Como comentar sobre uma obra prima? É fácil, é complicado.
Quando algo atinge um nível tão superior suas qualidades falem por si só.
E deixar de exaltar qualquer uma delas é um erro imperdoável.
Então vamos tratar de não deixar nada de fora sobre esse que é o nono álbum de estúdio do Deep Purple.
‘Stormbringer’ foi gravado no Musicland Studios, Munique, em agosto e mixado no The Record Plant, Los Angeles, durante setembro de 1974.
Suceder ‘Burn’ não era trabalho simples para a ainda recente formação MK III. O produtor Martin Birch não teve uma vida muito fácil para equacionar a quantidade de influências diferentes e ideias distintas, que os membros da banda levaram para as gravações.
Principalmente as que vinham do ex-Trapeze, Glenn Hughes. Nesse álbum, os elementos de funk e soul, que foram apenas insinuados em ‘Burn’, são mais marcantes, o que incomodou muito ao guitarrista Ritchie Blackmore.
E claro, que mais tarde isso custou o devido preço.
A capa do disco merece atenção especial.
A imagem de capa do ‘Stormbringer’ é baseada em uma famosa foto. Em oito de julho de 1927, um tornado passou por perto da cidade de Jasper, em Minnesota e foi fotografado por Lucille Handberg. Sua fotografia tornou-se uma imagem clássica, e foi editada para a capa do álbum.
A música “Stormbringer” (escrita por Blackmore e Coverdale) abre o LP com força. Se não tem o mesmo peso de “Burn”, sua levada cativante compensa. Coverdale e Hughes dividem os vocais e o intrincado solo de Blackmore é muito inspirado.
Em seguida “Love Don’t Mean a Thing” quebra totalmente o clima inicial. O baixo de Hughes fala alto e novamente ele divide os vocais com David.
A canção é creditada a todos os integrantes da banda.
Já “Holy Man” (Coverdale, Hughes, Lord) é uma belíssima balada cantada apenas por Glenn. Aquele cantor que você conheceu no Trapeze aqui se solta e é impossível não se emocionar com ‘felling’ que Mr. Hughes transmite, principalmente no refrão. O solo curto e simples de Blackmore é perfeito para a música.
Em “Hold On” (Coverdale, Hughes, Lord, Paice) a voz de Coverdale reaparece em um duelo com a de Glenn, onde quem ganha é o ouvinte.
Novamente o baixo é marcante e a guitarra de Blackmore discreta, mas para a proposta da música, não poderia ser diferente. O solo é dividido com Jon. E nesse clima inovador e diferente, se vai o Lado A.
A dupla Blackmore/Coverdale assina outra paulada, “Lady Double Dealer”, que abre o Lado B de forma monstruosa. Blackmore comandando com palhetadas muito precisas e um solo incendiário. O encaixe vocal entre Hughes e Coverdale novamente beira a perfeição.
“You Can’t Do It Right (With the One You Love)” – primeiro single do disco – é assinada por Blackmore, Coverdale e Hughes e também tem muito daquelas novas influências que já citamos. Aparentemente Blackmore tentou ceder um pouco ao estilo dos novos companheiros de banda.
Ótima canção, mas não foi uma boa escolha para primeiro single, segundo os fãs na época. O solo de Mr. Lord é destaque.
Na sequencia outra assinada por todos os integrantes, “High Ball Shooter”.
Outro duelo entre as vozes dos vocalistas que dá gosto acompanhar. No ótimo solo, todo por conta de Jon Lord, se pode ouvir ao fundo a guitarra de Blackmore mesmo que discretamente, preenchendo os espaços com maestria.
Desde a intro de Ian Paice, a melodia, as frases, “The Gypsy” é uma das mais belas músicas da discografia do Deep Purple. O solo criado por Blackmore é dramático e combinada perfeitamente com a melancolia que a letra da música descreve. Além de contar com um daqueles momentos raros em que duas vozes se tornam praticamente uma. Não há quem se destaque, Coverdale e Hughes parecem um só. Como não poderia ser diferente, todos os membros também assinam essa linda canção.
E para encerrar, simplesmente a mais bela balada já gravada por uma banda de Hard Rock. Escrita por Blackmore e Coverdale, “Soldier of Fortune” esbanja sentimento. Seja na sua levada calma ou na métrica de seus versos, que por sinal só pessoas muito inspiradas poderiam criar de tão belas são as passagens. Coverdale é o único responsável pela interpretação.
Blackmore entendeu muito bem a sutileza da melodia e encaixou um solo muito simples, e por ser tão simples, é um dos seus mais belos.
Algumas músicas de “Stormbringer” são extremante conhecidas, pois foram regravadas ou interpretadas ao vivo pelos membros da MK III.
Só para citas algumas, Glenn Hughes regravou “Holy Man” no álbum “Feel” de 1995; “The Gypsy” com o Voodoo Hill do guitarrista Dario Molo; além de cantar em diversas oportunidades seus shows solo “Lady Double Dealer” e “Stormbringer”.
Ritchie Blackmore em seu Blackmores Night gravou e também colocou no setlist muitas vezes a bela “Soldier of Fortune”.Já David Coverdale recentemente gravou com sua banda Whitesnake, um disco só com músicas da sua época no DeepPurple (com o óbvio nome de “The Purple Album”), com 5 faixas de “Stormbringer”. Destaque para a versão de “Holy Man”, que originalmente era cantada apenas por Hughes.
Anteriormente já disse que esse disco apesar de ser um clássico cobrou seu preço por ser eclético. Blackmore aos poucos foi levando seu descontentamento do estúdio para a estrada e o ambiente entre os músicos se tornou insustentável. ‘The Man in Black’ acabou por abandonar o Deep Purple em 7 de abril de 1975.
Importante citar que “Stormbringer” ganhou uma reedição especial com vários bônus quando completou 35 anos em 2009 chamada “The 35th Anniversary Edition of Stormbringer” .
Bem, é um álbum absolutamente indispensável em qualquer coleção de discos. Serve até hoje como referência e está entre os LPs favoritos de músicos como Bruce Dickinson, KK Downing, Yngwie Malmsteen e Jorn.
O legado do MK III é eterno e muito disso por causa desse álbum fantástico.
Anteriormente já disse que esse disco apesar de ser um clássico cobrou seu preço por ser eclético. Blackmore aos poucos foi levando seu descontentamento do estúdio para a estrada e o ambiente entre os músicos se tornou insustentável. ‘The Man in Black’ acabou por abandonar o Deep Purple em 7 de abril de 1975.
Importante citar que “Stormbringer” ganhou uma reedição especial com vários bônus quando completou 35 anos em 2009 chamada “The 35th Anniversary Edition of Stormbringer” .
Bem, é um álbum absolutamente indispensável em qualquer coleção de discos. Serve até hoje como referência e está entre os LPs favoritos de músicos como Bruce Dickinson, KK Downing, Yngwie Malmsteen e Jorn.
O legado do MK III é eterno e muito disso por causa desse álbum fantástico.
Side one
“Stormbringer”
“Love Don’t Mean a Thing”
“Holy Man”
“Hold On”
Side two
“Lady Double Dealer”
“You Can’t Do It Right (With the One You Love)”
“High Ball Shooter”
“The Gypsy”
“Soldier of Fortune”
Deep Purple:
David Coverdale – lead vocals
Ritchie Blackmore – lead guitars
Jon Lord – organ, keyboards, electric piano, backing vocals
Glenn Hughes – bass guitar, lead vocals
Ian Paice – drums, percussion