quarta-feira, 29 de setembro de 2021

EXODUS FRONTMAN STEVE "ZETRO" SOUZA - "THRASH METAL DOESN'T CHEAT YOU

 



Exodus return with their eleventh studio album, Persona Non Grata, out November 19 via Nuclear Blast Records. Frontman Steve "Zetro" Souza spoke with The Rockpit about the new album, getting into the beginnings of the new songs, working around Covid and Gary Holt's schedule with Slayer at the time. Souza also discusses his history with music and what band started it all for him. Check out the interview below.

Souza: "I think for our genre of music, for the most part, I think thrash metal, out of all of the subgenres of metal, I think that one stays true," he said. "I love Dystopia (Megadeth), I love For All Kings (Anthrax), Humanicide (Death Angel) is great. Testament doesn't put out anything that sucks, we don't put out anything that sucks, Overkill doesn't put out anything that sucks... go down the genre. Thrash metal doesn't cheat you. It never has.



"Look at Firepower (Judas Priest); it's fucking killer. And Senjutsu... Maiden always fucking brings it, man. So I feel that us, the iconic bands will always bring it. I love it. It's what drives me. This is what we are and what we do. This is what we know."

James LoMenzo revela como foi chamado de volta ao Megadeth e diz estar vivendo seu “melhor momento”

 




Depois de 12 anos, James LoMenzo voltou a tocar com o Megadeth como substituto de David Ellefson, que deixou a banda em meio a um escândalo sexual mais cedo este ano.

Recentemente, o baixista comentou sobre como está se sentindo em subir ao palco com os colegas de banda de novo. “Estou nessa há seis semanas e estou vivendo meu melhor momento,” afirmou. ”Dave [Mustaine] tem sido muito acolhedor e me dado muito apoio, e a banda toda é fantástica. Dirk [Verbeuren] é o baterista dos sonhos para esse tipo de música e o Kiko [Loureiro] é muito profundo musicalmente. O Dave está tocando tão bem ou melhor que nunca e agora que ele tem uma guitarra Gibson, o som dele é muito mais agressivo do que eu lembrava.”

LoMenzo também comentou como recebeu o convite para retornar ao Megadeth. “A equipe do Dave me contatou primeiro para ver se eu estaria disponível, o que eu não estava, mas depois de falar com Dave ao telefone, eu percebi o quão importante isso seria para o Megadeth e para mim mesmo. O tempo estava passando, então eu sabia que seria esmagador, mas tendo feito parte disso antes, a curva de reaprendizado foi bem menos íngreme,” contou.

RICHIE FAULKNER, DO JUDAS PRIEST, ESTÁ “ESTÁVEL E EM REPOUSO” APÓS CIRURGIA CARDÍACA DE EMERGÊNCIA

 





A notícia veio na segunda-feira (27 de setembro) de que o Judas Priest estava adiando as datas restantes de sua atual turnê norte-americana depois que o guitarrista Richie Faulkner foi hospitalizado com o que foi descrito como “problemas graves de doença cardíaca”. Agora, a esposa de Faulkner, Mariah Lynch, ofereceu uma atualização sobre a saúde do guitarrista via Instagram.


“Obrigado a todos por todas as suas mensagens. Tentarei responder assim que puder”, escreve Mariah, acrescentando: “Richie foi submetido a uma grande cirurgia cardíaca de emergência. Ele está estável e em repouso. Se você o conhece, você sabe o quão duro e forte ele é. Tão duro que ele terminou o show se manteve forte. Não há ninguém como ele. Estaríamos perdidos sem ele.” Ela ainda adicionou uma foto com Richie e sua filha.

O icônico grupo de Metal estava atualmente em turnê como parte de sua jornada “50 Heavy Metal Years”, que começou no início deste mês e estava programada para terminar em 5 de novembro em Hamilton, Ontário. Até agora, apenas as datas da América do Norte são afetadas. A banda também tem uma turnê europeia marcada para começar no final de janeiro.

A banda também está trabalhando em um novo álbum com o baixista Ian Hill sugerindo no início deste mês que eles tinham “pelo menos um ou dois álbuns de material novo”.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

IRON MAIDEN: BRUCE DICKINSON DIZ QUE ‘NINGUÉM TEVE UMA CÓPIA’ DE ‘SENJUTSU’ POR DOIS ANOS APÓS SUA GRAVAÇÃO



 

Em uma nova entrevista para o programa de rádio nacionalmente sindicado Full Metal Jackie , o vocalista do IRON MAIDEN , Bruce Dickinson, falou sobre como ele e seus companheiros de banda conseguiram manter os detalhes de seu novo álbum, “Senjutsu” , em segredo por mais de dois anos após a conclusão no início de 2019, durante uma pausa na turnê “Legacy Of The Beast” . Questionado sobre como ele evitou a tentação de revisitar e potencialmente reconfigurar as músicas enquanto esperava o álbum ser lançado, Bruce disse : “Oh, não tínhamos acesso a ele – simples assim. Nenhum de nós tinha uma cópia do disco porque sabíamos que teríamos que ficar registrado por um tempo e éramos tão paranóicos com a segurança e a Internet e pessoas rasgando. Assim que você deixar o disco ser ouvido por alguém , você corre o risco de vazar, sabe? Então, basicamente, além de mim e Steve [ Harris , baixista do MAIDEN ], ninguém na banda ouviu, porque todos eles foram para casa [depois de completar as sessões de gravação]. Nós mixamos, e eu estava no estúdio quando terminamos a última faixa. E eu e Steve sentamos e ouvimos a mixagem, e ouvimos a mixagem novamente, e foi isso. E a próxima vez que ouvi o álbum foi, sim, alguns anos depois. “


Questionado se ele queria ouvir “Senjutsu” durante todo esse tempo, Bruce disse: “Sim, claro, você está curioso. [Você vai], ‘Eu só gostaria de ouvir’, mas ninguém tinha uma cópia – ninguém. Quer dizer, Steve , eu acho, tinha uma cópia e uma cópia bloqueada em algum laptop seguro em algum lugar. E quando ele estava mixando o álbum ao vivo ‘Nights Of The Dead’ que lançamos, então eu abri enquanto ele estava mixando, e eu disse: ‘Diga uma coisa, enquanto você está aqui, devemos apenas aumentar o álbum?’ E ele disse, ‘Sim. Sim. Vá em frente.’ E ele só ouviu uma vez desde então. Então, nós colocamos isso lá, nós [pensamos], ‘Quer saber? Isso é muito bom’.“

“Eu tinha uma cópia, uma espécie de cópia em baixa resolução [do primeiro single] ‘The Writing On The Wall’ que eles enviaram para mim porque enquanto eu estava fazendo este storyboard [para o videoclipe], eu disse, ‘ Ok, eu sei que escrevi as palavras, eu disse, ‘mas não consigo me lembrar de cada nota de todas as partes que foram no meio. Na verdade, preciso de uma cópia da maldita música se vamos fazer um enredo ou os storyboards do vídeo. ‘ E eles disseram, ‘Oh, tudo bem então’. Mas sim, nós estávamos muito, muito apertados na segurança para isso. “

“Senjutsu” foi lançado em 3 de setembro via BMG . O primeiro LP do IRON MAIDEN em seis anos foi gravado em Paris com o produtor Kevin Shirley e co-produzido por Harris . Foi precedido em julho por um vídeo animado altamente aclamado para “The Writing On The Wall” feito pela BlinkInk baseado em um conceito de Dickinson com dois ex- executivos da Pixar . Seguiu-se uma campanha de teaser de um mês e uma “caça ao tesouro” global por pistas sobre o título e o conceito da faixa.


Para “Senjutsu” – livremente traduzido como “tática e estratégia” – a banda mais uma vez contratou os serviços de Mark Wilkinson para criar a obra de arte espetacular da capa com o tema Samurai, baseada em uma ideia de Harris . Com um tempo de execução de pouco menos de 82 minutos, “Senjutsu” , como seu disco anterior “The Book Of Souls” , é um CD duplo / triplo de vinil.

“Senjutsu” marca o sexto álbum do MAIDEN a ser produzido por Shirley , que trabalhou com o MAIDEN nas últimas duas décadas.

Gamma Ray: A música em que Kai Hansen mostra seu lado mais humano e frágil

 “Heal Me”, músico deixa o peso de lado e se aprofunda numa canção mais intimista e sentimental






A música “Heal Me”, da banda Gamma Ray, é uma das baladinhas mais lindas já escritas por Kai Hansen.

Parte do álbum Insanity and Genius (1993), a faixa te coloca na visão de uma pessoa que começa a se questionar para entender seu propósito na vida.

“Quando eu acordo no fim do dia a lua aparece e o sol se vai
Eu me levanto da cama e choro […]
Não importa como, às vezes eu me sinto como
Um eco no vento, que não vai mais retornar.”

Nesse trecho, o vocalista e guitarrista percebe o quanto nossa vida é efêmera e que, com o passar dos anos, nós colecionamos apenas memórias.

“Eu olho dentro da minha cabeça e vejo os reflexos do mundo
E eu vejo genialidade e insanidade.”⠀

Hansen faz uma breve reflexão e compreende o mundo em que vivemos, onde muitas vezes essa genialidade e a própria insanidade estão na mesma pessoa, intrínsecas a uma mesma sociedade.

“Você pode ser forte se você souber quem é
Os sinais na parede dizem para você seguir em frente antes que seja tarde.”

Esses sinais na parede podem ser uma metáfora para a comunicação, desde seus primórdios com os hieróglifos, até a mídia de hoje em dia.

“Ajude-me – eu preciso de ajuda […]
Talvez eu esteja errado, eu não faço ideia
Não sei onde eu pertenço – Diga-me o que é verdade.”

Ele fala isso como uma súplica, talvez pedindo a ajuda para alguma entidade. Kai Hansen é cristão, então pode estar se referindo ao “personagem” orando e conversando com Jesus, mas a certeza é de que ele está perdido em seus próprios pensamentos e dúvidas.

E não saber onde pertencemos é um questionamento comum em muitos de nós, que vivem uma vida inteira sem saber qual é sua verdadeira essência.

“Pense não pense – o que você pode ver?
Nossa vida é apenas a fantasia de alguém que você nunca verá
Então eu caio na risada
Agora enquanto eu mudo o meu ponto de vista
Não há nada mais para me deixar triste – não de novo, nunca mais”⠀

Depois de um tempo, ele percebe que, assim como nas ideias filosóficas do relativismo, não existe uma verdade absoluta. Porém, ao dizer que muda seu ponto de vista e nada mais o deixará triste, ele sucumbe à própria ignorância, acreditando que para ser feliz, não pode mais se sentir daquela forma.

“Oh, você não veio para me curar – me escute
Cure-me! Cure-me! Cure-me!”

Mas essa ideia não dura muito e ele pede para que algo – ou alguém – o cure, não de uma doença, mas de seus próprios pensamentos, que o consomem e não o deixam entender qual seu propósito.





ENTREVISTA SCULPTOR


Sculptor é uma banda relativamente nova ,que está ganhando seu devido espaço na cena metallica mundial,conversamos com o vocalista  RICK que nós contou um pouco sobre a tragetoria da banda ,planos e planos futuros..

Por Alexia  white 


1) o Sculptor começou como um projeto ou banda?


Rick: O Sculptor foi fundado como um projeto e seguimos nos primeiros anos de banda até realmente juntar os outros integrantes e se tornar de fato uma banda.


2)Qual a temática por trás do Álbum Untold Secrets?

Rick: O Untold Secrets é um álbum que tem por trás assuntos que não queremos compartilhar com as outras pessoas, algo que chamamos de próprios segredos, quando escrevi o álbum eu passava por uma depressão, onde pude compartilhar minhas emoções no álbum.



3) todos os músicos vieram de outras bandas de curitiba? Como

o Sculptor chegou a essa formação?


Rick: O Sculptor é uma banda que foi fundada em Curitiba, mas a maior dos músicos são de outras cidades, nós selecionando os músicos que achavam mais compatíveis com o perfil da banda, nossa primeira escolha foi nosso baixista Caco Ramos, onde já havia tocado em várias bandas de Curitiba e foi nossa primeira escolha, logo após isso o Mateus entrou em contato interessado em tocar conosco, ele já havia tocado em várias bandas em Guarapuava e ele se encaixou perfeitamente no que buscamos, após isso através da Mizuho Lin do Semblant chegamos ao Fabrício que já havia tocado no Holiness em SP, ele abraçou o projeto, e com isso fechamos nosso time no nosso primeiro álbum.





4) Se falando em composição a banda tem uma pegada única? Como são feitas as composições do Sculptor?

Rick: Nós tentamos mesclar nossas influências em períodos da nossa vida, o Untold Secrets foi baseado em uma época da minha adolescência onde escutava muito Melodic Death Metal, peguei toda essa influência para a criação do Untold Secrets.



                            





5) A banda assinou com o selo europeu Frontiers, conhecido pelo foco contínuo em bandas voltadas ao Hard Rock. ?Como a banda chegou até o selo?

Rick: Nós tínhamos um contato de um ex-head de uma grande gravadora que resolveu nos ajudar a encontrar um selo para lançar nosso álbum debut, e ele mostrou para a Frontiers e eles ofereceram um contrato imediatamente para nós.


6)Qual a importância da imagem da banda, em um mercado cheio de grandes bandas ?

Rick: Eu acredito que seja algo essencial, pois vivemos na era da internet, onde todo mundo tem acesso a tudo, mas ao mesmo tempo é muita concorrência com tantos lançamentos de qualidade, nós sempre tentamos criar um material com a melhor qualidade possível e o mais profissional que podemos. Isso era algo que foi pensado até mesmo antes de começar a compor as músicas.


7) vivemos uma nova realidade, com o covid ,como a banda enxerga essa nova realidade ?

Rick: São tempos difíceis e que requerem muita motivação e muitos cuidados, mas ao mesmo tempo são tempos de transformação e renovação. Estamos vivendo algo transformador para sociedade, onde a internet toma cada vez mais espaço, para nós foi algo extremamente difícil lançar um álbum com lançamento mundial e não poder fazer nem um show de lançamento. Mas confesso que gostaria de voltar a viver da maneira que tínhamos em 2019 com contato social e shows pois sinto muita falta disso.


8) Quais os planos da banda para o futuro?

Rick: Estamos começando as novas composições do novo álbum, e esperamos em 2022 poder voltar a fazer shows novamente.


9)A mixagem assinada por Linus Corneliusson do estúdio sueco Fascination Street Studios como foi trabalhar com esse grande produtor e como a banda fez a mixagem?


Rick: Foi incrível, o Linus é um excelente produtor e trabalhou com grandes artistas, tivemos uma ótima conexão com ele para a mixagem desse álbum, acredito que essa foi a pitada final que precisamos.


10? A capa foi feita pelo Marcelo Vasco, ficou animal o que a banda queria mostrar com essa arte?

Rick: Marcelo Vasco para mim é um dos melhores nomes da atualidade para criação de capa para bandas de metal, sou realmente fã do trabalho dele. Queríamos trabalhar com algo que representasse bem nosso álbum debut álbum, e essa capa se encaixa perfeitamente no Sculptor, ela tem vários elementos escondidos que são realmente incríveis.


11) A PRODUÇÃO DOS CLIPES DA SCULPTOR DAS MÚSICAS

REDEMPTION E NO CONTROLE SÃO IMPECÁVEIS,COMO FOI A PRODUÇÃO DESSAS OBRAS PRIMAS?

Rick: Nós trabalhamos com dois diretores diferentes nos clientes, um deles foi a produção do No Control que gravamos na região metropolitana de Curitiba em uma chácara que foi uma experiência bem legal, foi nosso primeiro clipe e ele tem uma coisa especial para nós por se tratar do primeiro material lançado em formato de clipe, e temos a Redemption que foi gravada em São Paulo, que foi bem legal essa experiência de ir gravar em outro estado, foi interessante em ter contato com diferentes diretores nos clipes para ver qual a visão de cada um em cada música.


12)DEIXE UMA MENSAGEM AOS FÃS DA BANDA ?


Rick: Agradeço a todos os fãs do Sculptor peço que escutem nosso cd nas plataformas digitais e compartilhe para seus amigos para ajudar a chegar em mais pessoas, pois não é fácil ser uma banda nova de metal no Brasil e precisamos muito do apoio de vocês para crescer cada vez mais. Espero encontrar cada um de vocês nos nossos shows pelo brasil quando acabar a pandemia.


--





Instagram: https://www.instagram.com/sculptorofficial 

domingo, 19 de setembro de 2021

ENTREVISTA MARCELO VASCO

 

 

Artista gráfico brasileiro com mais de 100 capas publicadas (Slayer, Kreator, Machine Head, Testament, Hatebreed, Soulfly), chefe do departamento gráfico da agência AISA, com escritórios na Noruega, Suíça e Estados Unidos, além de guitarrista das bandas Patria The Troops Of Doom e  Mysteriis, entre outros projetos musicais.

Por Alexia Rádio Rock





1) Marcelo, primeiramente gostaria de agradecer a você por nós conceder essa entrevista e
dizer que sou um grande fã e admirador do seu trabalho. Gostaria de iniciar por como você
começou a desenhar e em que momento o hobby se tornou profissão?


Marcelo Vasco - Ah que legal! Fico feliz! Eu que agradeço pelo espaço e interesse no meu
trabalho. Bom, eu comecei a desenhar quando era muito novo, ainda nos anos 80, mas nunca
estudei desenho de fato e esse hobby sempre esteve comigo desde então. Uma certa vez um
amigo do colégio me apresentou uma fita cassete do Iron Maiden, que era do irmão mais velho
dele, pedindo para eu desenhar o monstro da capa. O monstro era o Eddie e o álbum era o
Killers do Iron Maiden. Depois disso minha vida mudou, me apaixonei pelo Heavy Metal e dai
pra frente foi só ladeira abaixo sem freio, no bom sentido (risos). Eu por ter músicos na família
já me interessada por instrumentos musicais e até já tocava alguma coisa de violão, ensinado
pelo meu tio. Com o passar dos anos e com o Heavy Metal na minha vida eu obviamente
acabei indo para o lado da guitarra, estudei, comecei algumas bandas e tudo foi fazendo mais
sentido com o tempo. Em meados dos anos 90 eu tive acesso programas gráficos no
computador e isso também despertou meu interessante. Ainda no final dos anos 90 eu já
estava fazendo alguns trabalhos gráficos para minhas bandas, alguns amigos e acabei
expandindo para bandas de fora através do boca a boca. E esse hobby acabou virando aos
poucos uma possibilidade de virar profissão. No começo dos anos 2000 eu comecei a fazer
faculdade de Design Gráfico, trabalhei na área durante bons anos e paralelo a isso mantive
meu trabalho focado no mundo do Heavy Metal. Quando a demanda de trabalhos nesse nicho
aumentou e eu senti que poderia viver disso, mesmo estando no Brasil, onde não existe um
mercado real para esse tipo de música, eu acabei arriscando, largando emprego e focando
meu trabalho apenas para bandas. Por sorte deu muito certo e basicamente desde 2008 minha
vida gira em torno disso. Acho que foi nessa época que eu posso considerar verdadeiramente
que o hobby virou profissão, pois começou a ser meu ganha pão. Eu já estava casado, tinha
uma filha pequena e dependia disso pra sobreviver.






2) Como começa o processo de criação para a arte de um álbum?

Marcelo Vasco - Eu gosto de estar livre para criar de acordo com a minha própria interpretação
e perspectiva, baseada muitas vezes no título, conceito ou letras do álbum. As ideias iniciais
vindas da banda também são importantes para me dar um “norte”, então junto tudo isso e
começo a desenvolver alguma ideia na minha cabeça, ainda antes de ir para o computador e
meter a mão na massa. Meu trabalho é feito 99% em ambiente digital, então raramente uso
papel, lápis ou tintas.

3) Você tem acesso às músicas do álbum que você está trabalhando?
Marcelo Vasco - Nem sempre, pois geralmente quando a banda me procura, o estágio de
produção do álbum ainda está inicial, então muitas vezes eles nem tem a música gravada
ainda. Mas quando eu tenho essa possibilidade, eu prefiro ouvir o som, é claro. Isso me ajuda
bastante na inspiração e até para saber que tipo de estética cabe bem ou não naquele
trabalho. Mas eu ouvindo algum material prévio ou ao menos sabendo o estilo da banda, já me
dá algum bom parâmetro também.
4) Como você começou a trabalhar com artistas internacionais?
Marcelo Vasco - A primeira capa internacional que eu fiz foi para a banda sueca Lord Belial, no
álbum “Angelgrinder”. Isso foi no final de 99 ou começo de 2000, mas o álbum só foi lançado
em 2001 ou 2002, não me lembro ao certo agora. Esse trabalho me abriu algumas portas para
o mercado estrangeiro, houve uma procura maior de bandas de fora do Brasil para eu fazer
trabalhos e isso foi muito positivo. Apesar de eu receber pra isso, eu ainda considerava um
hobby, mas estava aos poucos se expandindo, como eu disse anteriormente.

5) Sobre a capa do Slayer. Você considera a capa do álbum “Repentless” do Slayer o seu
trabalho mais importante? Como a banda chegou até você e se teve algum contato direto com
os integrantes durante o processo de criação para o disco?

Marcelo Vasco - Sem dúvida! O Slayer é até hoje meu trabalho mais importante e o que ainda
me rende ótimos frutos. Foi esse trabalho que me mostrou para o mundo, digamos assim. Eu
sou mega fã da banda desde moleque, eles são minha banda de Metal preferida, então
trabalhar pra eles sempre foi um sonho que eu achei que nunca pudesse ser concretizado. A
vida é muita louca né?! (risos). Até hoje meio que não caiu a ficha que eu trabalhei pra eles. É
algo surreal! O contato inicial foi através da Nuclear Blast, gravadora para a qual eu já havia
trabalhado por alguns anos. Eles entraram em contato comigo e perguntaram se eu estava
interessado em mostrar o meu trabalho e tentar criar algo pro Slayer. Eu fiquei atordoado com
a notícia, mesmo sem saber se seria eu de fato o escolhido. Então eu trabalhei
incansavelmente por muitos dias, fiquei estressado, dormia mal, enfim, a pressão era grande.
Foi um sofrimento mas extremamente positivo (risos). Sobre o processo de criação, eles me
passaram o nome do disco e me deixaram super livre pra criar, então eu acabei trabalhando
em cima de alguns rascunhos e mandei, pra ver se eles gostavam de algum dos caminhos. Até
o momento eu estava em contato somente com a Nuclear Blast, eles faziam a ponte com a
banda, até que num determinado momento eles escolheram um dos caminhos que eu havia
proposto e o Tom Araya e o Kerry King entraram em contato comigo. Eles disseram que
estavam adorando o resultado. Eu quase chorei (risos). Quando soubemos qual era o
direcionamento certo da banda, então trabalhamos todos juntos em adaptações, detalhes e
tudo mais, até a finalização da arte. Isso durou alguns meses. Foi um trabalho enorme, pois eu
fui responsável também pelo layout interno do disco, de todos os formatos, além de
merchandise e tudo mais. Mas valeu super a pena todo aquele “sofrimento”. Depois de
“Repentless” eu praticamente fiz todo material gráfico para o Slayer até que eles resolveram
parar com a banda em 2018, como programação visual do palco, mais merchandise, fiz a capa
do ComicBook deles na versão limitada de capa dura, fiz arte do ao vivo “Repentless Killogy” e
a ilustração da Tour final de despedida deles. Nesse período de 2015 a 2018 tive ainda a
oportunidade de conhecer eles pessoalmente, estive junto com eles mais de uma vez e eles
foram nota 10 comigo. Fiquei feliz demais por ter conhecido meus ídolos de infância, e ter
trabalhado pra eles é algo que não tem preço.




6) Quais são seus planos futuros?
Marcelo Vasco - No âmbito do mundo gráfico, eu simplesmente sigo trabalhando arduamente
para milhares de bandas, pois faço muitos trabalhos para grandes selos como a Nuclear Blast,
Century Media, Napalm Records entre outros. Minha vida e agenda é sempre bem turbulenta,
as vezes até mais do que eu gostaria (risos). Recebi também uma proposta de uma editora do
Reino Unido querendo lançar um livro solo meu, com minhas artes e algumas histórias ao redor
delas. Pretendo trabalhar nisso para 2022, se der tudo certo.

7) Alguma banda ou artista que você gostaria de trabalhar mas ainda não teve oportunidade?
Marcelo Vasco - Meu sonho de consumo sempre foi o Slayer, então eu posso dizer que zerei a
vida e nada estaria além dessa conquista, mas obviamente existem muitas outras bandas
importantes pra mim que eu ainda gostaria de trabalhar, como o Metallica, o Sepultura ou o
Iron Maiden, por exemplo.]


8) Você é um artista completo. Como anda seus projetos musicais como o THE TROOPS OF
DOOM, PATRIA entre outros?
Marcelo Vasco - Acabamos de lançar um segundo EP com o THE TROOPS OF DOOM,
chamado “The Absence of Light”, com participação do lendário Jeff Becerra do Possessed e do
Lars Nedland do Borknagar. Está disponível, juntamente com o nosso Ep de 2020, em todas as
plataformas digitais e também em formato físico. Quem tiver interesse de adquirir o material é
só acessar o link da nossa loja (https://www.thetroopsofdoom.com/compreaqui). E também já
estamos gravando o Full álbum, que pretendemos lançar por volta de Maio do ano que vem.





Com o PATRIA, estivemos num hiato de 4 anos, desde que lançamos nosso último álbum
“Magna Adversia”, mas atualmente estamos gravando finalmente material novo que será para
um novo álbum, também em 2022. Tenho também um projeto paralelo chamado LE CHANT
NOIR, que estamos lançando disco novo agora no dia 22 de Outubro. É um projeto que tenho
com baterista Malphas, que toca comigo no MYSTERIIS, e com o ex-vocalista do ANCIENT
(Noruega), Lord Kaiaphas. O som é mais experimental, transitando entre o Black Metal
sinfônico e Doom/Death Metal, com pitadas de música clássica, progressiva e algumas outras
loucuras. Não é um material para todos os ouvidos, eu diria (risos).

9) Vivemos em um mundo diferente devido a pandemia, como você enxerga essa nova
realidade em que vivemos?

Marcelo Vasco - É uma situação ainda muito recente e eu acho que apesar de já não estarmos
tão perdidos como no começo da pandemia, ainda não sabemos bem o que isso representa ou
vai representar no futuro. Ainda estamos aprendendo a lidar com ela e com todos os possíveis
efeitos colaterais. Agora com uma boa parte da população vacinada eu acredito que as coisas
vão estar um pouco mais controladas, na medida do possível. Temos que observar o que
acontece, aprender a conviver com vírus e continuar tomando todos os cuidados possíveis. E
apesar de parecer que não vai acabar nunca, tenho certeza que vai passar, se houver bom
senso e cada um fizer sua parte.

10) Sobre o THE TROOPS OF DOOM? Como a banda conseguiu a sonoridade de discos
antigos? Nós entrevistamos o Jairo Guedz e lembro que não perguntamos sobre como a banda
chegou a sonoridade destruidora desse álbum?


Marcelo Vasco - Desde que montamos a banda essa era uma das nossas principais
preocupações. Não queríamos soar moderno, com produções cristalinas ou seguindo o molde
do “mercado”, onde você precisa soar de tal jeito para ser bem aceito. Hoje em dia muitas das
bandas acabam parecendo todas iguais e eu acho isso algo muito monótono e sem
personalidade. Então investimos em tentar resgatar da melhor maneira possível essa
sonoridade mais oitentista, que tem tudo a ver com a proposta do THE TROOPS OF DOOM,
nadando contra a maré. Como formamos a banda no meio de uma pandemia, não tivemos
sequer a oportunidade de estarmos todos juntos para a produção das músicas. Foi tudo feito
de maneira remota, via WhatsApp, cada um gravando sua parte separadamente em sua cidade
e depois sendo mixado. Não foi um trabalho muito fácil (risos), mas no final deu super certo.
Ficamos bem felizes com o resultado e acho que essa sonoridade mais primitiva que
conseguimos alcançar é exatamente a cereja do bolo. Inclusive muita gente desavisada acabou
não entendendo a proposta desse som mais raíz que estamos fazendo, mas ai também não é
problema nosso (risos). Mas quem entendeu a proposta simplesmente adorou!




9) Deixe uma mensagem aos fãs do seu trabalho?
Marcelo Vasco - Gostaria de agradecer demais a todos pelo apoio e carinho com os meus
trabalhos, tanto com as artes gráficas como com as minhas bandas e projetos. Muito obrigado
pela força! Espero que a gente consiga atravessar esse momento ainda conturbado de
pandemia e num futuro próximo possa se encontrar pelos shows e se divertir! Valeu! Grande
abraço e saúde!










Visite o site de Marcelo Vasco em www.marcelovasco.com