quarta-feira, 6 de setembro de 2023

CRYPTOPSY As Gomorrah Burns’



Os reis do death metal técnico canadense CRYPTOPSY anunciam seu retorno com ‘As Gomorrah Burns’, seu primeiro álbum completo em mais de uma década, com lançamento previsto para 8 de setembro pela Nuclear Blast Records. O inovador quarteto de metal extremo surge renovado e vital como sempre em seu massivamente antecipado novo álbum que continua seu pioneiro caminho pela exploração sonora com composições excepcionalmente complexas resultando em um de seus álbuns mais complexos até agora.

O vocalista Matt McGachy comentou o novo álbum:
“Estou animado para finalmente revelar ‘As Gomorrah Burns’. É um álbum no qual temos trabalhado nos últimos cinco anos. Um esforço meticuloso do qual nos orgulhamos muito. É a mistura perfeita da velha escola do Cryptopsy com algumas reviravoltas modernas. Nós nos inclinamos fortemente para os grooves e deixamos alguns dos riffs respirarem um pouco mais do que nos últimos lançamentos. Estou muito feliz com a nova era do Cryptopsy”

Hoje, CRYPTOPSY lança o primeiro single do álbum, ‘In Abeyance’, e o vídeoclipe que o acompanha foi dirigido por Chris Kells (THE AGONIST, BENEATH THE MASSACRE).

McGachy acrescenta sobre a nova faixa:
“‘In Abeyance’ é conceitualmente sobre se sentir isolado ao ser emergido em um novo ambiente. A busca por um sentimento de pertencimento enquanto lamenta uma vida anterior. Musicalmente, é um tapa na cara. É uma faixa que parece ser direta, mas permanece ultra complexa.”

Faça a pré-venda de ‘As Gomorrah Burns’ e ouça “In Abeyance” aqui: https://cryptopsy.bfan.link/in-abeyance.ema

Tracklist ‘As Gomorrah Burns’:Lascivious Undivine
In Abeyance
Godless Deceiver
Ill Ender
Flayed The Swine
The Righteous Lost
Obeisant
Praise The Filth



Sobre CRYPTOPSY:

O gigante do death metal CRYPTOPSY retorna para esmurrar nossos sentidos coletivos novamente com seu novo álbum, As Gomorrah Burns. O primeiro deles pela gravadora Nuclear Blast, o quarteto de Montreal – apresentando o membro fundador/baterista Flo Mounier, o guitarrista Christian Donaldson, o vocalista Matt McGachy e o baixista Olivier “Oli” Pinard – continuam avançando no mercado musical com seu típico som extremo e celebram já 30 anos de história como uma das bandas mais renomadas em seu estilo. As explosões impiedosas de ‘Lascivious Undivine’ e ‘Flayed the Swine’ oferecem um CRYPTOPSY em sua forma mais intensa e maníaca, enquanto ‘In Abeyance’ e ‘The Righteous Lost’ abraçam um lado mais selvagem. ‘As Gomorrah Burns’ ressalta a alma do álbum favorito dos fãs – o intitulado None So Vile (1996) como também o meticuloso tecnicismo de And Then You’ll Beg (2000) com uma vibração notavelmente sinistra.

Formado em 1992, o CRYPTOPSY lançou oito álbuns de estúdio – contando com o As Gomorrah Burns – até o momento. Fora do padrão, a banda que é da cidade de Québec estabeleceu novos padrões para o death metal com seu ataque sem compromisso e musicalidade de um nível completamente novo. O álbum de estreia, Blasphemy Made Flesh, chocou todos que o ouviram, pois os sucessores None So Vile, Whisper Supremacy (1998) e Once Was Not (2005) posicionaram os canadenses como predadores de ponta. Ao longo de sua carreira histórica, o grupo embarcou em turnês de alto nível, como a turnê inaugural Death Across America em 1998, a Summer Slaughter Tour em 2008 e a turnê Devastation on the Nation em 2017. A banda já completou 1.000 shows em 47 países. O lançamento de As Gomorrah Burns pela Nuclear Blast reposiciona o CRYPTOPSY em seu domínio dentro de um estilo em que são mestres supremos – o death metal.

As Gomorrah Burns não é apenas a continuação dos EPs The Book of Suffering – Tome I (2015) e The Book of Suffering – Tome II (2018). É um animal selvagem completamente diferente. Elaboradas ao longo de dois anos durante a pandemia, as sessões iniciais aconteceram em uma cabana nas florestas de Quebec. McGachy chama o cenário de terror de “surreal”, mas, como em tudo relacionado com o CRYPTOPSY, o processo de composição foi como esperado bem árduo. Donaldson foi o principal motivador por trás de As Gomorrah Burns. O guitarrista e produtor serviu como capataz e advogado, extraindo de seus companheiros de banda que no caso são McGachy, Mounier e Pinard tudo o que ele poderia retirar. Se CRYPTOPSY era formidável antes de As Gomorrah Burns, eles são absolutamente monstruosos agora.

Conceitualmente, As Gomorrah Burns coloca a história bíblica de Sodoma e Gomorra contra a Internet moderna. A ideia de McGachy era mostrar como é o local de nascimento da invenção e uma fossa de exploração. As histórias são baseadas em incidentes da vida real – perseguidores online, cultos, desinformação, isolamento e intimidação – mas todas situadas em um ambiente tortuoso para aumentar sua potência. CRYPTOPSY contratou o artista italiano Paolo Girardi (POWER TRIP, TEMPLE OF VOID) para complementar os temas líricos do velho mundo. Se os mestres renascentistas Hieronymus Bosch e El Greco fossem lançados na mente moderna de McGachy, a impressionante capa de As Gomorrah Burns seria o resultado.

Tal como acontece com The Unspoken King (2008) e o autointitulado (2012), CRYPTOPSY recrutou seu colega de banda Donaldson para dirigir a produção, mixagem e masterização de As Gomorrah Burns. Dom Grimard, famoso por Ion Dissonance, também entrou na produção. McGachy diz que o tempo no estúdio demorou muito mais do que o previsto, mas com a direção de Donaldson e todos finalmente na mesma sala novamente após a pandemia, CRYPTOPSY foi capaz de capturar vigor (e velocidade) recém-descoberta em As Gomorrah Burns. Faixas como ‘Godless Deceiver’, ‘Ill Ender’ e ‘Praise the Filth’ demonstram a maestria do death metal de Donaldson.

Agressivo ao extremo, mas atencioso em sua totalidade, As Gomorrah Burns – com canções como ‘In Abeyance’, ‘Flayed the Swine’ e ‘Lascivious Undivine’ – perfura a normalidade completa e implacavelmente. Este é um death metal sem limites, do tipo que nosso mundo belicoso precisava e que somente o CRYPTOPSY poderia oferecer.

“Estamos de volta”, diz McGachy. “Quero que nossos fãs saibam que somos mais do que uma banda com um legado. Sim, tivemos muitos álbuns favoritos e cultuados – como None So Vile – mas estamos criando música extrema moderna e relevante 30 anos depois. Estamos muito orgulhosos de As Gomorrah Burns e mal podemos esperar para que você ouça!”

LEFT TO DIE FEAT. CLASSIC DEATH MEMBERS ANNOUNCE REBORN DEAD WESTERN US TOUR WITH MORTUOUS, MORTAL WOUND, STREET TOMBS




Left To Die, featuring former Death members Terry Butler (bass) and Rick Rozz (guitar), announce their second US tour, to take place this November.

Butler and Rozz have teamed up with Gruesome members Matt Harvey (guitar, vocals of Exhumed, etc) and Gus Rios (drums, ex-Malevolent Creation) to perform their classic album Leprosy in its entirety, along with cuts from the Death debut, Scream Bloody Gore.

“You asked for it, and you got it!” stated Butler, adding “We’re excited to bring the Reborn Dead tour to the Western US. Rick Rozz, Matt Harvey, Gus Rios and yours truly will be hitting the dusty trail and rockin’ these DEATHly tunes for you in November!”









Edu Falaschi “Eldorado









Edu Falaschi anuncia “Eldorado”, seu segundo álbum solo
Sucessor de “Vera Cruz” será a parte seguinte de uma trilogia épica sobre o descobrimento, agora não só do Brasil, mas da América






Após o êxito de seu primeiro trabalho solo, o conceitual “Vera Cruz” (2021), o vocalista Edu Falaschi anunciou o disco sucessor, “Eldorado”. Trata-se do segundo capítulo de uma trilogia iniciada com o disco anterior e continua a história de Jorge, agora ambientada não em um Brasil dos tempos do descobrimento, mas no México dos Aztecas e do conquistador espanhol Hernán Cortez.Guia completo: os álbuns de rock e metal que saem em 2023




“Eldorado” deve seguir a mesma linha do antecessor, agora com influências e ritmos latinos acrescidas ao power metal bem executado pela banda solo de Falaschi, composta por Diogo Mafra e Roberto Barros (guitarras), Raphael Dafras (baixo), Fábio Laguna (teclados) e Aquiles Priester (bateria). A trama leva os personagens do primeiro disco a um novo mundo, que carrega semelhanças com a então desconhecida “Ilha de Vera Cruz”.

A história de “Eldorado” é explicada em nota à imprensa. Confira a seguir.


“1501 e a saga de Jorge continua…

Com a derrota do exército da Ordem da Cruz de Nero, durante a batalha final na ‘Ilha de Vera Cruz’ contra Jorge, seus aliados indígenas e o exército da Ordem de Cristo, seu líder, o Bispo Negro, ordena que seus navios remanescentes batam em retirada e voltem para Portugal. Mas durante o retorno, com a frota quase que totalmente destruída, o maléfico líder e seu exército são surpreendidos por uma tempestade sem precedentes, que os desviou de seu destino final.

Levados a mares nunca antes navegados por eles, após a tempestade, uma estranha calmaria se fez. Quase sem vida, com suas caravelas totalmente destruídas, Bispo Negro e parte de seus homens acordam em um novo mundo. Uma terra desconhecida, sob olhos curiosos e assustados de quem os vigiava a distância…

A mata densa, o sibilar da serpente, o canto do Quetzal e o rugido do Jaguar estavam por revelar o futuro do Bispo Negro, seus planos, novas alianças com o navegador espanhol Hernán Cortez, que em 1519, fundou a primeira cidade do México que curiosamente foi denominada ‘Villa Rica de la Vera Cruz’.”



O novo álbum de Edu Falaschi tem previsão de lançamento para agosto de 2023 e a pré-venda já está aberta. O box disponível para quem comprar primeiro consiste em uma caixa estilizada em arte azteca, digibook, camiseta, caneca, réplica de um Dobrão Espanhol e um brinde surpresa.
Leia também: Mão forte? O segredo do som de Eddie Van Halen, segundo técnico
Edu Falaschi – “Eldorado” (capa)

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

KREATOR: MESTRES DO THRASH METAL ALEMÃO






Se pararmos para debater sobre a carreira de bandas veteranas ainda em atividade, invariavelmente, em algum ponto da conversa chegaremos ao termo “era de ouro”. Praticamente todos os grandes nomes da cena já tiveram uma (ou ao menos deveriam ter tido). Fãs do Iron Maiden vão relembrar os sete registros que abrangem o período de 1980 até 1988, fãs do Black Sabbath vão mencionar com carinho os cinco primeiros trabalhos com Ozzy, fãs do Metallica irão destacar os quatro registros que moldaram o Thrash na década de 80 e por aí vai.




Todas estas bandas mencionadas, além de muitas outras, tiveram aquele momento especial em sua história onde parece que tudo deu certo. Os discos lançados nestas épocas foram sucesso de vendas, se tornaram relevantes para o público, referência para os estilos e sobreviveram ao teste implacável do tempo. Geralmente pensamos nesses períodos como algo único, nostálgico, praticamente impossível de se repetir.

Sejamos justos, por melhor que sejam os álbuns mais recentes, dificilmente, o Megadeth irá lançar uma sequência mais notável que “Rust In Piece”, “Countdown To Extinction” e “Youthanasia”. Será que é possível ver o Anthrax, nos dias de hoje, conseguir equiparar uma quadra formada por discos do porte de “Spreading The Disease”, “Among The Living”, “State Of Euphoria” e “Persistence Of Time”? Será que um dia veremos o Destruction fazer algo do mesmo quilate de “Infernal Overkill”, “Eternal Devastation” ou “Release From Agony”?
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Seria algo quase impensável e muitos responderiam rapidamente que jamais aconteceria algo assim.

Temos que admitir, é extremamente difícil crer que nomes que já obtiveram sua importância histórica, alcançaram seu lugar ao sol e passaram por todo tipo de percalço, depois de tantos anos na estrada, ainda mostrem capacidade para se reinventar ao ponto de conceber discos tão impactantes quanto aqueles de seus melhores dias.
É EXTREMAMENTE DIFÍCIL, MAS… NÃO É IMPOSSÍVEL!

Pensando neste tema, apenas duas bandas me vieram à mente: Accept e Kreator. Esta segunda, com ênfase muito maior por conta de seu tamanho, alcance, importância e magnitude na cena Metal atual.
Reproduçaõ

Para entender este raciocínio, precisamos fazer uma breve viagem aos primórdios do Kreator. Prometo que será rápido.

Os alemães transitaram por praticamente todo tipo de musicalidade existente dentro do Metal. Há quem os coloque como uma das representantes da primeira onda do Black Metal por conta do brutal disco de estréia, “Endless Pain”, de 1985. Cruzaram a estrada do Death Metal com “Pleasure To Kill”, de 1986, e usaram seu terceiro full lenght para fazer uma transição muito habilidosa do Death para o Thrash. “Terrible Certainty”, de 1987, traz toda a grosseria presente no álbum anterior e ao mesmo tempo prepara o terreno para o Thrash técnico e lapidado que foi “Extreme Aggression”, de 1989. Neste ponto, parecia que o quarteto tinha encontrado sua identidade e “Coma Of Souls”, de 1990, apenas adicionou mais elementos a uma musicalidade que já era absolutamente única.


Somente por estes trabalhos iniciais (que são justamente os que marcam a era de ouro do Kreator), podemos ter uma boa idéia do potencial criativo do grupo, mas eles surpreenderam mais e mais com discos absolutamente fora da caixa durante toda a década de 90. “Renewal”, de 1992, chutou para longe o Thrash técnico tão ovacionado e trouxe composições que, apesar de extremamente pesadas, notoriamente, pisavam em terrenos ainda não explorados. “Cause for Conflict”, de 1995, seguiu viajando para longe e agregou até mesmo passagens industriais e Hardcore. “Outcast”, de 1997, pisou no freio e revelou uma banda que também sabia criar músicas densas, climáticas, cadenciadas e (por que não?) comerciais. Mille Petrozza e sua trupe estavam determinados a se aventurar e o limite disso tudo foi “Endorama”, de 1999, com elementos góticos e praticamente nada da musicalidade inicial. A idéia era criar um novo estilo, o Gothic Thrash, e mesmo que isso não tenha dado certo naquele momento, as referências a “Endorama” sobreviveriam dali em diante.


Ok, mas se os cinco primeiros discos representam a “era de ouro” e os álbuns lançados nos anos 90 representam a “fase experimental”, quais os argumentos que justificam chamar o que veio à seguir de “segunda era de ouro”?

Se você viveu os anos 90, sabe muito bem que o Thrash Metal foi se apequenando ao ponto de praticamente deixar de existir no final da década. Por volta de 1997 e 1998, não tínhamos nenhuma banda do gênero no auge. Pior do que isso, não tínhamos qualquer tipo de renovação se avizinhando. Além de quase todos os medalhões do estilo terem mudado completamente sua sonoridade, os poucos que se mantiveram fiéis (ou quase fiéis) não lançaram nenhum álbum realmente impactante. Foram tempos difíceis onde víamos um Sodom solitário asteando a bandeira do Thrash com álbuns que não emplacavam e tampouco chamavam a atenção da maioria dos headbangers. Em 1999, o Testament conseguiu dar início a uma vindoura reviravolta com o excelente “The Gathering”, mas foi somente no início dos anos 2000 que a coisa realmente aconteceu.




Precisamos ser pontuais aqui. Para que o Thrash pudesse renascer era necessário que nomes de peso na cena apostassem novamente neste tipo de musicalidade. O Testament havia dado o primeiro passo e o Destruction, que havia passado por momentos conturbados durante os anos 90, trouxe de volta o vocalista/baixista Marcel Schmier e lançou o bom “All Hell Breaks Loose”, em 2000. Uma revolução silenciosa começava a acontecer, mas ainda era pouco e, somente no ano seguinte, com as bandas alemãs tomando a linha de frente no renascimento do Thrash, tivemos a ressureição propriamente dita. O Destruction concebeu o impecável “The Antichrist”, o Sodom apresentou o mortal “M-16” e, quem diria, depois de uma década inteira dedicada aos experimentalismos, o Kreator resolveu reconquistar seu trono e lançou “Violent Revolution”.


De todas as bandas alemãs do Thrash, a mais bem sucedida (estatisticamente) sempre foi o Kreator. E mesmo na década de 90 enquanto lançavam álbuns “esquisitos”, mantiveram-se em evidência dentro do mainstream. Quando o maior medalhão da segunda maior escola do Thrash resolveu pisar novamente no acelerador e investir pesado em uma volta a sonoridade de seus discos mais ovacionados da década de 80, a onda de “revival” foi inevitável. Se alguns anos antes o Thrash Metal podia ser considerado um gênero quase extinto, no início do novo século ele retornou forte ao topo.
E O NOME QUE ENCABEÇOU TODO ESTE MOVIMENTO FOI, SEM DÚVIDA, O KREATOR.



“THE ONLY WAY TO SAVE YOUR SOUL
FROM SCUM WITH HEARTS OF STONE

RECONQUERING THE THRONE

OUR RISING HAS BEGUN!”

Depois de mostrar aos headbangers mundo afora que o Thrash Metal poderia ser novamente relevante e, mais do que isso, grande, os alemães precisavam se livrar das desconfianças do passado e apresentar uma sequência de álbuns importantes. E foi exatamente isso que Mille, Ventor e sua trupe fizeram. “Enemy Of God” chegou em 2005 e “Hordes Of Chaos” em 2009. Com eles, a banda já colecionava novos hinos, conquistava uma legião de novos fãs, conseguia manter a atenção dos entusiastas da fase experimental e, ainda por cima, trazia de volta grande parte dos antigos admiradores. O resultado não podia ser outro e o nome Kreator foi ganhando mais e mais prestígio.

Se as maluquices, experimentações e aventuras sonoras existentes em discos como “Outcast” ou “Endorama” não surtiram um efeito muito positivo nos fãs mais old school na época de seus lançamentos, estes elementos adicionados e combinados em meio a porradaria Thrash, acabaram caindo nas graças do público e geraram uma sonoridade realmente ímpar. Não há como negar que músicas do porte de “Violent Revolution”, “All Of The Same Blood”, “Reconquering The Throne”, “Enemy Of God”, “Suicide Terrorist”, “Hordes Of Chaos (A Necrologue For The Elite)” e “Demon Prince”, se transformaram em novos hinos da banda. Alguns, inclusive, se tornando tão obrigatórios quanto qualquer clássico dos anos 80.


E não parou por aí, pois além de se postarem imponentes na linha de frente do renascimento do Thrash, o Kreator acabou influenciando toda uma nova geração de bandas novas. É bom que se diga que estes grupos passaram a surgir somente depois da primeira metade da primeira década de 2000, isto é, depois que os alemães recarregaram as baterias do estilo. Se analisarmos alguns destes nomes mais proeminentes da nova safra (Angelus Apatrida, Havok, Suicidal Angels, Comaniac, Warbringer, Warfect e tantos outros), todos eles possuem algum tipo de influência ou referência à musicalidade do Kreator.

Se não bastasse, “Phantom Antichrist” chegou em 2012, “Gods Of Violence” em 2017 e, recentemente, assistimos ao lançamento de “Hate Uber Alles”, em 2022. Todos estes trabalhos consolidando ainda mais esta nova fase e, incrivelmente, trazendo mais uma coleção de novos hinos. O que dizer de composições poderosas do calibre de “Phantom Antichrist”, “Civilization Collapse”, “Satan Is Real”, “Hail To The Hordes”, “Fallen Brothers”, “666 – A World Divided”, “Hate Uber Alles”, “Strongest Of The Strong” e “Midnight Sun”?

Podemos afirmar que com a chegada destes últimos registros, além de conseguirem cravar uma sequência inédita e invejável de nada menos que seis álbuns de alto nível, ainda conseguiram renovar sua própria sonoridade sem descaracterizá-la.


O Kreator é uma das únicas bandas veteranas em atividade que poderia anunciar uma turnê inteira tocando apenas músicas de sua fase pós 2000 e, ainda assim, levaria a imensa maioria de seu público aos shows. O Kreator é uma das únicas bandas veteranas em atividade que tem fãs que gostam tanto (ou mais) dos discos mais recentes do que dos álbuns clássicos. O Kreator é uma das únicas bandas veteranas em atividade que pode trocar no seu setlist um hino do passado como “Extreme Aggression” ou “Betrayer”, por outro do presente como “Enemy Of God” ou “Hordes Of Chaos”, e praticamente nenhum fã (novo ou antigo) iria reclamar. O Kreator é uma das únicas bandas veteranas em atividade que mantém sua base de fãs em uma crescente constante baseando-se exclusivamente no conteúdo de seus trabalhos mais novos. O Kreator é uma das únicas bandas veteranas em atividade que lança registros que, possivelmente, se tornarão clássicos (sejamos justos, alguns já se tornaram).

Todos estes fatores, sem dúvida, demarcam uma “segunda era de ouro” acontecendo exatamente agora, nos tempos atuais.


Reprodução

CRYPTOPSY - AS GOMORRAH BURNS








Fucking hell, this better be good”: actual words I said to myself as I got this latest from Quebec trailblazers Cryptopsy ready to play. I mean, this band has so much baggage they're practically Metallica for those with sweatpants boners over the latest Blood Incantation release, right?

Opener “Lascivious Undivine” does what it needs to do: it's a concise, tech-death rager with a killer vocal performance come climax and a brutal breakdown ending. “In Abeyance” doesn't miss a beat with the intensity, and this is good, this is Cryptopsy doing what they need to do here in their first full-length since 2012 (!). That was a solid if unmemorable record, but it was nowhere near the misstep of 2008's The Unspoken King. As Gomorrah Burns aims to get a bit of the ruthless earworms of the band's first four albums back, “Godless Deceiver” showcasing a classy guitar solo and a don't-get-too-comfortable groove that I don't mind seeing Cryptopsy flirt with, a bit.



“Flayed The Swine” showcases good labyrinthine technical grinding DM although the band does constantly come back to a more mid-paced grooving place, but it's not like this is modern Decapitated—Cryptopsy still have the fire, or rather, the fire is back after some time away. By the time the album comes to a close, I'm not blown away, but I'm impressed, everything is as it should be, Cryptopsy simply trying to put out great records while dealing with the weight of having a mind-bending past behind them.

PRIMAL FEAR - CODE RED


This is a very important album in the history of Primal Fear, namely since main songwriter Mat Sinner (bass) spent much of the pandemic recovering from a life altering/completely debilitating health scare that made him have to learn how to walk and do all the small, daily procedures, over again. Would change anyone's perspective on life and it's reflected in the music (or specifically, the lyrics), feeling freer to comment on anything/everything, regardless of "consequences." These songs aren't your typical, throwaway metal topics.

First off, this is not a straight ahead, fist pumping power metal record, the variety for which Primal Fear is known. Sure, there's plenty of that style, but also some darker, more moody (and, at times, a heavier, more modern approach). As if to drive home the point, electronic effects greet opening "Another Hero", which quickly settles into a mid-paced Teutonic rhythm. Lyrically, it asks "Have we completely lost our minds? We only have one planet. Where is the savior, who shows us the way? We need a guide back to sanity." Ralf Scheepers' voice is in fine form, but no piercing highs employed, yet.

The pace enlivens for "Bring The Noise", echoing gang vocals come the rough titular chorus. Midway through, the staccato stomp is shattered by an 8-Bit video game sounding guitar break from Alex Beyrodt. Apart from Scheepers’ soaring vocals (including closing a cappella note), sounds like a thoroughly contemporary outfit. Slower, creeping "Deep In The Night" is recognizable as the German Commandos, but with a (dare I say) more commercial bent. The most scathing lyrics revolve around first full-steam ahead track, "Cancel Culture", which decries the situation: "It's the curse of the cancel culture. It's the fall of democracy. When the witch hunt has begun, and we gather round the funeral pyre." It also observes "Using our consoles and keyboards like weapons in war. It seems like our weapons become a place to release anger." Shame the "free" world (more specifically The USA) has to be taught a lesson from a nation that endured the horrors of such ideas gone unchecked.

Entrevista Tarja: coletânea de sucesso




Poucas vozes podem representar a beleza da união entre luz e trevas tão bem quanto o canto angelical de Tarja Turunen. A finlandesa é a principal referência quando se pensa em metal sinfônico, desde os primeiros passos ao lado do Nightwish até a produtiva carreira solo, criando um legado abrangente e único. Prestes a retornar ao Brasil para celebrar o corpo de trabalho forjado nas últimas décadas, a cantora falou sobre a coletânea Best Of: Living The Dream.

Lançada em dezembro do último ano, a coletânea reúne os principais sucessos da carreira solo de Tarja, iniciada com o disco My Winter Storm (2007). Para a tracklist, a artista fez uma seleção pessoal das faixas favoritas dos seis álbuns de estúdio lançados desde então. “A seleção das músicas para o álbum principal do Best Of foi bastante fácil, pois eu queria incluir as músicas que percebi serem as favoritas dos fãs em meus shows e que foram lançadas como singles dos meus álbuns. No entanto, lançamos diferentes versões da coletânea como edições limitadas e especiais, e nessas versões eu pude escolher minhas próprias músicas favoritas. Essas músicas são mais artísticas e progressivas. Para um verdadeiro fã, esses álbuns de edição especial sempre despertam muito interesse”, comentou a cantora.


Ao ouvir a seleção de sucessos de Tarja, é inevitável refletir sobre o teor autobiográfico e as mensagens de superação recorrentes nas letras. Esse é o caso de “Diva”, parte do disco The Shadow Self (2016), na qual a cantora finalmente respondeu em música às acusações feitas no tumultuoso processo de demissão do Nightwish, quando foi pega de surpresa por uma carta aberta ao público na qual era descrita como uma pessoa de difícil convivência e uma diva, no pior sentido da palavra.

Questionada sobre o equilíbrio entre a maldade com a qual foi taxada de diva e a posição de musa inspiradora para milhares, Tarja reitera o quão distante está dessa imagem de uma pessoa de nariz empinado e orgulhosa. “Me machucou profundamente quando minha reputação foi prejudicada por várias acusações falsas no passado, feitas por pessoas que não tinham outra maneira de seguir suas próprias vidas a não ser fazer isso. Mas eu escolhi ouvir meu coração e seguir meu sonho com a música”, explicou. “Adoro tocar a música ‘Diva’ em meus shows e, ao fazer isso, estou dizendo às pessoas que não devemos nos importar com o que os outros falam mal sobre nós, apenas porque suas próprias vidas são miseráveis, eles têm inveja ou querem ser como você. Cada um de nós é a diva de suas próprias vidas”.

Essa mensagem de empoderamento é uma constante nos álbuns de Tarja, ainda que os conceitos mudem e explorem diferentes aspectos dos sentimentos e emoções. “Eu encorajo as pessoas a viverem seus sonhos, a seguirem suas paixões e a viverem suas vidas plenamente neste momento. Pode parecer um clichê, mas certamente não é. É muito difícil perceber que a vida passou sem ter uma única chance de viver verdadeiramente e fazer as coisas que você sempre quis fazer, talvez apenas porque você teve medo de fazer uma mudança. E se não houver amanhã?”, questiona.

A história de Tarja com a música começou ainda na infância, quando os pais a matricularam no coral da igreja que frequentavam, e se tornou uma profissão ainda na juventude – ela tinha 20 anos recém-completados quando o Nightwish estreou com Angels Fall First, em 1997. Com a aproximação da marca de três décadas como uma das vozes mais reconhecíveis do metal, existem alguns conselhos que ela daria à Tarja do passado: “Com certeza, diria a ela para não permitir que as pessoas a usem como uma marionete e não aceitar coisas que a machucariam. Eu diria a ela para trabalhar duas vezes mais para aumentar sua força interior”.


Nesse processo de revisitar as memórias e momentos marcantes da vida nos palcos, a vocalista se orgulha da constância com a qual manteve uma carreira internacional, com uma base de fãs bem estabelecida pelo mundo inteiro. Mas para além das lembranças felizes, Tarja se mostra animada para os próximos passos. “Sinto honestamente que o melhor ainda está por vir”, disse.

Como parte da turnê internacional de divulgação do projeto, Tarja retorna ao Brasil em setembro de 2023 para uma série de shows voltados aos hits da carreira, passando por São Paulo, Curitiba e Limeira (veja mais detalhes aqui). A relação com o país começou há mais de 20 anos e nunca mais parou: de acordo com dados do Setlist.fm, somos o segundo país da América Latina com mais shows de Tarja, perdendo apenas para a Argentina, onde a cantora já morou com o marido, Marcelo Cabuli.

Na expectativa para as apresentações pelo nosso país, Tarja finaliza a conversa com o HM falando de uma das outras paixões que tem pela cultura do Brasil (além dos fãs, é claro): Eu amo picanha! Não tem como eu visitar o brasil sem jantar em alguma churrascaria. Eu adoro a comida local de forma geral, então ter uma boa experiência culinária no país é um dever”, comentou.