Para os fãs dos irmãos, esse álbum é um prato cheio, vários elementos usados, tanto no Sepultura, quanto no Nailbomb são explorados aqui. Começando com a porrada que é “Insane“, primeiro single liberado do álbum, que lembra demais a época do “Arise” (1991), um Thrash Metal de primeira, com um riff arrebatador logo de cara abrindo o álbum. O interlúdio no final da faixa mostra bem o que eu disse sobre os elementos antigos.
Em seguida outra porrada, “Terror Tactics“, outro Thrash matador, agora com refrão mais pegajoso. Max é realmente uma máquina de criar riffs. Ao meio da faixa, algo mais “cadenciado” é mostrado, com sons mais artificiais ganhando destaque, até entrar um riff mais Grooveado pra acompanhar a ponte. A faixa se finaliza com outro interlúdio quase idêntico ao da primeira faixa.
“Impalement Execution” tem uma pegada mais Groove, parecida com as faixas de “Inflikted” (2008), primeiro álbum da banda. Refrão arrastado com Max urrando o título da faixa. Após o segundo refrão, mais um riff destruidor aparece pra deixar tudo bem Thrash. Igor toca muito na faixa, assim como o sempre competente Marc Rizzo. A faixa se finaliza com o Groove dominando, e já emendando com o segundo single “Spectral War“, que tem aquela pegada do “Chaos A.D.” (1993), mais pesada e com os vocais de Max que, pelo menos no estúdio, estão impecáveis.
A faixa “Crom” tem o clima sombrio em sua Intro, que logo entra com a bateria explodindo e um riff pesado, porém mais lento. A velocidade logo chega, com um belo trabalho de Igor nos pedais duplos. O final da faixa tem Max citando algumas palavras acompanhado de um Groove muito interessante.
Agora é a hora que citei sobre o Nailbomb, “Hellfire” é uma faixa totalmente Industrial, parece até algo que mostra como o projeto paralelo de Max com Alex Newport poderia soar hoje em dia. Tem um clima nostálgico justamente por conta disso, o que torna a faixa muito interessante.
“Judas Pariah” volta com a porrada, lembrando até um Death Metal clássico. Mais uma vez, acontece aquela quebra de ritmo e a faixa se torna Groove em sua metade, com um tom épico e super pesado. A faixa-título é a próxima, um instrumental que tem o som bem Tribal, com sons da natureza de fundo, acompanhados pela percussão. Podeira muito bem ser a “Soulfly” desse álbum, essas que são faixas experimentais que estão presentes em todos os álbuns do Soulfly.
A última faixa é “Excruciating“, outra porrada, dessa vez bem longa, a maior faixa do álbum. Mais riffs espetaculares são apresentados aqui, até mais ou menos o terceiro minuto da faixa, onde o tom muda mais uma vez para algo arrastado, que vai nos levando para o fim da audição.
Max tem trabalhado bastante e entregando bastante material com suas bandas e projetos paralelos, e quase nunca decepciona, não foi diferente aqui. Seus riffs continuam marcando presença e dominando as faixas, com Igor mostrando que ainda está em boa forma pra tocar bateria. De longe, esse álbum supera o seu anterior, não só pelas canções, mas também por sua produção mais limpa e audível, onde é possível ouvir bem todos os elementos.
Não me surpreenderia se algum crítico ou fã dissesse que o Cavalera entregou mais do mesmo, o que pode até ser verdade, pois muitas faixas aqui lembram coisas do passado, tanto rifs quanto vários sons usados em interlúdios. Porém outros podem dizer que o sentimento de nostalgia que o álbum apresenta seja algo positivo, pois ajuda a manter todo o simbolismo que os irmãos representam no Metal. Ouça “Psychosis” já sabendo que os Cavaleras não brincam em serviço e mais uma vez entregam uma porrada nos seus ouvidos.
Formação:
Max Cavalera (vocais, guitarras);
Igor Cavalera (bateria, percussão);
Mark Rizzo (guitarras);
Johny Chow (baixo).
Faixas:
01. Insane
02. Terror Tactics
03. Impalement Execution
04. Spectral War
05. Crom
06. Hellfire
07. Judas Pariah
08. Psychosis
09. Excruciating