segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Moonspell e o Metal em língua PORTUGUESA



Quando conheci o Moonspell no início dos anos 2000, fiquei paralizada com a introdução da língua portuguesa genuína no Metal. Na época, bandas como Nightwish, Lacuna Coil, Type O Negative, etc estavam em alta e vivíamos uma era de Gothic Metal atravessar fora a fora os inferninhos, especialmente o Matriz aqui em Belo Horizonte com uma mistura doida de Dark com música para dançar e ao mesmo tempo “bater a cabeça”.

Não demorou muito e eles vieram à cidade no inicio da década de 2000 e fizeram um show muito bacana com uns amigos nossos tocando na abertura. Percebi que era mesmo o auge de algo que passava pela volta do Dark/Gothic mas agora mais Industrial; precedidos da Era de Matrix, (O filme com Keanu Reeves de 1999) que tinha uma trilha sonora recheada de bandas como Marilyn Manson, Deftones, Ministry, Rammnstein, a extinta Rage Against the Machine e Prodigy; mas com o peso essencial do Heavy e Gothic Metal, vertentes que Moonspell navega. Mas acima de tudo, sua evolução tornou a banda mais brutal, o que os tornou também uma fodástica banda de Death Metal portuguesa.

Não obstante, os discos que demoramos um tempo para conhecer, ouvir e prestigiar eram: “Wolfheart” de 1995, “Irreligious” de 1996, “Sin Pecado” de 1998 e “The Butterfly Effect” de 1999. Mas já tínhamos em mãos o “Darkness and Hope” e “The Antidote”. Posteriormente, não acompanhei mais os discos. Mas fui em mais 2 shows deles em Portugal. Um no “quintal” de onde morava – este foi um show na rua, na praça da Maia, no Porto.

Não tem dúvidas que é maravilhoso cantar o hino do poeta Lusitano Fernando Pessoa em uma de suas músicas:







E a língua portuguesa e Portugal sempre foram muito importantes para mim, pois é pátria da minha filha e por ter morado afetivamente por lá! Além disso tudo, ver o meu estilo de música preferida com a língua brasileira ou portuguesa é algo que me emociona, pois essa de que Metal combina só com inglês, é um baita preconceito imbecil.

Acho de verdade que mais bandas brasileiras, portuguesas e em alto e bom som deviam expandir nosso potencial musical e lirico por todo o planeta!

Voltando ao Moonspell, fiquei felizona de saber que o novo álbum de sua carreira é conceitual (1755), será lançado dia 3 de novembro pela Napalm Records e será a descrição de uma catástrofe (um terremoto) que provocou a destruição de Lisboa em 1755. E o melhor. TODAS AS LETRAS EM PORTUGUÊS!

O cantor Fernando Ribeiro recita na música “Evento” a famosa citação do Marquês de Pombal (Sebastião José Carvalho e Melo) que, juntamente com a população da cidade, reconstruiu-a de suas cinzas e ruínas em apenas um ano: “Enterre os mortos, cuide dos sobreviventes”.

Fernando disse:

“A música Evento é sobre o destino. É um diálogo entre a narrativa deste dia e o sentimento dos habitantes de Lisboa – ‘e o coro todo poderoso me obriga a permanecer calmo e a aceitar a vontade de Deus’. Este conflito e a profanação de Lisboa é um dos aspectos mais interessantes deste dia maldito. Uma luta que ajudou Portugal a sair da Idade Média para uma era nova e brilhante. “

Moonspell continua com toda sua força e capacidade de fazer música de qualidade. Com sua linearidade musical, não deixa de evoluir em seus temas e sua força. E vem com um álbum que infelizmente coincide com um período difícil que o país enfrenta, e que de alguma forma, há sofrimento. Os fogos em Portugal (Estamos a todos a arder) como eles mesmos dizem, faz parte das tragédias que de alguma forma um dia se tornarão críticas, e finalmente lirismo e provavelmente boas canções de Death Metal.


Paradise Lost – Medusa (2017)




O Paradise Lost é uma banda que eu já declarei ser uma forte referência do híbrido entre o Gótico, Metal Melódico e o Doom Metal, como na Cronologia do álbum In Requiem.
A diferença é que, daquele álbum de 2007 para o de agora, que foi lançado em 1 de setembro de 2017, intitulado “MEDUSA“, a banda teve uma progressiva evolução e hoje tem suas características bem mais sedimentadas, homogeneizadas e maduras para o estilo que se propõem. É como um vinho envelhecido em tonel de carvalho e aberto no momento certo!

Vamos analisar sua obra

A banda apresenta sua experiência nos acordes dentro do seu estilo e compõe em uma de suas músicas (a mais longa e primeira do disco, Fearless Sky – 8:31min) uma obra prima que atende os pré-requisitos de peso e melodia sombrios, que brindam as formas de apresentação de um material rico, provindos de uma banda com história e expressividade no Gothic Metal.

Gods of Ancient é presença linear, talvez quase previsível no trabalho que se torna uma pouco mais denso mas ainda atende a homogeneidade do álbum. O baterista Waltteri Väyrynen é menos expressivo nas outras faixas, mas ainda se faz pouco destacável, talvez até pelo estilo sombrio e pontuado; ou simplesmente porque é sua estréia no álbum.

A primeira alusão ao puro metal do disco é From the Gallows – No entanto, o aspecto “death” se apresenta no vocal e floresce na letra que fala de algo como “de volta a forca” – ou aquelas escadarias de madeira onde realizava-se as execuções por enforcamento ou espada. Impressionante como o álbum ainda é uma fusão de gêneros, mas ainda assim não é heterogêneo, trazendo cuidados por parte de seus compositores.

A música de trabalho é: The Longest Winter que me leva aos elementos mais densos do Gothic Metal. O vocal me remete várias vezes ao Moonspell que é uma das minhas bandas preferidas. Na linha do gótico, a profundidade desta canção respeita bem o estilo que se espera da descrição histórica da banda, como uma das criadoras do estilo, em 1988. Curta e profunda como tem que ser.

Através de uma retomada do conceito tradicional do“Gótico Ingles”, as letras são objetivas, poéticas e parecem sair de um livro de Edgar Allan Poe. Dessa vez a música é Medusa, faixa título que tenta passar uma idéia de eternidade como em todo material literário do álbum. No trecho:

“Pretenders to the throne,

Their willing turns to stone”

“Pretendentes do trono,

O seu desejo se transforma em pedra “

Ele justifica o título, por se tratar de um conceito atribuído à personagem da mitologia grega, “Medusa” que tinha serpentes na cabeça e tudo que ela olhava, se tornava PEDRA.

Passage for the Dead surge rasgando fora a fora a voz de Nick e as guitarras novamente solam de forma destacável. Com o peso que permite uma evolução sistemática da proposta da banda, se você espera mais peso pode ser que esta canção te satisfaça.

Numa linhagem mais moderna e melódica, a canção Blood and Chaos nos traz de volta ao modernismo das canções de Doom Metal dos anos 2010 em diante, com um instrumental típico e o vocal inflamado que deve levar à loucura seu público e platéia. A Guitarra de Greg Mackintosh tem seu ponto alto.

Frozen Illusion é a mais pesadinha referência do álbum com a sujeira típica do Death, uma impressionante guitarra Thrash e parece que você está ouvindo alguma coisa de Max Cavalera. É parte de toda essa incrivel fusão!

Voltamos às antigas referências sobre a banda se parecer algumas vezes com o Depeche Mode. A diferença é o gutural Death de Nick Holmes que surge como uma ferida no meio da fina pele que reveste o estilo dark-gótico tradicional. A mistura compensa a intensidade melódica da canção. Seu nome é Shrines.

A canção Symbolic Virtue abraça bons solos de guitarra e o teclado traz a tona o acesso poético das músicas das penumbras e catacumbas medievais. Boa subida melódica e vocal linear, com delicadeza de notas.Finalmente a banda demonstra MATURIDADE e CAPACIDADE DE OFERECER VARIANTES MUSICAIS que não se perdem na linearidade do estilo. Mas a pergunta que fica é….Onde mais eles podem chegar?






01. Fearless Sky 00:00

02. Gods Of Ancient 08:30

03. From The Gallows 14:20

04. The Longest Winter 18:03

05. Medusa 22:36

06. No Passage For The Dead 28:57

07. Blood & Chaos 33:13

08. Frozen Illusion (Bonus Track) 37:02

09. Shrines (Bonus Track) 42:22

10. Symbolic Virtue (Bonus Track) 46:22

Primeiro álbum da DEITY será lançado em CD




O Death Metal canadense não conhece limites! Tal como a Flórida e a Suécia, o Canadá gerou uma parcela de nomes importantes para essa maldita vertente. E desta lista é o triunvirato de GORGUTS, KATAKLYSM e CRYPTOPSY. Com este tipo de supremacia, não é de admirar que o Canadá continue a produzir grandes nomes para continuar o legado de brutalidade, e aí está o duo DEITY.


A DEITY é formada por John Massey e Danny Alessandro e o seu primeiro disco autointitulado foi lançado no inicio de junho de 2017 pela própria banda apenas no formato Digital. A DEITY assinou um contrato com a gravadora CDN Records, que irá lançar o disco em CD no dia 10 de novembro de 2017. Para reservar uma cópia acesse: cdnrecords.com/product/deity-self-titled-pre-order


Ouça o álbum na íntegra:

https://deityca.bandcamp.com/album/deity
 

Morre Martin Eric Ain baixista da CELTIC FROST



Martin Eric Ain (Martin Stricker) morreu ontem, 21 de Outubro de 2017, em Zurique, após um fulminante ataque cardíaco. Entre outros trabalhos ele entrou para a história por suas participações nas bandas HELLHAMMER e CELTIC FROST.

Depois de ter tocado baixo nos anos 80 com a CELTIC FROST, ele se tornou um empresário e era dono de uma loja de DVDs e um bar de sucesso em Zurique, chamado Acapulco. Também era co-proprietário do clube de música Mascotte.

Martin Eric Ain juntamente com Tom Gabriel Warrior formaram uma das mais respeitáveis duplas de compositores e liricistas do Metal Extremo. Inicialmente quebrando barreiras com a simplicidade mórbida da HELLHAMMER e evoluindo para um estilo inrotulável com a CELTIC FROST, a banda permanceu até os dias de hoje como uma grande influência do Metal e na vanguarda do que futuramente se chamaria Metal Sinfônico .

Após o bem sucedido retorno em 2006 com "Monotheist" mostrando mais uma faceta da CELTIC FROST, o mesmo findaria as atividades pouco tempo depois deixando os dois mentores, um de cada lado seguindo seu caminho. Tom Warrior criou o Triptykon e Martin, apesar de deter os direitos acerca da "marca" CELTIC FROST, preferiu nunca fazer uso da mesma e preferiu uma vida como empresário na Suiça.

Links Relacionados
Homepage: celticfrost.com
Myspace: myspace.com/celticfrost
Youtube: youtube.com/user/CelticFrostOfficial
LastFM: last.fm/pt/music/Celtic+Frost


SCOTT IAN: NOVO LIVRO TERÁ HISTÓRIAS SOBRE DIMEBAG DARRELL, LEMMY KILMISTER E MAIS






O livro será lançado ainda esse ano

O guitarrista do Anthrax, Scott Ian, revelou que lançará um novo livro.

Access All Areas: Stories From A Hard Rock Life é o sucessor de I’m the Man: The Story of That Guy From Anthrax lançado em 2014.

Uma breve descrição do livro conta que Scott Ian fez uma compilação de suas melhores momentos no mundo do Rock And Roll unindo humor, diversão, comida, bebidas alcoólicas e caos durante seus anos de estrada.

O livro trará histórias de grandes nomes da música e colegas do guitarrista como Dimebag Darrell, Trent Reznor, Lemmy Kilmister, John Carpenter, Robert Trujillo, Slayer, David Lee Roth e muitos outros.

Em uma entrevista para a Ultimate Classic Rock, Ian revelou que essas histórias não se encaixavam na proposta de seu último livro e por isso sentiu a necessidade de escrever outro.

O livro Access All Areas: Stories From A Hard Rock Life está previsto para ser lançado dia 12 de Dezembro e está disponível para pré-venda aqui.

DAISY BERKOWITZ, EX-GUITARRISTA DO MARILYN MANSON, MORRE AOS 49 ANOS





O músico foi um dos fundadores da banda

Scott Mitchell Putesky, conhecido por Daisy Berkowitz, morreu aos 49 anos.

O ex-guitarrista e fundador da banda Marilyn Manson lutou contra o câncer por quatro anos.

Putesky foi responsável por um dos sons de guitarra mais importantes da carreira da banda como “Sweet Dreams”, “Lunchbox” e “Cake and Sodomy” e participou dos primeiros álbuns, Portrait of An American Family e Smells Like Children.

O guitarrista saiu da banda em 1996 após uma diferença criativa durante o processo de composição do Antichrist Superstar e participou do Jack Off Jill, Godhead e sua própria banda, Three Ton Gate.

DAVE MUSTAINE REVELA DOENÇA E MANDA MENSAGEM AOS FÃS BRASILEIROS






O Megadeth virá ao Brasil no fim do mês

Dave Mustaine contou em seu Twitter que contraiu uma doença após levar uma picada em uma fazenda.

Ao ser questionado por um de seus fãs sobre voltar para casa após o cancelamento da turnê com o Scorpions, o músico contou que a pausa apareceu em um bom momento, pois ele precisava voltar para descansar.

Um de seus fãs respondeu o tweet do músico dizendo para tomar cuidado com a Doença de Lyme que pode ser contraída a partir de uma picada. O frontman do Megadeth respondeu o fã contando que é exatamente essa a doença que carrega, mas logo em seguida disse que não há motivos para preocupação, pois ele está bem.

Após a revelação de sua doença, surgiram boatos que a banda cancelou seus shows no Brasil, mas Mustaine assegurou os fãs de que isso não aconteceu. Confira o vídeo abaixo com a mensagem do músico: