domingo, 2 de julho de 2023

Discografias Comentadas: Destruction Parte II









Já nos anos 2000 e animados com a ótima recepção de All Hell Breaks Loose [2000], o Destruction agora entra em uma fase quase industrial de lançar vários discos com poucos anos entre eles (em média de 1 a 3 anos) seguidas de turnês para promovê-los. Schmier volta a assumir a liderança principal em termos de composições, com eventuais colaborações de Sifringer e dos outros vários integrantes (principalmente bateristas) que passaram pela banda em todos esses anos. E já nessa virada de milênio eles soltam um álbum que seria um dos mais elogiados da sua discografia!

The Antichrist [2001]

Com a produção e participação de Peter Tatgren (do Hypocrisy), o Destruction não só voltou à sua melhor forma como lançou esse petardo que conseguiu uma rara façanha na música: ser considerado por muitos fãs o melhor de sua discografia isso sendo o sétimo disco de estúdio e sem exatamente estar em sua “formação clássica”. Com temáticas heréticas (como o próprio nome do álbum sugere), a banda mete o pé no acelerador e produz faixas pesadas, velozes e furiosas tais como “Thrash till Death” e “Nailed to the Cross” e algumas mais cadenciadas mas tão boas quanto como “Meet your Destiny”. Embora até um tempo atrás eu ainda gostasse mais de D.E.V.O.L.U.T.I.O.N. [2008], este disco galgou algumas posições em minhas preferências pessoais sendo agora meu segundo favorito (com o de 2008 caindo para um quarto lugar). Não dá para negar que Mike Sifringer reuniu seus melhores riffs de guitarra para juntá-los todos neste álbum. Todo mundo que curte thrash ama as guitarras deste álbum. E com toda razão. Excelente e memorável, ouça este disco e curta todo o seu peso. Curiosamente, ele saiu apenas duas semanas antes dos ataques aos Estados Unidos de 11 de setembro. Embora o cristianismo seja o alvo principal, dá de se considerar que todas as religiões em si receberam críticas fortes nas letras aqui. Parece até que estavam prevendo o ataque.

Após o término das gravações. o baterista Sven Vormann anuncia a sua saída da banda. Ele publicou uma nota dizendo que a vida na estrada em volta de longas turnês não era para ele e que saiu do Destruction amigavelmente. Sem perder muito tempo, a banda chama Marc Reign para as baquetas.

Metal Discharge [2003]

Sempre difícil para o álbum seguinte se destacar após um grande clássico ter sido lançado. Metal Discharge cai nesta categoria. Apesar de eu considerá-lo um bom disco, nota-se claramente uma queda em termos de arranjos, riffs e criatividade. Há muitas coisas boas por aqui, canções como “The Ravenous Beast” e “Desecrators (of the New Age)” são muito boas, mas há outras que considero pobres ou repetitivas tais como “Mortal Remains” e “Vendetta”. A primeira parece que foi produzida por uma banda nanica noventista com poucos recursos (a produção inteira do disco sofre, mas aqui foi pior) e a segunda tem uma cara de filler descartado dos primeiros discos. Sifringer parecia preguiçoso e não inspirado quando criou ou tocou os riffs dessas músicas. Ainda que com defeitos, o disco me agrada por ser um thrash interessante e que me anima a ouvir se considerarmos o disco por inteiro. O próprio trio decidiu se autoproduzir, o que não foi a melhor das ideias. Melhorariam nos álbuns seguintes, mas por aqui ainda estavam crus. Prefira outros álbuns já citados nesses meus textos para conhecer a banda e ouça esse aqui depois de conhecer os principais.

Inventor of Evil [2005]

Mantendo a formação anterior e sem inventar muito, este disco soa como o anterior mas muito melhor trabalhado. As faixas são mais fortes, os riffs e solos melhores e o baterista Marc mandando ver com velocidade e viradas alucinantes. Não há surpresas aqui (exceto talvez uma extensa lista de convidados famosos fazendo backing vocals em “The Alliance of Hellhoundz”), você terá um ótimo disco thrash para curtir e banguear bastante. É como aquele restaurante de sua confiança quase sempre com as mesmas receitas mas que você bate lá com frequência atrás de uma comida de boa qualidade a um preço em conta. As faixas de destaque para mim são a já citada “The Alliance of Hellhoundz”, o peso de “The Chosen Ones”, os ótimos riffs de “Under Surveillance” e de Schmier se esgoelando nos refrãos de “Twist of Fate”.

Thrash Anthems [2007]

Não costumo olhar com bons olhos estes esquemas de regravar material antigo ou de novas versões de clássicos, mas aqui eu dou o braço a torcer. Nada de incrível, mas curti as boas versões mais modernizadas de velhas faixas conhecidas dos fãs do Destruction. O foco foi regravar as suas melhores músicas dos discos oitentistas da banda junto a mais duas inéditas que são “Profanity” e “Deposition (Your Heads will Roll)”. As canções do primeiro disco Infernal Overkill [1985] foram as que ganharam mais com a produção nova. “Invincible Force” por exemplo ganhou nova vida. “Curse the Gods” do segundo álbum ficou muito melhor que a original em minha opinião. Várias outras melhoraram, embora algumas como “Sign of Fear” ainda gosto mais da crueza da original. É digamos que um “best of” para aqueles fãs que compram tudo de uma determinada banda que amam e que, se você amar o Destruction, vale a pena. Do contrário, vale como uma ótima curiosidade.

D.E.V.O.L.U.T.I.O.N [2008]

Este sim é um dos meus discos favoritos desta década dos alemães. Depois de um bom tempo, finalmente senti que a banda tentou ousar mais em seu thrash e o fez corretamente! Peso e velocidade são muito legais, mas as vezes um riff mais cadenciado e lento aqui, uma harmonia fora do comum acolá caem bem aos ouvidos. Você percebe guitarras e baixos tocando de forma diferenciada e se destacando (principalmente este último) e a banda também pegando algumas influências mais extremas do death e do black metal de forma mais clara. O disco inteiro é muito bom, mas as cinco primeiras faixas fazem parte dos melhores momentos em toda a discografia do Destruction. Eu recomendo muito que ouça este álbum que demonstra que os velhos thrashers ainda tem muitas ideias para canções pesadas e lenha para queimar!

Infelizmente, em 2010 logo após a gravação do DVD A Savage Symphony – The History of Annihilation [2010], o melhor baterista que a banda já teve, Marc Reign, os deixou alegando que o stress e o excesso de trabalho prejudicaram as relações pessoais e profissionais junto a Schmier e Sifringer. Empilhando discos um atrás do outro junto a turnês mundiais, era de se esperar. Os caras nesta década de 2000 tocaram em tudo o que foi canto e praticamente viveram na estrada quase sem descanso.

A banda chamou então o polonês Wawrzyniec Dramowicz, ou Vaaver para os íntimos. Mal sentou no banco e, como de costume, veio disco novo já no ano seguinte à sua entrada.

Day of Reckoning [2011]

Diferente do anterior, aqui temos o Destruction sendo aquele Destruction padrão como no disco Metal Discharge [2003]. Ótimos riffs, ótimos vocais de Schmier, mas infelizmente sem o carisma e as boas composições presentes em álbuns anteriores. Nenhuma novidade, nenhuma ousadia, nada. É um disco bem feito como bons álbuns do Destruction normalmente são, mas sem qualquer destaque na discografia dos alemães. Somente “Devil’s Advocate” me agradou um pouco mais e achei o cover para “Stand up and Shout” do Dio bem sem graça. É um disco que acaba entrando por um ouvido e saindo pelo outro sem deixar muitas lembranças. Tem muitos outros melhores que você pode ouvir antes de tentar este.

E chegamos ao final da segunda parte da discografia do Destruction. Restam ainda cinco álbuns aos quais irei comentar em cerca de 20 dias. Até lá!

DIO: ANUNCIADA A DATA DE LANÇAMENTO DO DOCUMENTÁRIO “DIO: DREAMERS NEVER DIE












Ronnie James Dio foi uma das figuras mais importantes do heavy metal. Tendo sido a voz de Rainbow, de Elf, de Black Sabbath e de seus projetos solos, acumulou uma série de trabalhos inesquecíveis e até hoje celebrados em todo o mundo.


Um novo documentário intitulado “Dio: Dreamers Never Die” foi anunciado com o lançamento previsto para o dia 29 de setembro, via Mercury Studios. O próprio irá abranger a história de vida e de carreira de Dio, sendo lançado em DVD e Blu-Ray, e também contará com 20 minutos de imagens exclusivas adicionais em todas as versões da obra.

O documentário oferece uma visão íntima da vida de Dio e de suas relações próximas com pessoas como Wendy Dio, Tony Iommi, Geezer Butler, Glenn Hughes, Vinny Appice, Lita Ford, Rob Halford, Sebastian Bach, Eddie Trunk, Jack Black, dentre outros.

“Dio: Dreamers Never Die” foi originalmente estreado durante o 2022 SXSW Film Festival. Exibido com a presença da viúva e empresária do vocalista, Wendy Dio, que atuou como diretora executiva do filme e afirmou ter uma ideia específica ao montar o documentário.

Maravilhas do Mundo Prog: Uriah Heep – Salisbury [1971]





Maravilhas do Mundo Prog: Uriah Heep – Salisbury [1971]





Formado em 1969, o Uriah Heep notabilizou-se no início da década de 70, mais precisamente em 1972, com os álbuns The Magician’s Birthday e Demons and Wizards, os quais apresentaram uma sonoridade fortemente calcada no órgão Hammond e no peso das guitarras, e com letras falando sobre magia e misticismo que acabaram inclusive erroneamente fazendo com que alguns setores da imprensa classifica-se o grupo com uma certa ligação ao satanismo.

No final da década de 70, o grupo sofreu uma grande transformação musical, que afetou bastante o som do grupo, peregrinando pelo pop, o AOR e até mesmo o Metal mais pesado que dominou o início da década de 80. Com a entrada do vocalista Bernie Shaw em 1988, o Uriah finalmente construiu uma nova face, a qual vem carregando até os dias de hoje, voltada para um hard rock não tão pesado quanto na década de 70, mas sim um som bem trabalhado e capaz de agradar tanto aos velhos quanto aos novos fãs.

Porém, antes do sucesso, o grupo peregrinou por outras áreas sonoras. em seus três primeiros álbuns, o grupo apresentou desde o mais tradicional blues (“Lucy Blues”, de … Very ‘Eavy … Very ‘Umble, o primeiro disco, de 1970), passando pelo folk (“Lady in Black”, de Salisbury, lançado em 1971) até psicodelia lunática de Londres (“Shadows of Grief” , de Look at Yourself, lançado em 1971), e foi exatamente no meio dessa mutação musical que o grupo passava que acabou rolando um pequeno flerte com o progressivo, concebendo uma Maravilhosa cria chamada “Salisbury”.
The Stalkers: Dave Garrick, Mick Box, Rog Penlington, Richard Herd e Alf Raynor

As origens do grupo vem ainda em 1967, quando o jovem guitarrista Mick Box passa a integrar o grupo beat The Stalkers. Acompanhado por Roger Penlington (bateria), Richard Herld (baixo), Alf Raynor (guitarras) e o primo de Penlington, David Garrick (vocais). A dupla Garrick e Box rapidamente começou a compor canções e vislumbrar um futuro melhor longe do The Stalkers, e então, em 1968, ambos abandonam Penlington para formar o Spice. Com o nascimento do Spice, David resolve adotar um pseudônimo, Byron, e a partir de então, passa a ser reconhecido como David Byron, um dos maiores vocalistas das história, e que completaria 76 anos no próximo dia 29.


Spice: Mick Box, Alex Napier, Paul Newton e David Byron

Completam o Spice Alex Napier (bateria) e Paul Newton (baixo). O som do grupo era muito pesado para sua época, destacando principalmente o brilhantismo das composições. O grupo fez uma série de apresentações que chamaram a atenção do empresário Gerry Bron, o qual satisfeito com a sonoridade dos garotos, levou-os a assinar um contrato com a recém formada Vertigo. O inesperado contrato possibilitou ao quarteto fazer uma série de gravações no Lansdowne Studios de Londres, já no final de 1969 e com um novo baterista, Nigel Pegrum.

Foi lá que, ao ler o livro David Copperfield, de Charles Dicken, o Spice mudou para Uriah Heep, uma homenagem aos cem anos da morte do autor britânico.

O quarteto produziu uma série de canções, até que Box decidiu que a entrada do Hammond poderia incrementar ainda mais o som deles, na linha do que o Vanilla Fudge estava fazendo nos Estados Unidos com o álbum Renaissance (1968). O primeiro músico a ocupar o posto de tecladista do Uriah foi Colin Wood, seguido pelo ex-colega de Newton no The Gods, Ken Hensley. Hensley também era um guitarrista de mão cheia, tocando slide como poucos, e seu casamento com as composições de Byron e Box foi imediata, e logo em seguida, partem para a conclusão do álbum.
… Very ‘Eavy, Very ‘Umble … (original à esquerda, americano à direita)

Porém, Napier acabou sendo substituído por Nigel Olsson, baterista do grupo de Elton John, que então foi responsável por finalizar o disco. A estreia da banda ocorre em 1970, com … Very ‘Eavy, … Very ‘Umble, um disco bastante pesado e inovador, que gerou o primeiro clássico para os britânicos, “Gypsy”, faixa que já abre o LP com uma potência descomunal. O lançamento americano trouxe uma capa bastante diferente, assim como uma pequena modificação no set list, com a entrada de “Bird of Prey” no lugar de “Lucy Blues”.

A imprensa caiu em cima, criticando bastante o som dos jovens músicos, inclusive com a famosa citação da Rolling Stone americana, afirmando que cometeria suicídio caso a banda fizesse sucesso. Porém, a boa sequência de apresentações continuava. Uma mudança na formação ocorreu, com a entrada de Keith Baker no lugar de Olsson, que voltou para o grupo de Elton John (sendo inclusive o responsável pelas baquetas no clássico Goodbye Yellow Brick Road, de 1973). A nova formação então, entre outubro e dezembro de 1970, gravam o ambicioso segundo álbum, Salisbury.
Ken Hensley, David Byron, Paul Newton, Mick Box e Keith Baker

Lançado em janeiro de 1971 (e em fevereiro do mesmo ano nos Estados Unidos), Salisbury destacou-se por conta da incrível evolução que o grupo tinha na parte das composições, méritos principalmente de Ken Hensley. Também é importante ressaltar que assim como a estreia, a capa do lançamento americano, assim como o set list, são diferentes em relação ao lançamento britânico.

O álbum na sua versão britânica abre com a pancada “Bird of Prey”, com os vocais de David Byron revelando-se agressivos, complementados ainda por vocalizações agudas que tornaram-se uma das marcas registradas da carreira do Uriah. A balada psicodelia “The Park” possui um lindo momento jazzísitico, do qual o solo de Hammond é o que mais fascina os ouvidos. Em “Time to Live”, temos uma canção mais pesada, com Box exibindo-se com o wah-wah, e o lado A encerra-se com a clássica “Lady in Black”, animadíssima faixa acústica cantada por Ken Hensley, que facilmente tornou-se um hino na carreira do quinteto.
Contra-capa da versão original inglesa de Salisbury

O lado B abre com a veloz “High Priestess”, onde o que brilha são as guitarras gêmeas da dupla Box / Hensley, além do último fazer misérias com o slide. E eis que chegamos na Maravilhosa suíte que dá nome ao álbum. Logo de cara, a imponência dos metais da orquestra assombram o recinto, acompanhados pelo Hammond de Hensley. Um breve tema no oboé marca a entrada das vocalizações, enquanto os metais simulam uma espécie de riff. Outro breve tema, agora executado apenas pelas trompas, é seguido por um longo acorde de Hammond, que estoura em um tema feito ao mesmo tempo pelos metais e Hammond, em um arranjo encantador.

A entrada da bateria marca o surgimento do primeiro riff de “Salisbury”, com os metais e o Hammond sendo o centro das atenções. Enquanto o andamento quase marcial da bateria conduz as intervenções dos metais e as passagens do órgão, a guitarra passa a solar timidamente, e assim, constrói-se a base que irá acompanhar a voz de Byron.
Lord David Byron

O vocalista transborda emoção em sua interpretação, e o arranjo da orquestra é arrepiante. Baixo, órgão e bateria fazem intervenções pontuais a cada frase cantada por Byron, assim como instrumentos distintos como flauta, oboé e trompete fazem pequenas intervenções durante a segunda estrofe vocal, que é encerrada por uma série de escalas feitas por guitarras e metais.



Dela, nasce uma longa sequência instrumental, que começa com um veloz duelo de guitarra e órgão, enquanto baixo e bateria acompanham galopeando pelas caixas de som, e com diversas interferências da orquestra. O andamento jazzístico de Newton e Baker apresentam o gigante solo de Hammond, no qual Hensley abusa de notas velozes enquanto a orquestra circunda seu instrumento com passagens sombrias e enigmáticas. Ao mesmo tempo, vale destacar a performance precisa das escalas de Newton. Um crescendo arrepiante é realizado pela orquestra, causando uma explosão sonora digna das grandes orquestras dos tempos áureos das Big-Bands, encerrando esse trecho instrumental com mais uma série de notas repetidas por metais e guitarra.
O Mago Ken Hensley

“Salisbury” modifica-se abruptamente com a entrada do Hammond, o novo condutor da canção, que puxa um novo riff, o qual é repetido pelo baixo. A orquestra faz viajantes passagens, trazendo a guitarra de Box com notas tímidas e breves, tocadas com a presença do wah-wah. É aqui que começa a preparação para o show particular de Box.
Mick Box

Antes, Byron retorna para soltar a voz, intercalado pela presença de fagote, oboé e dos metais, sempre com o andamento cavalgante do baixo e bateria, que resgatam parte dos riffs apresentados na introdução. A angústia e curiosidade gerada pela suíte aumentam enquanto Byron solta sua voz, e é incrível novamente a genialidade do arranjo, com a flauta surgindo entre as frases de Byron inesperada e magnificamente.

Eis que Box resolve dar as caras, e impiedosamente pisoteando o wah-wah, sola endiabrado sua Les Paul, em escalas velozes, bends agudos e vibratos que acabaram virando um ponto de referência para quando cita-se as qualidades técnicas de Box. O que ele constrói nessa série de três solos realizados em um andamento de quatro passagens cada um, intercalados por vocalizações e belas passagens orquestrais, é de se fazer comer o chapéu. A personalidade que o menino de apenas vinte e três anos coloca em seu solo, além de uma precisão e feeling raros, não tem comparação, e uma pena que poucos deem valor para o hoje gordinho Box.

Uma série de notas repetidas entre orquestra, guitarra, bateria, baixo e guitarra retorna ao riff inicial, trazendo novamente os vocais de Byron, que repete as primeiras estrofes de “Salisbury” para encerrar essa Maravilhosa suíte com uma série de repetições feitas por órgão, orquestra, baixo e bateria, culminando então com a orquestra sob batidas que aumentam de velocidade até Byron estourar as caixas de som com um grito agudo e dolorido, enquanto a pancadaria pega ao fundo com a orquestra, órgão, bateria e guitarra.
Salisbury na versão americana

Ok que outros grupos já tinham feito a mistura rock/orquestra anteriormente, inclusive gerando belos resultados como “Atom Heart Mother“ e “In Held ‘Twas In I“, ou então álbuns inteiros como Deep Purple (Concerto for Group & Orchestra) ou Yes (Time And a Word), mas nenhum deles fez uma junção tão incrivelmente pesada quanto o Heep.

O Heep seguiu seu caminho, com Iain Clark (ex-Cressida) no lugar de Bajer. Esse novo time lançou Look At Yourself ainda em 1971, e depois, firmando-se com sua formação clássica, com Byron, Box, Hensley, Gary Thain (baixo) e Lee Kerslake (bateria, vocais). Essa formação lançou os principais discos do grupo (Demons and Wizards e The Magician’s Birthday, ambos de 1972, Sweet Freedom, de 1973, e Wonderworld, de 1974, além do essencial Live, de 1973), e colocou o Heep como uma das principais bandas do hard setentista, obrigatória na casa de todos os admiradores de boa música, e que em um passado distante, fez um flerte Maravilhoso e exclusivo com o progressivo.


terça-feira, 27 de junho de 2023

TALKS SONGWRITING FOR NEW ALBUM - "IT'S COMING TOGETHER; WE CAN NEVER RUSH IT

 

Finland's Chaoszine caught up with Testament guitarist Alex Skolnick following the band's show at

Copenhell festival in Copenhagen, Denmark on June 15th. Check out the interview below.

On the band's new studio album:



"There are a few songs, a few ideas. We haven't gotten to the vocals yet, but I would say there's close to half an album's worth of music that is pretty close to having vocals. We still need to write the other half and get into that process. It's coming together; we can never rush it. We don't have a lot of shows after this tour, until September, and between now and then we're going to try to complete the writing, at least as far as the music goes. I think by next year we should be able to go into the studio - early in the year - and have it out by next year

SEVENDUST: BANDA LIBERA O SINGLE “HOLY WATER” ÀS VÉSPERAS DO PRÓXIMO DISCO DE ESTÚDIO









O Sevendust já vem divulgando o seu décimo quarto disco de estúdio, há um bom tempo. E na última sexta-feira (23), a banda liberou o último single antes do lançamento do disco “Truth Killer”, previsto para sair na próxima quarta-feira (28), via Napalm Records.


A faixa, “Holy Water”, já está em todas as plataformas digitais e rendeu um videoclipe sob a direção de J. T. Ibanez. Este é o terceiro single liberado, que estará no novo disco. “Truth Killer”, irá suceder o disco “Blood& Stone”, lançado no ano de 2020.

CANNIBAL CORPSE: BANDA ANUNCIA O NOVO DISCO “CHAOS HORRIFIC” PARA SETEMBRO DESTE ANO

 



A lendária banda de Death Metal, Cannibal Corpse, anunciou o lançamento do seu décimo sexto álbum de estúdio para o dia 22 de setembro. Intitulado, como “Chaos Horrific”, o disco sairá via Metal Blade, no ano em que a banda comemora o seu trigésimo quinto aniversário.


O primeiro single, “Blood Blind”, foi liberado na última quinta-feira (22), em todas as plataformas digitais. A faixa também rendeu um videoclipe, sob a direção de David Brodsky. O guitarrista, Erick Rutan, comentou sobre a nova faixa:



“”Blood Blind” foi a primeira música que escrevi musicalmente para o novo álbum “Chaos Horrific”. Tudo começou com aquela marcha fúnebre de um primeiro riff flutuando na minha cabeça e decolou a partir daí. Pesado e perturbador, funcionou em uma miscelânea agressiva de profundidade e escuridão rodopiante! Achei que seria ótimo colaborar com Paul e fazer com que ele escrevesse letras acrescentando a dinâmica e a doença de tudo

segunda-feira, 26 de junho de 2023

INTRODUCING: Scene Queen






With the rise of Y2K in this decade’s culture, there is also a shift in the perception of how women were treated in that time period, especially those who exhibited hyper feminine traits. Notable people in the noughties that were criticised for showcasing their femininity included BRITNEY SPEARS, and PARIS HILTON, both who have in turn been deemed icons and role models for many nowadays. Even still, hyper femininity is still villainised within our culture, especially within the music industry, as Hannah Collins, aka, SCENE QUEEN, has faced since her first single, Are You Tired?, dropped in 2020. Establishing her style of music as ‘bimbocore’, SCENE QUEEN takes on both hardcore metal and pop rap into a new and unique style that’s reminiscent of the scene sounds from MySpace, as well as challenging expectations for women within the rock and metal communities.



“For all of the songs I’ve released thus far,” she begins, “and all of the ones coming on the full-length record, I’ve been working with the same producer, my friend Zach Jones. So normally what will happen is at any random time of the day, I’ll get a general concept of a song and I’ll make a quick note of it on the notes app. I’ll float the rough idea to my label, and then we’ll schedule something through like our management. When I’m getting in the studio and then depending on the idea I’ll bring in another songwriter to come and help write the song with me. I like for each of the songs on the record to stay consistent because obviously it’s coming from my brain, but I like having different ideas to bounce off of just when I want to sonically change the soundscape of the songs I have.”

SCENE QUEEN’s first EP Bimbocore Vol.1 was released in 2022 after the viral success of tracks like Pink Rover and Pink Panther, ach with their own message of feminism and queer celebration layered underneath pop gleam and metal riffs. With her latest song, 18+, SCENE QUEEN tackles the topic of musicians taking advantage of their young fans. Although many have tried to guess the specific band the song is about, SCENE QUEEN reveals that she intentionally kept the song vague. “I wrote it to be vague as I knew that it would apply to about 15 different bands. That’s actually the point of it,” she says. “I wanted people to keep guessing because I like the fact that you can’t even narrow down who it is. It shows that this is more than just an individual band problem. This is a whole epidemic in the scene, like the fact that you can’t narrow down exactly who it is, that’s the point of the song.”









As mentioned, SCENE QUEEN’s idols include PARIS HILTON and DOLLY PARTON, women in the music industry who have also utilised their femininity and ‘bimbo’ aesthetic to their advantage and play into the male gaze of their respective industries. SCENE QUEEN also does this within the metal industry, garnering unwarranted comments that the music she creates “isn’t metal”. “I feel like the way that rock music likes to market women is in a sense, where you either have to be as hard as a man, like you have to to prove that I’m worthy of being in this space. So all of the vocabulary used around women is always going to be like ‘oh can run with the boys’. Or they have to be sexy but marketed in a way that still appeals to men. You’ve got to be that vixen, not that there’s anything wrong with sex appeal, all of my music is very sex positive. You can tell my music is catered to women first, and if men like it, then that’s cool, I’m glad to have them in it.”

“But I’m very tired of hyper femininity being vilified within metal music and I think there’s so much strength in femininity,” SCENE QUEEN adds. “It’s ironic that we’re gonna act like women aren’t as tough when women can populate the entire species. I just wanted to play into the hyper femme like girliness of it all and I was getting so many comments that were just like, ‘this girl is to pretty to be doing metal, like save metal for the boys or whatever’. I know I’m gonna be the antithesis of anything that those like misogynistic men want to see, you will never see a misogynist coming to a SCENE QUEEN show or bump SCENE QUEEN.”

With her brand of ‘bimbocore’ making waves within the rock and metal community, SCENE QUEEN is finally creating her full-length debut record around her tour with SET IT OFF. “I’m about a third of the way done with the record right now,” SCENE QUEEN describes to close out the interview, excitedly talking about her progress with the upcoming album. “I’ll do another third of it in June and then another third of it in July. It could come out this year, or early next year, it’s to be determined right now, but there is a full-length coming. It will not be called bimbocore, unfortunately. I needed to establish that this was the style, my style, and then in recording Volume One and Volume Two, I wrote them to be a full-length record. But I realised halfway through writing it that, at the time, I had no fans yet because I’ve never released any music, so if I were to release a full-length album, there will be no one to listen to it. In my brain I thought that if I released Volume One, then by the time Volume Two comes out, someone might listen to Volume Two. I just lucked out that people already knew about Volume One as it was dropping, so by Volume Two I wasn’t scared anymore. But I’m excited for my first full length record. Finally!”