Boa parte dessas produções do Uganga, sejam projetos de gravação ou circulação (turnês), têm recebido incentivo através de políticas públicas .
POR ALEX MARTINS
1)A BANDA É VETERENA NA CENA METAL, FORMADA EM 1993 EM UBERABA,UM DOS ICONES DO METAL NACIONAL E MUNDIAL? COMO FOI O INICIO DO UGANGA?
MANU JOKER: CARA NOS COMEÇAMOS EM 1993 COMO UM PROJETO PARALELO. AS COISAS FORAM ASSIM ATÉ POR VOLTA DE 97 QUANDO LANÇAMOS NOSSA PRIMEIRA DEMO. NO ANO SEGUINTE SAIU A SEGUNDA, FOMOS TOCAR NO “ULTRASOM” DA MTV E EM 2002 SAIU NOSSO PRIMEIRO FULL “ATITUDE LOTUS”. DESDE ENTÃO JÁ SÃO CINCO ALBUNS DE ESTUDIO, UM AO VIVO GRAVADO NA ALEMANHA, UM DVD, VÁRIAS PARTICIPAÇÕES EM COLETÂNES E QUASE DIAS DEZENAS DE PAÍSES VISITADOS.
2)SERVUS É SEM SOMBRA DE DÚVIDAS, O MAIS BEM SUCEDIDO ÁLBUM DA BANDA ?COMO FOI A PRODUÇÃO DESSE ÁLBUM?
MANU: EU DIRIA QUE ELE TINHA TUDO PARA SER NOSSO TRABALHO MAIS BEM SUCEDIDO SE NÃO FOSSE A PANDEMIA. COM CERTEZA É O QUE OBTEVE AS MELHORES RESENHAS, AS VENDAS TEM SIDO BOAS, PROS PADRÕES DE UMA BANDA DE ROCK PESADO INDEPENDENTE CLARO, MAS É UM ALBUM QUE NÃO PODE SER DEVIDAMENTE TRABALHADO NA ESTRADA COMO FOI COMOS OUTROS. CANCELAMOS A TERCEIRA TOUR NA EUROPA, A PRIMEIRA NA RUSSIA E NOVE DATAS NO BRASIL. MAS TEM SIDO ASSIM PRA TODO MUNDO ENTÃO É SE MANTER FORTE E VOLTAR AOS PALCOS QUANDO FOR O CERTO. MUSICALMENTE EU ACHO NOSSO MELHOR TRABALHO, AO MENOS ATÉ AGORA.
3) COMO A BANDA CONSEGUIU QUE O ÁLBUM SERVUS FOSSE FINANCIADO PELO WACKEN FOUNDATION DA ALEMANHA E PMIC DE UBERLÂNDIA?
MANU: ISSO É MÉRITO DO PESSOAL DA “SOM DO DARMA” QUE FAZ NOSSO EMPRESARIAMENTO. ELES FICAM DE OLHO NESSES EDITAIS E SEMPRE QUE ROLA ALGO A GENTE TENTA. A PEMIC É UMA LEI MUNICIPAL QUE DA SUPORTE A ARTISTAS DOS MAIS VARIADOS SEGMENTOS , SAI O EDITAL A GENTE SE INSCREVE, FAZ TUDO COMO PEDE E BOA. NO CASO DO WACKEN FOI ALGO AINDA MAIS FODA POIS AS BANDAS SÃO ESCOLHIDAS POR UMA CURADORIA QUE TEM NOMES COMO A CANTORA DORO PESCH, É UM LANCE MUITO FODA E UMA PUTS RESPONSA HONRAR ESSA MARCA. ACREDITO QUE MANDAMOS BEM,
4) A BANDA TEM UM SOM ÚNICO, MESMO COM MUDANÇAS DE LINE UP NO DECORRER DOS ANOS, COMO É O PROCESSO DE COMPOSIÇÃO DO UGANGA?
MANU: NA PARTE INSTRUMENTAL TODOS COMPÕE E EU, COMO FAÇO A PRODUÇÃO MUSICAL DA BANDA JÁ FAZ UM TEMPO, FICO ENCARREGADO DE ORGANIZAR TODAS AS IDEIAS. ALGUMAS VEZES COMEÇA COM UMA PESSOA SOZINHA, DUAS, TR~ES OU A BANDA TODA. A ÚNICA REGRA É QUE SÓ ENTRA NO PLAY SE A BANDA TODA DER O OK. POR ISSO É MUITO IMPORTANTE TODOS OPINAREM E A GENTE ATÉ QUE LIDA BEM COM ISSO. NA PARTE LÍRICA 99.5% FICA COMIGO.
5) O UGANGA CANTA EM PORTUGUES ,SOBRE AS LETRAS QUAIS SÃO AS INSPIRAÇÕES DA BANDA NA HORA DE COMPOR AS LETRAS ?
MANU: TUDO O QUE ESTÁ A NOSSA VOLTA, TUDO DE BOM, DE RUIM, TUDO QUE GOSTAMOS E NÃO GOSTAMOS. O LANCE É QUE, DESDE A PRIMEIRA DEMO ATÉ HOJE, A NOSSA ABORDAGEM É POR UM VIÉS MAIS POSITIVISTA. MESMO QUE A MÚSICA SEJA UMA CRÍTICA, COMO É A “ SERVUS” POR EXEMPLO, A ABORDAGEM VAI ALÉM SÓ DA RECLAMAÇÃO GRATUITA OU PROPAGAR VERDADES ABSOLUTAS. É MAIS FALAR DE DÚVIDAS DO QUE DE VERDADES, USANDO A LINGUAGEM DAS RUAS E O NOSSO JEITO DE FALAR NO DIA A DIA.
6) SOBRE O DVD “MANIFESTO CERRADO” COMO FOI A PRODUÇÃO E QUAL É A IMPORTÂNCIA DE CONSEGUIR O FINANCIAMENTO PARA
SE PRODUZIR UM DVD COM ESSA QUALIDADE ?
MANU: TODO SUPORTE FINANCEIRO HONESTO QUE NÃO NOS LIGUE A POLÍTICA OU IDEIAS QUE REPROVAMOS É BEM VINDO. SE NÃO FICAR NA MÃO DOS ARTISTAS ESSA GRANA VOLTA PROS VAGABUNDOS QUE HOJE QUEREM ACABAR COM A CULTURA DO PAÍS. A PRODUÇÃO DO DVD FOI UMA PUTA TRABALHEIRA MAS O RESULTADO FOI TOTALMENTE SATISFATÓRIO. SÃO 2 PRODUTOS NO DVD, UM SHOW COMPLETO NO FORMATO MAIS INTIMISTA QUE FIZEMOS EM 2014 NA “ESTAÇÃO STEVENSON” UM PRÉDIO HISTÓRICO DA DÉCADA DE 20 QUE TEM AQUI NA ZONA RURAL DE ARAGUARI , E UM DOC DE MESMO NOME QUE DÁ UMA BELA GERAL NA NOSSA TRAJETÓRIA ATÉ 2018. AMBOS ESSES VIDEOS ESTÃO DISPONÍVEIS NO NOSSO CANAL DO YOUTUBE.
7)QUAL O SIGNIFICADO DO NOME UGANGA ?
MANU: INICIALMENTE NÃO SIGNIFICAVA NADA, OU SEJA SIGNIFICA E EU AINDA NÃO TINHA PERCEBIDO ( RISOS). NO COMEÇO O N0ME DA BANDA ERA “ GANGA ZUMBA” MAS, DEVIDO A OUTRA PESSOA JÁ TER ESSE REGISTRO, MUDAMOS NA ÉPOCA PARA “UGANGA”. PEGAMOS A MANEIRA QUE OS AMIGOS SE REFERIAM AO “GANGA ZUMBA” ( O GANGA) , MUDAMOS O “O” POR “U” E ASSIM FICOU. PRA GENTE ERA ALGO TIPO KORZUS, KREATOR, UMA PALAVRA SEM SIGNIFICADO QUE REMETE A OUTRA. PORÉM COM O TEMPO A COISA FOI SE REVELANDO E DESCOBRI QUE “UGANGA” SIGNIFICA “FEITIÇARIA” EM SWAHILLI E “GANGA” É O NOME DA DEUSA DO RIO GANGES NA ÍNDIA. IMPOSSÍVEL TER MAIS A VER COM A BANDA ESSES SIGNIFICADOS ( RISOS). MISTÉRIOS DA VIDA...
8) O MUNDO ESTÁ REALMENTE ESTRANHO COM A PANDEMIA? O QUE A BANDA TEM A DIZER SOBRE A REAL SITUAÇÃO QUE VIVEMOS?
MANU: EU ACHO QUE ESTAMOS VIVENDO UM MOMENTO MUITO ATRASADO . SEJA NO BRASIL OU NO MUNDO DE MANEIRA GERAL. É TIPO UMA IDADE MÉDIA COM SELFIE ( RISOS). OS HINDUS DIVIDEM O MUNDO EM IDADES DO OURO, PRATA, BRONZE E FERRO. SEGUNDO ELES ESTAMOS NA IDADE DO FERRO, A ÉPOCA MAIS ATRASADA, ONDE SE DESCE MAIS FUNDO NA DEGRADAÇÃO HUMANA. PARA DEPOIS COMEÇAR A SUBIR, EVOLUIR... ESTAMOS NA CONFLUÊNCIA ENTRE AS IDADES DO FERRO E DO OURO E NOSSO ALBUM “SERVUS” RETRATA ISSO NA CAPA EM ALGUMAS LETRAS TAMBÉM. O BRASIL DEPOIS DO CAOS, NUM MOMENTO DE EVOLUÇÃO.
9) COM MAIS DE 25 ANOS DE ESTRADA EXISTE ALGUMA COISA QUE O UGANGA AINDA NÃO CONQUISTOU?
MANU: OLHA CARA, TEM MUITA COISA QUE BUSCAMOS AINDA. MUITOS PAÍSES PARA CONHECER, MÚSICAS PARA COMPOR, NOVAS AMIZADES PARA CONQUISTAR. E TEM TAMBÉM O SONHO DE TER UM RETORNO FINANCEIRO DIGNO QUE NOS PERMITA IR ALÉM DE ONDE VAMOS HOJE COM O QUE TEMOS. NOS AINDA SOMOS PRIVILEGIADOS POIS TODOS TEM SEUS TRABALHOS, APROVAMOS PROJETOS, VENDEMOS MERCHAN E TEMOS DEMANDA PELOS NOSSOS SHOWS, MAS MESMO ASSIM É TUDO FEITO MUITO NA RAÇA E QUEREMOS SEMPRE BUSCAR MELHORIAS PRO UGANGA. ENQUANTO ESTIVERMOS FORTES E EMPOLGADOS COM ESSA BANDA É O QUE FAREMOS, SEGUIR EM FRENTE BUSCANDO EVOLUÇÃO.
10) COMO VOCÊS VEÊM A CENA METAL NO BRASIL DE UM MODO GERAL?
MANU: EU PREFIRO FALAR DA CENA DE ROCK PESADO DE MANEIRA GERAL JÁ QUE RODAMOS ALÉM DO METAL, TAMBÉM POR ROLÊS MAIS PUNKS , HARDCORE ... DE MODO GERAL O BRASIL SEMPRE FOI FORTE E TEVE BANDAS BOAS. AO MESMO TEMPO SEMPRE TEVE OPORTUNISTAS E ENGANADORES, NADA DE NOVO NO FRONT. SEMPRE TEVE QUEM BUSCASSE SER ORIGINAL E QUEM SE CONTENTASSE EM SER UM MERA CÓPIA, E PRA MIM TÁ TUDO CERTO, DE MANEIRA GERAL O ROCK PERDEU MUITO ESPAÇO NA MÍDIA, O PÚBLICO NÃO SE RENOVOU E MUITOS ENVELHECERAM MAL. MAS QUE SE FODA, FAÇO ISSO PORQUE GOSTO E NÃO POR HYPE,
11) O UGANDA JÁ FEZ ALGUMAS TURNÊS INTERNACIONAIS E EM 2010 GRAVARAM NA ALEMANHA O ÁLBUM “ EUROCAOS – AO VIVO”. COMO FOI A EXPERIÊNCIA E QUAL A DIFERENÇA DE TOCAR NA GRINGA?
MANU: ESSE SHOW FOI FODA, 600 MALUCOS E MALUCAS QUE NOS RECEBERAM DE BRAÇOS ABERTOS NA ALEMANHA NUM DIA FODA. E O QUE VOCÊ ESCUTA ALI É A BANDA CRUA NO PALCO SEM MAQUIAGENS OU ENGANAÇÕES. AMBAS AS TOURS FORAM INCRÍVEIS, NOS RENDERAM BONS CONTATOS, AMIZADES EM VARIOS LUGARES E VER NOSSOS ALBUNS LANÇADOS POR LÁ FOI UM SONHO REALIZADO. EU DIRIA QUE A MAIOR DIFERENÇA É NO PONTO DE VISTA DE ESTRUTURA. POR MENOR QUE SEJA O LOCAL ONDE A GENTE TOCOU TINHAMOS TODO O NECESSÁRIO PARA DAR O NOSSO MELHOR, POR AQUI NEM SEMPRE É ASSIM, MAS AS COISAS TEM MELHORADO TAMBÉM.
12) QUAIS SÃO AS INFLUÊNCIAS DO UGANGA? E QUAIS BANDAS VOCÊ PODERIA INDICAR QUE ACHA RELEVANTES NOS DIAS ATUAIS?
MANU: TEMOS GOSTOS MUSICAIS VARIADOS QUE PASSAM PELO THRASH METAL/CROSSOVER, HARDCORE/PUNK, DOOM METAL, DUB/REGGAE, RAP, MUITA COISA CARA... DE BANDAS QUE PODEM SER VISTAS COMO INFLUÊNCIAS CITARIA ALGUMAS QUE, COMO NÓS, MISTURAM ESTILOS. BANDAS TIPO FAITH NO MORE, BIOHAZARD, HELMET, ANTHRAX, PASSANDO POR DINOSSAUROS COMO BLACK SABBATH, BEATLES, MOTORHEAD, PUBLIC ENEMY, JORGE BEM, BOB MARLEY, MILES DAVIS, CELTIC FROST... É UM CALDEIRÃO INSANO E PROFANO CARA!
13) QUAL A IMPORTÃNCIA DO MERCHANDISING PARA AS BANDAS?
MANU: ESSENCIAL! E POR FALAR NISSO CONFIRAM NOSSA LOJA: http://www.incendioshop.com.br/musica-ct-ba9dc
14) QUAIS OS PLANOS DO UGANGA PARA O FUTURO?
MANU: ESTAMOS PRESTES A LANÇAR UM CLIP DA NOSSA VERSÃO PARA “ MANDATORY SUICIDE “ DO SLAYER, QUE SAIRÁ NO TRIBUTO BRASILEIRO AOS MESTRES DO THRASH SANGRENTO. TAMBÉM ESTAMOS COMPONDO O SUCESSOR DO “SERVUS” E OS TRABALHOS ESTÃO BEM ADIANTADOS. FORA ISSO TEMOS FEITO VÁRIAS ATIVIDADES NA INTERNET, LIVES, ENTREVISTAS, ESTAMOS SOLTANDO O MAKING OF DO “SERVUS” EM PARTES NO YOUTUBE E INSTAGRAM... EM PARALELO A ISSO TAMBÉM TEMOS FALADO COM MUITOS MÚSICOS INTERESSADOS EM OCUPAR O POSTO VAGO NA SEGUNDA GUITARRA, E EM BREVE ANUNCIAREMOS O SUBSTITUTO DO CARCAÇA. FORA ISSO É SE MANTER EM FORMA E PRONTO PRA QUANDO ESSA LOUCURA ACABAR.
15) GOSTARIA DE DIZER QUE É UMA HONRA TÊ-LOS AQUI NO HELL METAL ROCK, DEIXEM UMA MENSAGEM AOS FÃS DO UGANGA.
MANU: SE CUIDEM POIS JÁ MORREU MUITO MAIS GENTE DO QUE DEVERIA SE NOSSO PAÍS TIVESSE HOMENS DECENTES NO COMANDO. SIGAM O UGANGA NAS NOSSA REDES SOCIAIS, OUÇAM O “SERVUS” E ESPERO VER TODOS COM SAÚDE NA ESTRADA EM BREVE. SALVE!
“Servus”, o quinto álbum de estúdio do grupo mineiro, não foge à regra. O disco foi financiado por dois relevantes prêmios, o Wacken Foundation, organização alemã sem fins lucrativos idealizada em 2008 pelos produtores do Wacken Open Air – o maior festival de heavy metal do planeta – e que apoia projetos de hard rock e heavy metal de todas as partes do globo, tendo nomes como o de Alice Cooper entre os doadores, e também pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PMIC) de Uberlândia, Triângulo Mineiro, de onde a banda é originária.
“A parceria com o Wacken Foundation foi mais uma vitória da banda e equipe à custa de muito suor, estrada, planejamento e amor à camisa” – declarou o vocalista Manu Joker. “Trata-se do maior festival do planeta! Por sermos uma banda latino-americana tocando em um país como o Brasil e todas as suas dificuldades, essa ajuda financeira torna-se ainda mais bem-vinda. Mas só de ter o logo do Wacken no trabalho já nos deixou honrados. Se pessoas ligadas ao Wacken se interessaram por nós, então nosso trabalho está valendo a pena.”
“Servus” definitivamente vale a pena! O quinto disco de estúdio do Uganga foi gravado no estúdio Rock Lab em Goiânia/GO onde a banda registrou seu álbum anterior, o aclamado “Opressor”. Gustavo Vazquez e o próprio vocalista Manu Joker assinam a produção desse trabalho que significa a coalisão da identidade sonora que o grupo lapidou nos álbuns “Vol.3” e “Opressor” com o aspecto mais experimental dos dois primeiros trabalhos, “Atitude Lótus” e “Na Trilha do Homem de Bem”.
“Se com os dois álbuns anteriores definimos a nossa sonoridade, Servus é um olhar adiante, para o futuro”, afirma Manu. “Mas também consigo ver elementos de todos os nossos outros discos nas novas músicas. Em Servus a banda se arriscou por caminhos onde ainda não foi. Não se trata de estudar o mercado ou seguir tendência. Música é algo muito sagrado para perder tempo com isso. Há mais de duas décadas fazemos peso e groove pois amamos esses dois mundos. Navegar por caminhos aparentemente distintos como o som extremo ou algo diametralmente oposto, nunca nos assustou.”
“Servus” reúne várias participações especiais, entre elas a de Flaira Ferro, notável dançarina e cantora pernambucana. Flaira divide os vocais com Manu Joker e Luiz Salgado – outro convidado bastante especial – na faixa “E.L.A.”. Outra participação peculiar é do grupo chileno de rap Lexico na faixa “Hienas” – que inclusive conta com trecho da letra em espanhol. Também merecem destaques as contribuições do vocalista do Witchhammer, Casito Luz, em “O Abismo”, e do vocalista do John No Arms, Renato BT, em “7 Dedos”. Sem esquecer de citar colaborações ímpares como as do DJ Eremita, o saxofonista Marco Melo, Fábio Marreco da banda Totem e do espiritualista Sr. Waldir.
“É tradição no Uganga termos participações em nossos álbuns. Se por um lado Flaira e Lexico são artistas que também admiramos, mas só travamos contato agora, esses outros citados já estão na nossa crew há muito tempo. O que todos tem em comum? Todos detonaram, e a crew aumentou!”, declarou Manu Joker.
Inerente à música do Uganga, a abordagem espiritual está ainda mais evidente em “Servus”.
Seja pela já citada participação do espiritualista Sr. Waldir – na misteriosa “Depois de Hoje…” – ou pelos elementos presentes na capa do álbum.
“A participação do Sr. Waldir foi providencial e me encheu de orgulho, considerando os tempos atuais onde religiões afro-brasileiras são atacadas por falsos moralistas. Na capa, o feiticeiro (Uganga significa Feitiçaria em Swahilli) tem o rosto com pintura de guerra Kayapó, usa colares do budismo e da umbanda e a luz saindo da testa faz referência direta a Raja Yoga/Hinduísmo: é uma fusão louca de simbolismos, sentimentos e energias. Assim como é a música do Uganga”, explicou Manu.
Mas a arte da capa de “Servus” não apenas sugestiona a relação do grupo com a espiritualidade. Desenvolvida pelo artista pernambucano Wendell Araújo, que já trabalhou com outras bandas de destaque como Ratos de Porão e Cólera, o desenho é uma interpretação possível do significado do título e conceito do álbum como um todo e ajuda a entendê-lo.
“A arte da capa e contracapa tem a ver com o momento atual pelo qual passa a humanidade”, explica Manu. “Digo, a inspiração do álbum vem disso, já que Servus já era um conceito que vinha sendo trabalhado desde quando começamos a pré-produção, quatro anos atrás. Mas a arte em si mostra o Brasil num futuro que não sei, nem posso determinar, quando será. Tem a ver com o conceito do ciclo da vida no hinduísmo, as idades do ouro, prata, bronze e ferro. O momento atual que vivemos seria a idade do ferro, o fundo do poço antes da renovação, do renascimento. A arte mostra o mundo no futuro, na idade do ouro, em tempos pós-caos. Uma época de luz, paz e sabedoria. Seria utopia? Não acredito, mas também não sou senhor de verdade. Acho que estamos na lama há séculos, mudam somente os rostos. Não será a política que vai nos salvar, seremos nós mesmos! Servus trata disso, do fundo do poço, da luta pela sobrevivência e de tempos de redenção”
O Uganga é um dos grupos mais expressivos e relevantes do rock pesado brasileiro. Acumula mais de 25 anos de carreira, lançou quatros álbuns de estúdio e um disco aoO Uganga é um dos grupos mais expressivos e relevantes do rock pesado brasileiro. Acumula mais de 25 anos de carreira, lançou quatros álbuns de estúdio e um disco ao vivo gravado na Alemanha. Já realizou shows por quase todas as regiões do Brasil, participou dos mais importantes festivais e fez duas turnês europeias que juntas somam 28 shows em 13 países.
Boa parte dessas produções do Uganga, sejam projetos de gravação ou circulação (turnês), têm recebido incentivo através de políticas públicas de cultura, comprovando a relevância do trabalho da banda, seja em seu sentido artístico/subjetivo ou sócio-cultural.
“Servus”, o quinto álbum de estúdio do grupo mineiro, não foge à regra. O disco foi financiado por dois relevantes prêmios, o Wacken Foundation, organização alemã sem fins lucrativos idealizada em 2008 pelos produtores do Wacken Open Air – o maior festival de heavy metal do planeta – e que apoia projetos de hard rock e heavy metal de todas as partes do globo, tendo nomes como o de Alice Cooper entre os doadores, e também pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PMIC) de Uberlândia, Triângulo Mineiro, de onde a banda é originária.
“A parceria com o Wacken Foundation foi mais uma vitória da banda e equipe à custa de muito suor, estrada, planejamento e amor à camisa” – declarou o vocalista Manu Joker. “Trata-se do maior festival do planeta! Por sermos uma banda latino-americana tocando em um país como o Brasil e todas as suas dificuldades, essa ajuda financeira torna-se ainda mais bem-vinda. Mas só de ter o logo do Wacken no trabalho já nos deixou honrados. Se pessoas ligadas ao Wacken se interessaram por nós, então nosso trabalho está valendo a pena.”
“Servus” definitivamente vale a pena! O quinto disco de estúdio do Uganga foi gravado no estúdio Rock Lab em Goiânia/GO onde a banda registrou seu álbum anterior, o aclamado “Opressor”. Gustavo Vazquez e o próprio vocalista Manu Joker assinam a produção desse trabalho que significa a coalisão da identidade sonora que o grupo lapidou nos álbuns “Vol.3” e “Opressor” com o aspecto mais experimental dos dois primeiros trabalhos, “Atitude Lótus” e “Na Trilha do Homem de Bem”.
“Se com os dois álbuns anteriores definimos a nossa sonoridade, Servus é um olhar adiante, para o futuro”, afirma Manu. “Mas também consigo ver elementos de todos os nossos outros discos nas novas músicas. Em Servus a banda se arriscou por caminhos onde ainda não foi. Não se trata de estudar o mercado ou seguir tendência. Música é algo muito sagrado para perder tempo com isso. Há mais de duas décadas fazemos peso e groove pois amamos esses dois mundos. Navegar por caminhos aparentemente distintos como o som extremo ou algo diametralmente oposto, nunca nos assustou.”
“Servus” reúne várias participações especiais, entre elas a de Flaira Ferro, notável dançarina e cantora pernambucana. Flaira divide os vocais com Manu Joker e Luiz Salgado – outro convidado bastante especial – na faixa “E.L.A.”. Outra participação peculiar é do grupo chileno de rap Lexico na faixa “Hienas” – que inclusive conta com trecho da letra em espanhol. Também merecem destaques as contribuições do vocalista do Witchhammer, Casito Luz, em “O Abismo”, e do vocalista do John No Arms, Renato BT, em “7 Dedos”. Sem esquecer de citar colaborações ímpares como as do DJ Eremita, o saxofonista Marco Melo, Fábio Marreco da banda Totem e do espiritualista Sr. Waldir.
“É tradição no Uganga termos participações em nossos álbuns. Se por um lado Flaira e Lexico são artistas que também admiramos, mas só travamos contato agora, esses outros citados já estão na nossa crew há muito tempo. O que todos tem em comum? Todos detonaram, e a crew aumentou!”, declarou Manu Joker.
Inerente à música do Uganga, a abordagem espiritual está ainda mais evidente em “Servus”.
Seja pela já citada participação do espiritualista Sr. Waldir – na misteriosa “Depois de Hoje…” – ou pelos elementos presentes na capa do álbum.
“A participação do Sr. Waldir foi providencial e me encheu de orgulho, considerando os tempos atuais onde religiões afro-brasileiras são atacadas por falsos moralistas. Na capa, o feiticeiro (Uganga significa Feitiçaria em Swahilli) tem o rosto com pintura de guerra Kayapó, usa colares do budismo e da umbanda e a luz saindo da testa faz referência direta a Raja Yoga/Hinduísmo: é uma fusão louca de simbolismos, sentimentos e energias. Assim como é a música do Uganga”, explicou Manu.
Mas a arte da capa de “Servus” não apenas sugestiona a relação do grupo com a espiritualidade. Desenvolvida pelo artista pernambucano Wendell Araújo, que já trabalhou com outras bandas de destaque como Ratos de Porão e Cólera, o desenho é uma interpretação possível do significado do título e conceito do álbum como um todo e ajuda a entendê-lo.
“A arte da capa e contracapa tem a ver com o momento atual pelo qual passa a humanidade”, explica Manu. “Digo, a inspiração do álbum vem disso, já que Servus já era um conceito que vinha sendo trabalhado desde quando começamos a pré-produção, quatro anos atrás. Mas a arte em si mostra o Brasil num futuro que não sei, nem posso determinar, quando será. Tem a ver com o conceito do ciclo da vida no hinduísmo, as idades do ouro, prata, bronze e ferro. O momento atual que vivemos seria a idade do ferro, o fundo do poço antes da renovação, do renascimento. A arte mostra o mundo no futuro, na idade do ouro, em tempos pós-caos. Uma época de luz, paz e sabedoria. Seria utopia? Não acredito, mas também não sou senhor de verdade. Acho que estamos na lama há séculos, mudam somente os rostos. Não será a política que vai nos salvar, seremos nós mesmos! Servus trata disso, do fundo do poço, da luta pela sobrevivência e de tempos de redenção” vivo gravado na Alemanha. Já realizou shows por quase todas as regiões do Brasil, participou dos mais importantes festivais e fez duas turnês europeias que juntas somam 28 shows em 13 países.
Boa parte dessas produções do Uganga, sejam projetos de gravação ou circulação (turnês), têm recebido incentivo através de políticas públicas de cultura, comprovando a relevância do trabalho da banda, seja em seu sentido artístico/subjetivo ou sócio-cultural.
“Servus”, o quinto álbum de estúdio do grupo mineiro, não foge à regra. O disco foi financiado por dois relevantes prêmios, o Wacken Foundation, organização alemã sem fins lucrativos idealizada em 2008 pelos produtores do Wacken Open Air – o maior festival de heavy metal do planeta – e que apoia projetos de hard rock e heavy metal de todas as partes do globo, tendo nomes como o de Alice Cooper entre os doadores, e também pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PMIC) de Uberlândia, Triângulo Mineiro, de onde a banda é originária.
“A parceria com o Wacken Foundation foi mais uma vitória da banda e equipe à custa de muito suor, estrada, planejamento e amor à camisa” – declarou o vocalista Manu Joker. “Trata-se do maior festival do planeta! Por sermos uma banda latino-americana tocando em um país como o Brasil e todas as suas dificuldades, essa ajuda financeira torna-se ainda mais bem-vinda. Mas só de ter o logo do Wacken no trabalho já nos deixou honrados. Se pessoas ligadas ao Wacken se interessaram por nós, então nosso trabalho está valendo a pena.”
“Servus” definitivamente vale a pena! O quinto disco de estúdio do Uganga foi gravado no estúdio Rock Lab em Goiânia/GO onde a banda registrou seu álbum anterior, o aclamado “Opressor”. Gustavo Vazquez e o próprio vocalista Manu Joker assinam a produção desse trabalho que significa a coalisão da identidade sonora que o grupo lapidou nos álbuns “Vol.3” e “Opressor” com o aspecto mais experimental dos dois primeiros trabalhos, “Atitude Lótus” e “Na Trilha do Homem de Bem”.
“Se com os dois álbuns anteriores definimos a nossa sonoridade, Servus é um olhar adiante, para o futuro”, afirma Manu. “Mas também consigo ver elementos de todos os nossos outros discos nas novas músicas. Em Servus a banda se arriscou por caminhos onde ainda não foi. Não se trata de estudar o mercado ou seguir tendência. Música é algo muito sagrado para perder tempo com isso. Há mais de duas décadas fazemos peso e groove pois amamos esses dois mundos. Navegar por caminhos aparentemente distintos como o som extremo ou algo diametralmente oposto, nunca nos assustou.”
“Servus” reúne várias participações especiais, entre elas a de Flaira Ferro, notável dançarina e cantora pernambucana. Flaira divide os vocais com Manu Joker e Luiz Salgado – outro convidado bastante especial – na faixa “E.L.A.”. Outra participação peculiar é do grupo chileno de rap Lexico na faixa “Hienas” – que inclusive conta com trecho da letra em espanhol. Também merecem destaques as contribuições do vocalista do Witchhammer, Casito Luz, em “O Abismo”, e do vocalista do John No Arms, Renato BT, em “7 Dedos”. Sem esquecer de citar colaborações ímpares como as do DJ Eremita, o saxofonista Marco Melo, Fábio Marreco da banda Totem e do espiritualista Sr. Waldir.
“É tradição no Uganga termos participações em nossos álbuns. Se por um lado Flaira e Lexico são artistas que também admiramos, mas só travamos contato agora, esses outros citados já estão na nossa crew há muito tempo. O que todos tem em comum? Todos detonaram, e a crew aumentou!”, declarou Manu Joker.
Inerente à música do Uganga, a abordagem espiritual está ainda mais evidente em “Servus”.
Seja pela já citada participação do espiritualista Sr. Waldir – na misteriosa “Depois de Hoje…” – ou pelos elementos presentes na capa do álbum.
“A participação do Sr. Waldir foi providencial e me encheu de orgulho, considerando os tempos atuais onde religiões afro-brasileiras são atacadas por falsos moralistas. Na capa, o feiticeiro (Uganga significa Feitiçaria em Swahilli) tem o rosto com pintura de guerra Kayapó, usa colares do budismo e da umbanda e a luz saindo da testa faz referência direta a Raja Yoga/Hinduísmo: é uma fusão louca de simbolismos, sentimentos e energias. Assim como é a música do Uganga”, explicou Manu.
Mas a arte da capa de “Servus” não apenas sugestiona a relação do grupo com a espiritualidade. Desenvolvida pelo artista pernambucano Wendell Araújo, que já trabalhou com outras bandas de destaque como Ratos de Porão e Cólera, o desenho é uma interpretação possível do significado do título e conceito do álbum como um todo e ajuda a entendê-lo.
“A arte da capa e contracapa tem a ver com o momento atual pelo qual passa a humanidade”, explica Manu. “Digo, a inspiração do álbum vem disso, já que Servus já era um conceito que vinha sendo trabalhado desde quando começamos a pré-produção, quatro anos atrás. Mas a arte em si mostra o Brasil num futuro que não sei, nem posso determinar, quando será. Tem a ver com o conceito do ciclo da vida no hinduísmo, as idades do ouro, prata, bronze e ferro. O momento atual que vivemos seria a idade do ferro, o fundo do poço antes da renovação, do renascimento. A arte mostra o mundo no futuro, na idade do ouro, em tempos pós-caos. Uma época de luz, paz e sabedoria. Seria utopia? Não acredito, mas também não sou senhor de verdade. Acho que estamos na lama há séculos, mudam somente os rostos. Não será a política que vai nos salvar, seremos nós mesmos! Servus trata disso, do fundo do poço, da luta pela sobrevivência e de tempos de redenção”