terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Resenha: 'Nola', disco de estreia da banda DOWN

 





Contrariando a cena geral do cenário do rock, os anos 90 se apresentavam gloriosos para o jovem cantor Philip Anselmo. Ainda no fim da década anterior ele assumiria os vocais do Pantera, uma banda de glam metal que, até então, já havia lançado três discos e ainda não se encontrava, mesmo nos propícios anos 80.

A entrada de Phil na banda somada à mudança drástica de sonoridade do material fez a banda explodir em 1990. Nos quatro anos seguintes eles se manteriam no topo com três álbuns de grande sucesso mundial.

Apenas alguns meses após o lançamento do último álbum de sucesso absoluto do Pantera e ainda durante a turnê de divulgação do mesmo, Phil Anselmo ajustou sua agenda com os texanos e reuniu Pepper Keenan, vocalista e guitarrista do Corrosion of Conformity, Kirk Windstein e Todd Strange, vocalista e guitarrista e baixista do Crowbar, respectivamente e Jimmy Bower, guitarrista do Eyehategod. O supergrupo entrou em estúdio em 1994 e gravaram o álbum de estreia do Down.

Jimmy Bower era guitarrista de origem, mas tocou bateria na nova banda. Ele também já havia colaborado com o COC (Corrosion Of Conformity) e com o Crowbar, sempre sendo o responsável pelas baquetas.

Todos os integrantes do Down eram contemporâneos, haviam iniciado a carreira na mesma época e a maioria eram conterrâneos. Pelo menos três dele eram de New Orleans. Só não achei informações confiáveis sobre a cidade natal de Todd Strange. Pepper Keenan também não era de lá, mas, mesmo assim, tinha uma forte ligação com a cidade. A capital do estado da Louisiana sempre foi famosa por sua identidade com a música. Não por acaso, o disco debut do Down chamaria-se NOLA (abreviação de New Orleans – Louisiana).

Como não poderia deixar de ser, o álbum traz influência de todas as bandas de origem dos músicos. Sem contar que basicamente, todas as bandas se encaixavam no mesmo nicho. Anselmo chegou até a produzir sozinho o segundo álbum do Crowbar. Esse foi o único trabalho dele como produtor. No caso do primeiro registro do Down, produziram o material a própria banda e o não muito conhecido Matt Thomas.

Falando de forma mais direta, o álbum é uma verdadeira sequência de petardos. O primeiro deles chama-se “Temptation’s Wings”. Já na introdução da faixa que abre o disco, Keenan e Windstein fazem questão de deixar claro o papel das guitarras no som da banda. A gritaria de Phil Anselmo só é interrompida por um solo calmo e estranho dos guitarristas. Passado o solo, os cinco voltam a fazer o que sabem de melhor. Esse é um dos pontos altos das apresentações ao vivo da banda.

A segunda música é a que fez mais sucesso na carreira da banda, apesar de nem ela ter saído do cenário underground. “Lifer” começa com um riff poderoso de Pepper Keenan e conta com uma atuação menos intensa de Anselmo, exceto quando ele repete o verso “I’m a Lifer” com toda a energia que ele poderia tirar de suas cordas vocais. A título de informação, qualquer esforço mínimo de Philip Anselmo faria muitos de nós, simples mortais, perder a voz por alguns bons dias.

Nas duas primeiras faixas não há nenhum momento especial de destaque da cozinha, mas o conjunto da obra é destruidor. Baixo e bateria são responsáveis por um peso importante. As duas têm letras complexas e foram escritas por Anselmo e Keenan, os dois com maior participação nas composições da banda. Os outros músicos contribuem em uma ou outra faixa. A próxima é de autoria apenas do vocalista.

“Pillars Of Eternity” é de autoria apenas do vocalista. É uma pancadaria só. O batera Jimmy Bower é o primeiro a entrar em cena, seguido pelo restante do instrumental. Phillip Anselmo despeja todo o seu ódio e Windstein presenteia o ouvinte com dois belos solos na parte final da música.

A quarta faixa é “Rehab”. Ela foi composta pelo vocalista e pelos dois guitarristas. A música é claramente mais melódica, mas fala de forma enigmática sobre reabilitação, um tema bem presente na vida de Anselmo naquela época. Por isso o clima na primeira banda de Phil já não era dos melhores. Tenho pra mim que a criação do Down foi uma válvula de escape para o vocalista.

Rehab tem bastante groove e lembra o som do COC. Aqui Anselmo usa sua voz mais natural e limpa. Lembrando que a voz comum dele já é um tanto quanto cavernosa. Ele ainda atinge o gutural, mas em momentos isolados. Como normalmente sua voz já é muito grave, a transição do limpo para o gutural soa bem natural.

“Hail The Leaf” é soturna, misteriosa e repleta de distorções. Essa tem até uma ligeira ligação com a faixa anterior. Rehab trata da reabilitação enquanto Hail é praticamente uma aceitação do vício de modo geral. E como diz o compositor Phil Anselmo, o fumo o faz não sentir você e nada mais de tristeza e dor, nada mais.

“Underneath Everything” é a sexta faixa. O riff de introdução, de cara, me lembra “Walk”, o maior sucesso do Pantera. Não só por isso essa faixa me lembra muito a banda, pelos vocais de Phil, claro, e pelo conjunto de baixo e bateria. Além disso, os vocais sobrepostos do vocalista dão à canção um ar de modernidade. Na parte final da música há um dedilhado de violão. Coisa básica e desnecessária. Serve só de enfeite. A letra fala de uma descrença que leva à depressão.

“Eyes Of The South” tem uma introdução incomum. Após mais de um minuto e meio, o furacão Philip Anselmo acaba com a brincadeira dos quatro instrumentistas da banda com um sonoro “Goddamn!”. Ela também está entre as mais melódicas do álbum, ou melhor, menos pesada. Tem quebradas de ritmo e vocais limpos em alguns momentos. Em algumas apresentações ao vivo da banda, essa é a faixa de abertura. Normalmente Phil utiliza o tempo de sua introdução para conversar com a plateia. Essa e a anterior foram escritas pelo próprio Anselmo e Keenan.

“Jail” quebra todo o clima de pandemônio imposto por todas as músicas apresentadas. É uma verdadeira experimentação composta por quatro integrantes da banda. O único que não recebeu nenhum crédito pela composição é o baterista Jimmy Bower. A letra e a execução completa são densas e misteriosas. É a única faixa que envolveu músicos adicionais em sua gravação (teclado e percussão).

A voz de Phil é tão limpa como nunca e o conjunto é um tanto psicodélico. Isso mostra que psicodelia e Down (a banda) podem se encaixar numa mesma frase. É interessante que algumas passagens de outras músicas e principalmente em Jail, a banda se aproxima da sonoridade de seu vindouro segundo álbum, quando a abordagem do material dos garotos de Lousiana mudou radicalmente.

“Losing All” é uma das melhores! É apresentada por um riff duplo pesado e rápido das guitarras do Down seguido por mais uma boa atuação do vocalista. Já no riff a faixa me cativou. Mas a música é boa por inteiro. A banda se deixa levar por influências grunge e Anselmo guarda para a segunda metade sua voz mais agressiva. Até a letra lembra bastante a temática do movimento grunge, que explodiu nos EUA na mesma época do Pantera. Nesse caso o ponto alto vai para as guitarras. Como fazem uma senhora parceria Kirk Windstein e Pepper Keenan! Lembrando que em suas bandas de origem, os dois tocam guitarra base. No Down, os dois se revesam em base e solo.

A faixa dez chama-se “Stone The Crow”. De início ela mostra até um apelo pop incomum no universo da banda. Ainda no primeiro minuto os vocais de Alselmo lembram muito o ícone grunge Eddie Vedder. Mais um ponto positivo para o trabalho das guitarras na parte final da música. Na minha opinião, essa e a anterior Losing All, ambas compostas por Anselmo e Keenan, são as melhores do álbum.

“Pray For The Locust” é um dedilhado de violão de pouco mais de um minuto simples e bonito, sucedido por “Swan Song”. Como falar das guitarras é pleonasmo, vou falar da cozinha. O baterista Jimmy Bower castiga seu instrumento de trabalho sem dó nem piedade em todas as faixas. E o baixo de Todd Strange trouxe a ignorância e o groove do Crowbar para o Down. A energia dos dois é parte importante no peso do som da banda. O “canto do cisne” é de autoria de Phil Anselmo e fala até repetidamente de Deus sem nenhuma crítica ou ironia explícita.

“Bury Me In Smoke” dá o fim estiloso a NOLA. A música tem vocais rasgados, bom instrumental com groove e peso de sobra e belos solos na parte final. É o quarto single do disco. Os outros três são “Temptation’s Wings”, “Lifer” e “Stone The Crow”. Ainda sobre as melhores do disco, essa é digna de medalha de bronze. É mais uma escrita por Anselmo e Keenan.

Recomendo muito um show da banda realizado no House Of Blues em New Orleans (que eu saiba, não é oficial, mas o áudio e vídeo é muito bom. Achei no youtube). Público pequeno e banda pegando fogo encima do palco. Nessa apresentação, o álbum é tocado quase inteiro e algumas músicas tiveram até abordagens novas e interessantes. “Bury Me In Smoke” também fecha o show com os vocais de Phil Anselmo revezando entre o agudo e o gutural. Vocal limpo, nem pensar! Ponto para o batera Jimmy Bower, que, apesar de manusear as seis cordas no Eyehategod, parece ter nascido para comandar as baquetas. Todo o repertório ganha mais brilho diante da energia da banda, fugindo um pouco da produção seca da gravação do álbum.

Autobiografia de Ronnie James Dio está pronta e com previsão de lançamento, confirma Wendy Dio




A aguardada autobiografia do lendário Ronnies James Dio pode chegar até os fãs ainda este ano, afirma a viúva e empresária de longo tempo do artista, Wendy Dio.

A novidade foi compartilhada durante uma entrevista recente com a RockSverige, “Eu tenho o livro, a autobiografia de Ronnie, está finalmente finalizada com [o jornalista de rock] Mick Wall, e eu acho que será lançada no aniversário de Ronnie, no dia 10 de julho. Ronnie tinha escrito a metade dela, e eu e Mick Wall nos juntamos e encontramos muitas entrevistas, então eu ainda queria que fosse a voz de Ronnie. Eu estou muito feliz com isso.”

Wendy também atualizou os fãs sobre o andamento do primeiro documentário sobre a vida do ícone autorizado por sua família, e financiado e produzido pela BMG. “Provavelmente vai sair no ano que vem. Nós estívemos trabalhando nisso, e então teve que ser pausado porque eles tiveram que ir para a Europa entrevistar mais pessoas, e por conta das restrições de viagem [devido à pandemia da COVID-19], eles não conseguiram fazer isso. Esperançosamente será lançado em 2022.”

“Nós estívemos trabalhando nisso por alguns anos”, ela continua, e acrescenta que a produção irá percorrer toda a vida de Dio, desde sua infância, até seus dias com Elf até seu projeto final, Heaven & Hell. “Eu não posso falar sobre ainda porque eles não querem que eu conte tudo agora e então não vai ter nada para se falar quando for lançado [risos]”

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Fábio Figueiredo, ex-vocalista da John Wayne, morre aos 34 anos vítima da COVID-19

 




Luto no metal brasileiro: Fábio Figueiredo, ex-vocalista da banda John Wayne faleceu hoje, 31, aos 34 anos vítima de complicações da COVID-19.

A trágica notícia foi confirmada pela ex-banda do artista, que compartilhou com pesar que o músico, que sofria de diabetes, foi recentemente infectado pelo vírus que causou um quadro de pneumonia e tuberculose. Apesar da gravidade, Fábio apresentou melhoras que resultaram em sua alta do hospital, e ele já estava de volta ao trabalho, no entanto, complicações fatais surgiram.

“O Fah será sempre lembrado como uma pessoa excepcional, um coração enorme, brincalhão, um talento nato para a arte e um dos maiores frontmans que esse underground já viu!”, escreve a banda. “Sua obra jamais será esquecida, esses quase 10 anos que você se dedicou à John Wayne e tudo que você fez pela música pesada nesse país não existirão homenagens suficientes para agradecer e exaltar.”

Descanse em paz, Fábio.

Max Cavalera e filho, Igor, anunciam banda Go Ahead And Die

 





Max Cavalera está à todo vapor: depois de compartilhar que as gravações do novo disco do Soufly já estão rolando, o artista anunciou uma nova banda batizada como Go Ahead And Die.

A banda, que é composta por Max, o baterista Zach Coleman, e o cantor, baixista, guitarrista, e filho de Cavalera, Igor, começou com o pé direito assinando com a gigante do metal, Nuclear Blast.

“Uma colaboração única, pai e filho trazendo a velha escola com uma nova atitude!”, afirma Max sobre o projeto. “Riffs doentios e letras abrasivas de Igor e a bateria brutal de Zach Coleman (Black Curse, Khemmis) me inspiraram! Tempos extremos pedem música extrema.”

“Estamos muito entusiasmados em assinar com a Nuclear Blast. Eles são definitivamente a escolha certa para este álbum colossalmente pesado”, complementa Igor. “O G.A.A.D. irá entregar energia acelerada e movida por ódio que não era ouvida há anos.”

Zach também comentou sobre o projeto, “Eu não poderia estar mais animado por fazer parte do G.A.A.D. e ter o álbum lançado pela Nuclear Blast! Eu sinto que fomos capazes de capturar a agressividade (extrema) com o álbum. É uma mistura da velha escola (pense na era metal/punk de 1989) e novos sons que refletem o que está acontecendo ao nosso redor. Proteste e sobreviva!”

O próprio selo também compartilhou sobre receber a banda em sua casa, “Com um álbum tão pesado, brutal e furioso, o Go Ahead And Die deixará qualquer fã de metal com um sorriso no rosto. Com riffs do tamanho de pedras e uma atitude genuína e de f*der que fala sobre os horrores de hoje em dia, este álbum vai, sem dúvida, deixar uma marca no metal, e estamos felizes por fazer parte dessa jornada.”

domingo, 31 de janeiro de 2021

ENTREVISTA BURN KILL




1)COMO FOI O INICIO DO BURNKILL?


Bom, o início da Burnkill, foi com o antigo guitarrista (Lucas Maia) saindo de uma banda e querendo montar algo com um som autoral, então, ele e o antigo vocalista (Antony Damião) que faziam parte dessa banda resolveram sair e montar a Burnkill, logo em seguida me contataram (Jorge Luiz) e chamei meu irmão, que tocava guitarra na época (Henrique Frugoli) e logo em seguida, o baterista, (Anderson Lima) também ingressou na banda, e logo na primeira semana, já tínhamos nossa primeira música, que foi intitulada "Guerra e Destruição"


2)A banda gravou o guerra e destruição lançado em 2016?como foi a produção desse álbum?



Isso, então como nosso primeiro trabalho físico, tivemos ajuda de muitos amigos e familiares pra levantar fundos, fizemos rifa, venda de merchandising e isso fez com que conseguíssimos alcançar o valor esperado. As gravações foram no Rota Estúdio em nossa cidade Pouso Alegre/Mg, foi um processo de algumas semanas pra conclusão e foi uma experiência muito bacana visto que não tinhamos tido contato e experiência ainda com gravações. Para o próximo álbum com certeza teremos uma qualidade superior nas composições e produção do que foi o primeiro álbum.




3)Porque a banda optou em cantar em português?


Bom na época foi um desafio como sempre, existe muitas bandas brasileira executando música em inglês, resolvemos cantar em português para chamar mais atenção da galera e ao mesmo tempo criar uma identidade própria.


4)A BANDA LANÇOU O SINGLE Introitus – Odium E Algumas plataformas digitais?como está a produção do novo álbum?


Estamos compondo. Começamos a compor ainda em 2019. De lá pra cá passamos por uma mudança na formação e claro. Por esse período de quarentena que todos estamos enfrentando. A Ódio é uma das nossas primeiras composições ainda fruto da nossa formação anterior. Decidimos lançá-la separado. Para voltar a compor do zero com nosso novo line up. Contamos com o músico e nosso amigo Henrique Villela que fez a intro orquestrada para acompanhar o EP. E agora voltamos a focar em produzir o novo material para nosso próximo album.



5)vocês fizeram um mini documentário sobre a banda ,como foi feito e qual a importância desse documentário


Esse documentário foi idealizado pra que os integrantes contassem suas experiências e influências pessoais e com a banda também. Alguns integrantes já não fazem mais parte da banda mas foi muito bacana ter esse material. Esse mini documentário ainda contará com vídeos dos novos integrantes e como está sendo essa nova fase da banda e contando mais dos novos projetos. É importante termos esse tipo de material pro legado da banda.
  




                                
6?como está a formação atual do burnkill?

A formação atual está perfeita! Temos músicos com diferentes influencias e visões. O que faz muito bem ao processo criativo. Estamos desde a primeira jam conectados e em sintonia. Ansiosos para passar essa energia nos palcos, mas por enquanto focando-a para a criação de nossas composições. Acreditamos que o público será capaz de perceber as diversas influencias e tendências que cada músico traz para essa nossa nova fase.




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7)Quais influências a banda traz para o som do BurnKill?


A formação traz principalmente elementos de death/trash metal e algumas disgraceiras melódicas e esperimentais para dar um toque especial nas músicas.
Importante também dizer, principalmente sobre as influencias dos temas de revolta e protesto que são bem forte na banda e dão força e punch nas composições.
Assim também como as questões emocionais, que estão sendo abordadas nesta nova fase de composições junto novos riffs e shreds.
O som BurnKill é rasgado, bruto, sem noção e com carinho para somar a cena metal brasileiro.



8)Como a banda vê a cena do metal nacional de um modo geral?


O metal nacional vem perdendo a força a cada dia infelizmente, mais não podemos perder a esperança de novas bandas que estão dando o sangue dentro do país! Existem várias bandas de grande porte que vale a pena conferir e muitos outros estilos.


9)A pandemia trouxe vários problemas a humanidade,o que a banda acha desse real situação do planeta?

Realmente, essa pandemia foi uma merda, tivemos que parar a banda quase que por completo, e fizemos as coisas mais devagar do que o esperado, e como ela ainda está acontecendo, e ainda não temos segurança completa em nenhum lugar, ainda iremos fazer as coisas devagar e cuidadosamente, para evitar problemas maiores para nós e nossos familiares, e assim como planejamos entre nós da banda, temos em mente em voltar aos palcos e turnês o quanto antes, a banda está mais preparada do que nunca!


10)Deixe uma mensagem para os bangers aqui do HELL METAL ROCK ?


E falando em cena, vou deixar uma mensagem para os malditos escutadores de som pesado Hell Metal Rock!
A banda agradace a força de todos vocês por manter vivo o rock e metal, principalmente no underground. Tenho certeza que juntos vamos fortalecer cada vez mais esta cena. Vlw




ENTREVISTA POR ALEX MARTINS 
LINK DO POD CAST DESSA ENTREVISTA 
https://soundcloud.com/radiorock-rock/podcast-radiometal1
https://www.youtube.com/channel/UCFZPM-Nb0tzAxpRFrw3BiNQ
@BURNKILL
FACEBOOK/BURNKILL

sábado, 30 de janeiro de 2021

ENTREVISTA Null Positiv

 



Que o mundo do rock metal está cheio de bandas relativamente iguais , todos os amantes dessa estilo de vida já sabe ,mais encontrar bandas como o Null Positiv,que são relativamente novas e fazem um som totalmente diferente faz meu coração se encher de alegria, batemos um papo com a vocalista ELI BERLIN uma das maiores vocalistas da  atualidade.

1) Como o  Null Positiv COMEÇOU? 
 Desde os 16 anos, ganho meu dinheiro como cantora. Foi uma época difícil, às vezes tínhamos 150 shows por ano. Mas foi uma boa escola. Quando criança, tive vários treinamentos vocais diferentes. Hoje sou grata por isso. Eu amo a vida em turnê. Mas os primeiros anos me tornaram forte. Com 13 anos fiz minhas primeiras gravações em estúdio profissional. Aquilo foi engraçado.

Em 2015 comecei a procurar pessoas com a mesma mentalidade que estivessem dispostas a trabalhar numa música poderosa e moderna, caminho que senti que a minha carreira musical estava decidida a continuar. Foi um momento emocionante e emocionalmente agitado, sem saber qual seria o resultado e em que direção o projeto iria eventualmente.




2) VOCÊ É UM GRANDE VOCALISTA? COMO VOCÊ COMEÇOU A CANTAR? QUAIS SÃO AS SUAS INFLEUNIDADES? Eu escuto muita música e bandas. Um dos meus favoritos é o Korn. O álbum Life is peachy foi o primeiro que comprei para mim. Hoje eu tenho um mix de Asking Alexandria, neste momento ou Slipknot, Parkway Drive e claro Korn. Talvez eu compartilhe minha lista de sucessos no Youtube, então você pode ouvir o que está me inspirando.




3) Koma é o primeiro álbum a ser lançado em 31 de março de 2017 pela própria gravadora da banda, Triplebase Records?
 Antes disso, lançamos um EP chamado "Krieger"




4) Freiheit é um clipe muito bem produzido - como foi a produção desse clipe? e qual a importância de ter um material de qualidade? 
Durante a produção desse vídeo nos divertimos muito porque sempre fazemos tudo nós mesmos, nos reinventando e sendo criativos. Além disso, todos os supernumerários são bons amigos. No final das contas, é claro, o material sempre tem que ter uma certa qualidade e atender o gosto exato. 

5) Porque  a banda escolheu cantar em sua língua nativa?
 Não foi uma decisão. A questão nunca existiu para nós.



6) A banda tem um som único e destrutivo, como são feitas as composições? 
No último álbum "Independenz", trabalhamos nele por muito tempo com os músicos. Especialmente Bene e eu discutimos muito de forma construtiva. Mas no final ficamos todos felizescom o Resutado final.

7) Nosso mundo é diferente, como a banda está vendo essa nova realidade atual? Infelizmente tivemos que cancelar muitos shows. E certamente haverá mais alguns. Isso é muito triste. Esperamos poder fazer pelo menos alguns shows em 2021. Mas as aparências são apenas 20% do nosso trabalho. O resto correu normalmente.Temos um relacionamento muito bom com nossos fãs. Comunicamos muito através do nosso site, mas também através de plataformas de redes sociais como Facebook, Instagram ou YouTube. Portanto, sempre temos um bom contato. O lema dos nossos fãs é #wearenullpositiv

8) A Triplebase Records contrata bandas ou é exclusiva da banda?
 No momento, o Triplebase só funciona para nós. E mesmo que uma ou outra banda apareça, sempre haverá tantas bandas que podemos nos concentrar totalmente nelas.

9) Quais bandas brasileiras a banda conhece?
 Não tanto, mas claro Sepultura e a Semblant liderada por uma mulher.




10) Deixar uma mensagem  para seus fãs brasileiros e da America Latina ? 
Hello Basils! Esperamos que toda essa merda pandêmica acabe logo e que possamos fazer uma grande turnê pela América do Sul. Até então, nos vemos no https://www.nullpositiv.com

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Incantation: extermínio da humanidade




É bom ouvir uma banda como ela realmente soa em vez de ouvirmos a versão Disney World dessa mesma banda.»

«Muito obrigado pelo tempo que nos estão a dispensar, estamos muito agradecidos por isso», começa por dizer de forma muito honesta e humilde John McEntee, líder dos Incantation. Claro que lhes dispensamos tempo. Afinal, são os Incantation!

Nem só de death metal técnico ou futurista reza a história. Na verdade, em 1992, meados do apogeu do estilo, viveu-se um dos seus momentos mais prolíficos. Entre LP, EP, compilações e demos, muitas bandas norte-americanas, e não só, fizeram história nesse ano: Nocturnus, Obituary, Mortification, Morgoth, Therion, Hypocrisy, Amorphis, Massacra, Sadus, Bolt Thrower, Baphomet, Afflicted e Vader são apenas alguns dos gigantes que lançaram discos fundamentais para a evolução do género. O estilo começava a limar arestas e a maturar – ouvindo “Thresholds” ou “A Vision of Misery” sentimos que ambos os registos poderiam ter sido gravados ontem, tal continua a ser a sua indiferença ao inevitável passar do tempo. Como em qualquer estilo, porém, houve quem percebesse que o death metal estava a transitar directamente da infância para a idade adulta, ignorando por completo a adolescência, uma idade vital para a formação pessoal e para adquirir competências sociais básicas. Assim, e em vez de saltar completamente essa fase, houve quem chegasse a ela e decidisse vivê-la como deveria ser vivida. De forma rápida, inconsequente e 100% descomprometida, portanto.







Quase 30 anos passados sobre a era de platina do death metal, poucos registos serão tão importantes na actualidade como “Onward to Golgotha”, dos Incantation, consensualmente considerada uma das obras maiores do subgénero e que honra a sua essência mais pura: é agressivo, primitivo e cavernoso. Sem este disco, não existiriam bandas como Portal ou Dead Congregation, entre imensas outras. Trata-se de um trabalho DESTA importância. No entanto, John McEntee, eterno fundador dos Incantation, sabe que o caminho é em frente e 2020 dá as boas-vindas a “Sect of Vile Divinities”, o 12º registo do quarteto que vê a banda fazer um corta e cola de diversos períodos da sua carreira, desta feita apostando numa produção mais moderna, mas sem ignorar o som cavernoso clássico de 1992. Nada que tivesse sido planeado, como nos afirma o vocalista.

«Não pensámos muito nisso, na verdade. Queríamos que este disco fosse muito mais atmosférico, algo parecido com o que fizemos em “Diabolical Conquest” ou “Mortal Throne of Nazarene”, com muitas partes harmónicas e uma sensação estranha, medonha, agonizante. Algumas das músicas do novo disco são mais directas e complexas. Como compositor, quis revisitar ritmos simples e eficazes, como o que fizemos em músicas como “Profanation”, “Iconoclasm of Catholicism” ou ainda “Blasphemy”. Quis concentrar-me mais nesse tipo de riffs poderosos e relativamente orelhudos, mas sem perder a agressão e peso; portanto, sim, concordo que há um pouco de tudo neste novo disco. Em termos de produção, é sempre uma situação estranha, pois queremos sempre um som poderoso e brutal, mas, claro, também queremos a melhor produção final possível. Por vezes, dou sugestões de como o disco poderia ficar melhor em relação à produção e acabo por encontrar alguma resistência, porque não fica. [risos] Pessoalmente, gosto de um som mais cru e natural, gosto mais do som das demos do que das grandes produções. Este disco acaba por ser o trabalho mais refinado que fizemos até hoje. Estou feliz com o resultado – ouço-o e soa-me mesmo muito bem. Poderia ter ficado com um som um pouco mais cru, mas, de certa forma, acaba por ser cru de uma maneira muito própria. É difícil compará-lo com algo que fizemos há 30 anos, pois não éramos músicos tão bons nessa altura e incidíamos numa faceta mais rude e grosseira. No entanto, penso que isso não lhe retira agressão. Entendo o que querem dizer – afinal, o novo disco não tem uma produção idêntica a “Mortal Throne of Nazarene”, é claramente mais refinado, mas esse disco foi uma anomalia que resultou nisso devido aos problemas com os membros da banda nessa altura.»

Mas não é por isso que “Sect of Vile Divinities” se parece com um disco de death metal actual. Na verdade, e exceptuando alguns triggers obrigatórios na bateria, todo o som do novo trabalho é natural e amplo, algo que os puristas tanto prezam por ser parte fundamental do estilo. Naturalmente, quisemos saber como decorreram as sessões de gravação do novo registo. «Não tinha ideia que os triggers de bateria soavam tão óbvios, é bom terem referido isso. À excepção de “Onward to Golgotha” e “Mortal Throne of Nazarene”, que são 100% analógicos em todos os sentidos, todos os nossos discos têm triggers de bateria, embora nos esforcemos para que pareçam o mais naturais possível. Como sabes, os triggers existem apenas para dar consistência ao som, e nós gravamos o som natural em duas pistas e os triggers noutras duas. Depois, misturamos ambas, pois achamos que pormenores como o som do bombo devem ser a coluna dorsal em que todo o trabalho se apoia. Assim, enviámos as músicas analógicas e digitais ao Dan Swanö [produtor de “Sect of Vile Divinities”] para que ele pudesse ter o máximo de opções possíveis, visto que não estivemos juntos em estúdio. Assim, ele poderia utilizar ambas como melhor entendesse, deixámos isso à sua vontade, pois ele é o mestre da produção. Se fosse eu a produzi-lo, teria ficado terrível, uma porcaria. [risos] Gosto de trabalhar com o Dan porque é da nossa geração, entende o underground e entende-nos, sabe que quereríamos um som orgânico, sem uma grande produção, que é o tipo de produções que bandas como The Black Dahlia Murder usam. Ele sabe isso. Necessitamos de uma certa quantidade de atitude old-school. É um gajo muito fixe, o que também ajuda.»




Ou seja, nem sempre o que soa melhor é, de facto, melhor. «Não há dúvidas de que o death metal sofreu imenso na atitude devido à produção e aos truques em estúdio, da utilização do ProTools – isso estragou tudo. Venho de um tempo em que tínhamos de tocar tudo em estúdio, tínhamos de dar o nosso melhor no álbum. Hoje, com o ProTools, clicas no botão do rato e uma parte de guitarra fica bonita. As bandas não se sentem obrigadas a ensaiar tanto, perde-se a alma do estilo. Quando é tudo muito bonito e digital, perde-se o feeling da música. Para mim, as melhores bandas são as que me fazem sentir que estão a dar o seu melhor. Não me interessa que a banda seja milimetricamente perfeita, mas que me faça sentir algo quando a ouço. Venho dessa onda mais rock n’ roll, menos estéril. Por isso é que não gosto da música actual, que está repleta de computadores, baterias digitais, efeitos EBM ou lá o que for. Para mim, é música sem alma, é sempre [imita uma batida de música electrónica] tum, tum, tum a toda a hora. Fico feliz quando percebo que existem bandas actuais a tentarem imitar o som do death metal inicial, antes de existirem computadores que faziam tudo. É bom ouvir uma banda como ela realmente soa em vez de ouvirmos a versão Disney World dessa mesma banda. Como músico que sou, acho negativo teres tanto auxílio digital, porque se torna difícil dares o teu melhor enquanto músico. É tentador poderes aperfeiçoar tudo com essas ferramentas, mas, por vezes, deves deixar as coisas serem o que são. Se por vezes não consegues tocar uma parte a 100%, deves deixá-la como está, pois assim soará sempre a algo legítimo, realista. Nos anos 90 tinhas bandas muito coesas e técnicas, como Atheist, Suffocation, Crytopsy e Atrocity, mas soavam e soam muito melhor do que as bandas técnicas actuais. Quando vês as novas bandas ao vivo e vês que não conseguem ser o que são em disco, percebes que algo está mal. Foi o que aconteceu com o ProTools nos anos 90. Ouvias as possibilidades que a ferramenta te oferecia e ficavas maravilhado. No entanto, quando ouvias muitos bateristas ao vivo, dizias: ‘Uau, este gajo é péssimo, como é possível?’ Era possível, claro, porque o ProTools não funciona ao vivo e a cores.»

Por fim, sabemos que os Incantation vão andar na estrada com os Belphegor e os Necrosy já neste Outono pela Europa, o que deve ser bastante satisfatório para uma banda que acabou de lançar um disco novo. «Espero que as coisas estejam melhores no Outono. Seria errado dizer que não estou preocupado com a situação. Soube que os Atheist cancelaram uma digressão em Setembro ou Outubro por causa de vôos cancelados dos Estados Unidos para a Europa, espero que isso mude. Mas estou muito optimista e ansioso e feliz em promover o novo disco ao vivo. Já fizemos muitas digressões com os Belphegor, conhecêmo-los bem e sabemos que correrá tudo bem, principalmente porque os fãs vão querer sair de casa depois desta pandemia para verem um bom concerto de death metal. Espero que as coisas melhorem, embora só mais próximos da data saberemos. Neste momento, não conseguimos programar nada, temos de esperar para ver.»