No início dos anos 70 o Black Sabbath ousou não apenas musicalmente, mas também liricamente com a fomentação de um estilo musical pesado, sombrio e impactante, introduzindo nessa forma de tocar, letras de horror e contextos demoníacos com muita megalomania. Surgiu assim o heavy metal, inicialmente derivado do blues e da psicodelia dos anos 60, com vasto terreno a ser desbravado ao lado de nomes americanos como o Coven e Alice Cooper.
Com o passar do tempo mais bandas incorporaram esses predicados em suas propostas musicais e logo o heavy metal se tornou um estilo universal e muito mais “temperamental”, como conduziu o Judas Priest a partir de seu segundo álbum, “Sad Wings of Destiny” de 1976 –, chegou até à Dinamarca onde os guitarristas Hank Shermann e Michael Denner mais o baixista Timi Hansen e o baterista Kim Ruzz formaram o Mercyful Fate ao lado do vocalista King Diamond, um grande seguidor do satanismo de Anton LaVey e fã de Alice Cooper.
O pequeno EP autointitulado de 1982 e o debut “Melissa” de 1983 pavimentaram a trilha de sucesso que estourou definitivamente em “Don’t Break The Oath”, álbum que continuou explorando o ocultismo e satanismo como filosofia, como assim considerava o próprio ‘front man’. Hoje, o segundo full length do Mercyful Fate é reconhecido não apenas como um dos melhores álbuns da banda, mas como um dos maiores clássicos da história do metal.
Mas há quem discorde desse mérito, como o redator Victor Ramos do blog Musical Militia: “Provavelmente o álbum mais superestimado de toda a história do Metal. Don’t Break The Oath, do Mercyful Fate (banda da ‘lenda’ King Diamond), é um pé no saco”. Claramente percebe-se que o disco mexeu com os nervos do repórter – mas, por outro lado, o site canadense Metal-Rules o elegeu como o álbum mais influente do metal extremo em sua lista top 50, e para complementar mais a lista, “Melissa” vem em segundo posto.
Gravado em maio de 1984 no Easy Sound Recording, em Copenhagen (DIN), “Don’t Break The Oath” que foi produzido pelo já conhecido da banda, Henrik Lund, foi lançado no dia 7 de setembro pelos selos Combat Records e Roadrunner Records, sendo relançado em 1997 com a música “Death Kiss” como faixa bônus.
Obviamente, este é o disco do Mercyful Fate que sofreu mais influência da imaginação surreal de King Diamond, pois o vocalista assina todas as canções deixando em cada uma delas a sua marca registrada, e isso não é difícil perceber tendo em vista o clima teatral encontrado em músicas como “Nightmare”, “The Oath” e “To One Far Away”. A dupla Denner e Shermann, que são coautores em muitas composições estiveram inspirados nesse ‘play’ executando riffs e solos bem dosados, mas com impressão deixada de que nada podia ofuscar as mirabolâncias do vocalista. Portanto, o grande nome do álbum é mesmo “King Diamond”. Sua voz que muda de técnica a todo instante fizeram de músicas como “A Dangerous Meeting”, “Gypsy” e “Come to the Sabbath” grandes hinos do heavy metal, e é justamente pelo esforço que Diamond dedicou a este álbum, que muitas pessoas o define como “O álbum solo de King Diamond no Mercyful Fate”.
Muitas vezes seus arranjos e orquestrações ficam em evidência mais que a sessão rítmica, causando tédio em algumas pessoas e admiração em outras, o resultado disso não acrescenta ou diminui o valor que “Don’t Break The Oath” representa para o universo rockeiro. O álbum é de muita estima sim, mas é injusto dizer que é superestimado, afinal, ele reflete no trabalho de várias bandas ao redor do mundo que o tomam como influência.
01-“A Dangerous Meeting”
02-“Nightmare”
03-“Desecration of Souls”
04-“Night of the Unborn”
05-“The Oath”
06-“Gypsy”
07″Welcome Princes of Hell”
08-“To One Far Away”
09-“Come to the Sabbath”
10-“Death Kiss” (bônus )