightwish, qual música você considera o seu melhor dueto com ele e por quê? Na minha opinião, é "Dead to the World"!
Há muitas músicas que compartilhamos no passado, mas minha favorita será "The Phantom", pois essa música é uma das razões pelas quais sou cantora hoje e por que eu queria aprender tudo sobre canto lírico quando era jovem. Foi realmente especial para mim que tenhamos gravado a música com o Nightwish, já que ela significa muito pessoalmente. O desafio vocal que vem com a música é simplesmente incrível. Eu gosto de me desafiar com ela.
"Outlander" levou bastante tempo para ficar pronto, cerca de 10 anos. Por que levou tanto tempo? E qual é o seu sentimento geral em relação a ele?
Foi um projeto que não tinha um prazo definido. Não estávamos com pressa para criar as músicas com o Torsten, e sempre que eu viajava para Antígua, no Caribe, onde o Torsten mora, trabalhávamos juntos nas músicas. Mas quando a pandemia atingiu o mundo e precisamos ficar em casa e não conseguíamos fazer turnês, decidi terminar o projeto. Escrevi o restante das músicas e suas letras, gravei todos os meus vocais sozinha em casa, na Espanha, entrei em contato com todos os guitarristas e o Torsten finalizou a produção das músicas em Antígua. Foi ótimo usar esse tempo e me inspirar com essas músicas e com os incríveis guitarristas com quem tivemos a oportunidade de trabalhar. Nunca pensei que conseguiria contar com Al Di Meola, Trevor Rabin, Joe Satriani, Mike Oldfield, entre outros músicos incríveis, mas consegui com "Outlander". O projeto é muito diferente de tudo o que fiz em minha carreira, e me deu liberdade para me expressar de forma diferente e sem pressão. Foi um projeto maravilhoso para trabalhar e isso não é o fim. Já estou me preparando para escrever novas músicas para o "Outlander"! Não deixe de conferir nosso álbum de estreia que foi lançado recentemente!
Este ano, comemoramos 25 anos de "Oceanborn", um de seus grandes trabalhos com o Nightwish. Qual é a sua música favorita desse álbum, e qual memória você mais guarda da produção desse disco?
Na verdade, a produção do álbum foi um processo bastante estressante para a banda, inclusive para mim como cantora. Queríamos lançar um álbum incrível, já que no início de nossa carreira nunca imaginamos conseguir um contrato com uma gravadora que acreditasse em nós, mas isso aconteceu felizmente já com nosso álbum de estreia. Essa situação nos colocou muita pressão, já que as expectativas eram altas. Naquela época, eu estava no início dos meus estudos de canto lírico na universidade e ainda não sabia muito bem como projetar minha voz para as músicas desse álbum. Então, me lembro de chorar no estúdio enquanto as gravava e não recebia ajuda nem apoio de nenhum outro membro da banda, na verdade, foi exatamente o oposto. Portanto, não posso dizer que tive um ótimo momento durante a produção do álbum. Talvez a música que eu mais valorize no álbum seja "Swanheart".
Seu primeiro álbum pós-Nightwish foi o excelente "My Winter Storm", que ainda apresenta músicas que você interpreta em seus shows até hoje. Um dos grandes sucessos é "I Walk Alone". Poderia compartilhar como foi o processo de composição dessa música?
Essa música me deu asas como artista. É uma música muito importante que me conecta com o meu público. A música não foi escrita por mim, mas sim por três compositores suecos: Mattias, Anders e Harry. Quando comecei a trabalhar no meu primeiro álbum solo, a gravadora Universal Music me enviou mais de 500 demos de músicas, esperando que eu escolhesse todas as músicas para o meu álbum. Isso não aconteceu, mas encontrei "I Walk Alone" entre todas essas demos e me apaixonei instantaneamente por ela. Alterei apenas um pouco a letra para tornar a música mais pessoal para mim e a gravei. Desde o início de minha carreira solo, foi muito difícil para mim trabalhar com músicas que não são de minha própria autoria, porque preciso sentir uma conexão muito profunda com as músicas. Eu prefiro escrever minhas próprias músicas, mas com "I Walk Alone", a situação foi diferente. Essa música me fez sentir que precisava dela para seguir meus sonhos, e eu estava certa.
Você colaborou com Tony Kakko do Sonata Arctica em "Beauty and the Beast" há muitos anos e cantou com Timo Kotipelto do Stratovarius em "Forever", em apresentações ao vivo. Poderia compartilhar sua opinião sobre essas duas grandes bandas finlandesas?
Estou extremamente orgulhosa desses caras. Fico feliz que ambos ainda estejam ativos na indústria após todos esses anos e estejam indo bem. Conheço ambas as bandas há muito tempo e sempre gostei de sua música e da companhia deles. Eles são como irmãos para mim! Recentemente, fiz uma turnê com o Stratovarius na Europa. A primeira banda de metal que fui ver ao vivo foi o Stratovarius, muitos anos atrás, então fazer turnê com eles me fez sentir que o ciclo estava se fechando. Foi uma experiência incrível.
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