quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
BENEDICTION TRANSCEND THE RUBICON
Dando seqüência na clássica discografia do Benediction, “Transcend the Rubicon” com certeza é o disco mais comentado e apreciado entre os fãs da banda e do Death Metal em geral, ocupando lugar de destaque entre os grandes lançamentos do gênero.
Ao analisarmos os discos anteriores, veremos que a banda já possuía uma sonoridade própria, ainda que faltasse amadurecimento técnico entre os músicos e um maior cuidado na produção. A entrada do baixista Frank Heally – ocorrida durante a turnê anterior – talvez tenha influenciado o restante dos músicos, devido a sua experiência com o Cerebral Fix, já que o nível técnico de “Transcend the Rubicon” elevou-se consideravelmente, produzindo assim algumas das músicas mais marcantes de sua carreira. A capa, desenhada pelo mestre Dan Seagrave também tem seu lugar de destaque nessa obra, recheada de detalhes e sem dúvida do lado de “Arise” do Sepultura é um dos melhores trabalhos do artista. Essa travessia macabra do rio Rubicão é certamente uma das melhores artes do Death Metal.
O disco abre com “Unfound Mortality”, alternando partes mais rápidas com momentos mais lentos, característica comum de suas composições. O mais interessante nessa faixa, é que em certa parte a música é simplesmente interrompida, para em seguida, envolta em novo ritmo, dar seqüência a pancadaria, voltando a sua forma original. O vocalista Dave Ingram solta berros sem dó nem piedade, assemelhando-se com seu antecessor, Mark “Barney” Greenway. “Nightfear”, viciante, usa a velocidade como aliada, um verdadeiro arregaço, de riffs cortantes e peso matador. Aliás, o serviço de Peter e Darren neste álbum é algo fora do normal, e ao que me parece, eles resolveram tirar da “sacola de riffs” um punhado de “navalhas sonoras” e jogar na sua cara!
“Paradise Alley” e “I Bow to None” seguem o trabalho com a podreira característica, sem nunca abandonar o peso descomunal dos riffs, seja em momentos lentos ou mais velozes. “Painted Skulls” é fora do comum, seu começo trabalhado é o grande destaque, mostrando uma quebradeira muito legal, para em seguida iniciarem uma jornada mais “doom”. Como todas as músicas são de igual valor, não preciso descrever uma por uma, creio que o ouvinte o fará ao ouvir esta obra prima, mas, não posso deixar de citar o cover para “Wrong Side of the Grave”, do The Accüsed. Trata-se de um dos covers mais matadores registrados, contando ainda com a participação especial de Karl (Bolt Thrower), Jan Chris (Gorefest) e Macka (Healer) nos vocais, fazendo aquela alternância entre as vozes que ficaram matadoras, ou seja, ao mesmo tempo em que há vocais guturais, existem os mais gritados, envoltos por esta excelente e inspirada composição.
Embora não seja um disco conceitual sobre o assunto ou qualquer coisa parecida, é interessante citar que a expressão “Transcend the Rubicon” refere-se à ideia de ultrapassar ou transcender um ponto crítico ou um ponto sem retorno em uma situação. A origem da expressão está ligada ao episódio histórico conhecido como a travessia do rio Rubicão por Júlio César em 49 a.C. Na Roma Antiga, o Rubicão era um pequeno rio que marcava a fronteira entre a província italiana da Gália Cisalpina e a Itália propriamente dita. Sob as leis romanas da época, generais romanos eram proibidos de cruzar o Rubicão com suas tropas e entrar na Itália, a menos que recebessem autorização direta do Senado. Quando Júlio César cruzou o Rubicão com suas tropas, ele desencadeou uma série de eventos que levaram à guerra civil e, eventualmente, à ascensão de César como ditador de Roma.
Relançado com algumas faixas bônus, “Transcend the Rubicon” está lado a lado com os grandes clássicos do Death Metal, e fazendo frente do lado do Bolt Thrower, Napalm Death e Carcass quando se fala em Death Metal vindo da terra do Iron Maiden e Judas Priest.
Track list:Unfound Mortality
Nightfear
Paradox Alley
I Bow to None
Painted Skulls
Violation Domain
Face Without Soul
Beakhouse
Blood From Stone
Wrong Side of the Grave (The Accüsed Cover)
Artefacted/Spit Forth
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