SEPULTURA: “O FÃ QUE SE FOD@! COMO VOCÊ VAI FAZER ARTE E MÚSICA PENSANDO NO FÃ?”, DIZ ANDREAS KISSER

Foto: Florian Stangl. All rights reserved.




Durante um novo episódio do programa “Papo com Clê”, do canal Corredor 5, o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, resolveu dizer o que pensa sobre os fãs do Sepultura e de Heavy Metal em geral. Ele deu a seguinte declaração (com transcrição do Mundo Metal):



“O fã, você fala do fã… Cara, com todo o respeito, o fã que se foda, mano! Por que cara, qual é o fã do Sepultura?

Tem a tia que acompanha há quarenta anos, tem gente que começou a ouvir ontem, tem cara que curte reggae, tem surfista, tem ator de TV, não tem um estereótipo tipo “fã do Sepultura”.

Como você vai fazer arte e música pensando no fã? Isso não é arte, isso é uma outra forma de escravidão. ‘Ah não, eu preciso fazer o som que o cara lá vai gostar.’ O fã de Heavy Metal é muito chato, cara! São os caras mais chatos que tem, porque estão sempre comparando, é sempre, ‘Ah, o cara não fez aquela nota ao vivo’ e não sei o que… O fã do Sepultura nem tanto, mas o fã de Metal, técnico, não sei o que, está sempre preocupado se vai tocar não sei o que e esquece de curtir o momento, o show.
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Está sempre preso ali no que foi o passado, no disco… O disco é só um registro de um momento, ele não é a verdade definitiva. Ele é um registro de um momento, daquele presente, né? E porra, as músicas evoluem, vê o Bob Dylan fazendo um show, por exemplo. O cara toca o que ele quiser, do arranjo que ele quiser. Não é porque foi gravado em 1968 que ele vai fazer igual. É o presente, é respeitar o presente. Muito fã sai com o nariz torto porque ele está esperando aquilo que ele criou do passado dele, ‘Eu quero ouvir aquilo.’ Você não quer nada, cara!


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O Bob Dylan, quando você ouviu pela primeira vez, você nem sabia que ele existia e isso mudou sua vida. Hoje você está no show porque aquilo mudou a sua vida. Então deixa o Bob Dylan mudar a sua vida de novo hoje. Não crie expectativa! Viva o momento. Se você não gostar é outra coisa, mas enfim…”