A inesperada separação que aconteceria com o Mecyful Fate em 1984 pode tranquilamente ser considerada dramática, pois a banda vivia seus melhores dias e em plena ascensão artística. E ninguém pode realmente afirmar o que teria acontecido, caso a banda se mantivesse unida no decorrer dos anos oitenta, os dois discos fundamentais que a banda nos deixaria não teriam continuação, e a banda passaria para a história da música pesada como algo único e genial, servindo como referência para uma infinidade de bandas que surgiriam anos mais tarde.
Porém para a imensa felicidade de seu fieis seguidores, King Diamond decidira por seguir uma carreira solo, essa seria extremamente bem sucedida devido ao lançamento dos quatro primeiros álbuns serem considerados clássicos de imediato, e em vários desses álbuns haviam participações de Michael Denner e Timi Hansen, guitarrista e baixista respectivamente dos tempos de Mercyful Fate inclusive os dois fariam parte das obras “Fatal Portrair” e “Abigail”, e há quem defenda que esses quatro discos seriam a continuação natural do Mercyful Fate e que essa lacuna que teoricamente ficaria vaga havia sido preenchida com louvor pela carreira solo de King Diamond.
Mas os fãs mais radicais argumentavam que faltava Hank Shermann, pois mesmo discreto era de um talento gigantesco e era responsável por boa parte das composições, e que sem ele dificilmente aqueles álbuns alcançariam o nível musical alcançado, portanto não era Mercyful Fate e a banda fazia sim falta.
Após o lançamento do álbum “The Eye”, disco que já não contava mais com Mickey Dee e que não fora recebido com tanto entusiasmo como os demais, é anunciada a volta do Mercyful Fate, noticia que teria um respaldo extremamente positivo, porém a ausência de Kim Ruzz deixaria muitos fãs desapontados, pois o mesmo fora um dos fundadores da banda e Kim contava com uma pegada e uma técnica que seriam únicas.
Apesar de “The Eye” não ser tão bem recebido como os demais, King Diamond contava com uma carreira solo de muito sucesso e sua banda comercialmente falando era bem maior que o Mercyful Fate, e ele não abriria mão de continuar com a mesma, o que geraria criticas de que ele somente oferecia dois trabalhos bem similares, a diferença seria que em um momento o trabalho estava a cargo de Hank Shermann e em outro de Andy LaRoque.
Outro fato que incomodaria os fãs mais antigos seria a produção desses álbuns mais novos que deixaria a banda muito mais apurada tecnicamente, mas em relação a isso é necessário abrir um parêntese, são álbuns feitos em épocas diferentes, com outros meios, o que torna a comparação entre eles totalmente descabida, e o segundo álbum dessa volta lançado em 1994 na opinião desse que vos escreve pode ser definido como maravilhoso.
“Time” é um album bem diferente das obras iniciais da banda, mas é tão bom quanto, onde as maiorias das composições ficariam a cargo de King, que assina quase todo o disco (poucas pessoas sabem, mas King também toca guitarra e compõem sempre com a mesma), e o resultado não poderia ser melhor, um disco direto, mas nem por isso uma obra bela e extremamente técnica e que em momento algum contem altos e baixos.
Em “Time” podemos encontrar as melhores melodias escritas pela banda, calcadas em poucos acordes que se combinam perfeitamente e “Nightmare Be Thy Name” da inicio a obra, e riffs pesadíssimos são executados em “Angel of Light”, “Witches’ Dance” é outro ponto alto, excelentes riffs, otimas melodias e um coro vocal para nos encher de lagrimas, essa música também conta com um belíssimo vídeo clip e foi passado a exaustão no saudoso Fúria Metal da extinta Mtv, Shermann da as caras na épica e excelente “Mad Arab” composição sobre o livro proibido Necronomicón.
Em outra otima música “My Demon”, King nos convida a conhecer seu monstruoso demônio interior, e na canção que da nome ao álbum “Time” podemos ouvir um belo intermédio com curiosas reflexões de como o tempo passa, “The Preacher” é outra ótima música assinada por Shermann, e assim como mencionado no inicio do texto “Time” é um álbum maravilhoso e em momento algum acontece uma queda de qualidade por menor que seja e “Lady in Black” e “Mirror” comprova isso.
Com um clima que nos faz sentir como se estivéssemos em um funeral “Afterlife” nos da à sensação de que estamos mortos e ninguém pode nos ver ou ouvir, o encerramento é com “Castillo del Mortes”, um relato de uma batalha mística entre anjos e demônios, e que se passa na antiga Espanha , mas uma vez menciono que comparar “Time” com as obras iniciais da banda é injusto dos dois lados e “Time” pode sim ser colocado lado a lado de qualquer álbum da banda que seja considerado clássico pois o mesmo também pode ser definido com um clássico sem o o menor problema.
Formação
King Diamond; Vocal e teclado
Hank Shermann; Guitarras
Michael Denner; Guitarras
Sharlee D’Angelo; Baixo
Snowy Shaw; Bateria
Músicas
1 Nightmare Be Thy Name
2 Angel of Light
3 Witches’ Dance
4 Mad Arab
5 My Demon
6 The Preacher
7 Lady in Black
8 Mirror
9 Afterlife
10 Castillo del Mortes