Entrevista com Yuri Almeida, baterista da Aberratio.
1)Como foi o início do ABERRATIO?
Yuri Almeida: No início dos anos 2000, eu e o guitar Júlio César montamos uma banda de Death Metal em Machado/MG, ainda jovens. Em 2013, ambos com mais de 30 anos, retornamos o projeto com o vocalista David Andrade em Poços de Caldas/MG. Nesse período tivemos Thiago Israel nos baixos. Em 2016 Nathan Franco se integra a banda adicionando baixo fretless às músicas.
2) A banda lançou seu debut em 2016. Como está sendo a aceitação do full?
Yuri Almeida: o full está praticamente no Brasil todo. De acordo que bangers vão conhecendo o som, mais retorno temos tido em contatos. Como o lançamento foi em dezembro de 2016, ainda está no forno a divulgação. Fora do Brasil, recebemos contatos de bangers que adquiriram nosso cd na França e República Tcheca. A Songs For Satan e a Holocaust Records distribuíram nosso álbum nos EUA, México, Espanha e Holanda. A Aberratio sairá esse mês num zine da Malásia. Tal resultado em dois meses de lançamento, sem assessoria de imprensa, creio que a aceitação está positiva, ainda mais pensando que nosso som é tradicional e agrada mais um público old school.
3) Onde foi gravado e mixado o album?
Yuri Almeida: Tanto as guias como as guitarras e baixos foram gravados no home studio do nosso guitar, Júlio César. Bateria e vocais foram gravado na DS Studios, em Poços de Caldas, como também a mixagem e masterização.
4) A banda traz aos bangers um death metal técnico e brutal se diferenciando das bandas do estilo. Qual a formação musical da banda?
Yuri Almeida: Somos uma banda que priva pela tradição e por isso temos tantas partes cadenciadas e outras que até parece uma banda de Doom Metal, comum ao Death Tradicional. Por isso há ausência de Blast Beat inclusive. O que posso afirmar é que Aberratio não procura copiar alguma banda. Por isso, o timbre de nossa guitarra é nosso. Tocamos na afinação B (si), que é uma afinação baixa. Os fretless talvez seja algo incomum. Poucas bandas se aventuraram em tal experimento, como a Death e Beyond Creation. A bateria é o mais tradicional possível, apesar dos bumbos terem bastante presença. Os vocais são toscos, crus e sem efeitos. Em termos de influência, enquanto o vocalista David Andrade bebeu das águas do Brutal e do Black Metal, eu e Júlio temos raízes no metal tradicional. Já o baixista Nathan tem forte influência do progressivo, o que deixou as linhas dos baixos destacadas.
5) A arte da capa é muito bem feita. Qual artista fez o trabalho para a banda?
Yuri Almeida: Toda arte do álbum foi feita pelo nosso baixista, Nathan Franco. Aliás, toda arte da banda, inclusive do site é ele quem faz. Nathan tem feito vários trabalhos para outras bandas.
6) Como está a cena metallica do seu estado em geral?
Yuri Almeida: Está difícil demais. Os eventos estão escassos e com menos bangers. A cada dia está mais difícil termos bons eventos que tenham uma estrutura razoável para os músicos e público em geral. Concomitante a isso, cresce o número de eventos covers, que visa o lucro e tem um público maior e menos fiel.
7) A banda pretende lançar video clip de alguma faixa?
Yuri Almeida: Não somos muito fãs de clip, mas quem sabe um dia lançamos alguma coisa. Não é uma prioridade. Queremos tocar, espalhar a desgraça chamada Death Metal, sem firula e fantasias.Talvez alguma coisa ao vivo, quem sabe...
8) Qual o futuro da banda e planos ?
Yuri Almeida: Não almejamos sucesso, somos uma banda underground. Nossos planos consiste em tocar e dividir palco com outras bandas que assim como nós não buscam confete e sim tocar um som sério.
9) O espaço é da banda deixe um recado aos bangers que acompanham o hell metal rock?
Yuri Almeida: Fazemos um pedido ao bangers do Brasil: apoiem a cena underground nacional. Vá em shows, adquirem cds e materiais das bandas nacionais. Brasil tem potencial enorme no metal extremo, mas precisamos do apoio de todos que curtem o estilo. Também, nossa agenda de shows está aberta para quem quiser levar o metal da morte para o seu evento.
Finalizando, parabéns Rising Hell pelo trabalho em prol do underground. A cena vive!
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Entrevista (Alex Martins)