terça-feira, 4 de abril de 2017
INGRESSOS FALSOS DO IRON MAIDEN SÃO VENDIDOS PARA CONSCIENTIZAR SOBRE INGRESSOS FALSOS
Estratégia de órgãos de segurança
A polícia de Londres, em parceria com grupos de segurança online e combate ao fraude, fez um experimento para conscientizar fãs sobre a venda de ingressos falsos na internet. A ideia era colocar diversos ingressos à venda, para testar quantos usuários fechariam a compra.
O resultado foi mais de 1500 fãs de diversos artistas, incluindo centenas de fãs de Iron Maiden, que foram enganados pelo site Surfed Arts, que promovia a venda de ingressos através de posts no Facebook. Todos os fãs foram avisados ao fim da compra para tomar mais cuidado na hora de fazer uma compra online, e receberam recomendações sobre como evitar o engano.
De acordo com o orgão britânico que controla fraudes, mais de 21 mil pessoas nos últimos três anos foram vítimas de compras de ingressos falsos. O Iron Maiden é uma das bandas mais ativas na batalha contra cambistas e ingressos falsos, tendo iniciado este ano uma estratégia que fez a revenda ilegal de ingressos cair em 95%.
ENTREVISTA COM GUITARRISTA BRASILEIRO BILL HUDSON
Ao invés de falar ‘vou me mudar para Suécia’ o brasileiro deveria ter a mentalidade de um sueco, prestigiando o Heavy Metal do seu país”
(Bill Hudson)
Texto e entrevista por Eduardo Simões
A rotina do guitarrista brasileiro Bill Hudson não é exatamente tranquila. Radicado nos EUA, ele divide o seu tempo entre ensaios com a banda de Metal extremo I Am Morbid, a gravação do álbum solo do Jon Oliva (Savatage) e as turnês com o Trans Siberian Orchestra e o Circle II Circle. Vive de música nos EUA. E vive bem.
Nas “horas vagas” estuda guitarra, tirando as músicas do Morbid Angel, Dream Theater e Tom Jobim. Nesse bate papo exclusivo o músico falou sobre redes sociais, diferenças culturais, a cena musical brasileira e, claro, a sua carreira.
*****
HELLMETAL : Em primeiro lugar gostaria de agradecer pelo seu tempo.
BILL HUDSON: Eu que agradeço pela oportunidade.
HELL METAL : Eu te vi ontem no show Randy Rhoades Remembered, dividindo o palco com músicos do Ozzy, Skid Row, Dio, Nitro, Journey, Stryper. Me fale um pouco sobre o a sua trajetória.
BILL HUDSON: Excelente começo de entrevista. As coisas realmente estão acontecendo, mas venho investindo na minha carreira desde 1993. Algumas pessoas comentam que devo ter um pai rico ou algo assim. Mas tudo é fruto de muito trabalho. Me lembro de ver o vídeo de November Rain do Guns N’ Roses e quando vi o Slash solando na frente da igreja pensei: é isso que quero na minha vida.
O recibo da minha primeira aula de guitarra está guardado, e foi exatamente no dia em que o Cris Oliva faleceu, 17/10/93, o que é curioso tendo em vista que vim trabalhar com seu irmão Jon Oliva no Jon Oliva’s Pain, Trans-Siberian Orchestra e até no próprio Savatage. O meu segundo professor foi o Kiko Loureiro, que já era um monstro. Mas vim para os EUA porque no Brasil não é fácil viver como músico. Às vezes me perguntavam qual o meu trabalho além de ser músico. Nós não somos respeitados no Brasil. É uma pena, é o meu país, amo o Brasil e a sua música.
HELL METAL : Então você não apareceu naquele palco de uma hora para outra. Foram 23 anos de investimento.
BILL HUDSON: Exato! E aqui nos EUA tive acesso a equipamentos e oportunidades. É engraçado, eu adoro o Brasil, mas só conheci O Hibria aqui nos EUA, porque eles não ganham o espaço que merecem na mídia brasileira. O Aquaria é outro exemplo de uma banda brasileira com um disco que é uma obra prima, mas ninguém conhece no Brasil. Não dão espaço para o Heavy Metal brasileiro.
As pessoas falam muito do Sepultura, Angra e Krisium. Eu amo e respeito essas três bandas. Mas existem várias outras. Veja bem, quando me mudei para os EUA, consegui um patrocínio da Ibanez após um ano. Hoje sou patrocinado pela ESP. No Brasil as empresas acabam tendo menos recursos e menos dinheiro para investir nos músicos. Vocês estão de parabéns pelo trabalho que fazem, divulgando as bandas brasileiras e ajudando os nossos talentos.
HELL METAL : Me fale sobre a sua relação com a ESP.
BILL HUDSON: Eu não tenho nada contra a Ibanez, mas fiquei um período parado em função de problemas de alcoolismo. Na época em que ia renovar o contrato conheci o pessoal da ESP no Rainbow Bar and Grill aqui em Los Angeles. Conversamos longamente e eles ficaram impressionados quando eu disse que iria tocar no Wacken Open Air na Alemanha. É um dos maiores festivais do mundo. No dia seguinte passei na fábrica da ESP e já saí com duas guitarras para testar na turnê na Europa. Me apaixonei pelas guitarras da ESP.
No ano seguinte eles procuravam uma cara nova para associar com a marca e colocaram a minha foto na capa do catálogo, o que obviamente me deu uma grande visibilidade nos EUA. Eles sempre me tratam muito bem. Por exemplo, cheguei no Brasil dois dias antes do show do Randy Rhoades Remembered. Liguei do aeroporto pedindo mais uma guitarra e um violão e me mandaram imediatamente. Então vou te devolver a pergunta: por que não a ESP? As guitarras são excelentes e eles me apoiam em tudo que faço. Depois da entrevista vamos no stand da ESP aqui na NAMM para te mostrar algumas guitarras. A ESP Eclipse é uma guitarra perfeita. Bonita e muito confiável! Nunca vai te deixar na mão. Se arrebentar uma corda você termina a música tranquilamente.
HELL METAL : E você está mal acompanhado na ESP. James Hetfield, Ron Wood, George Lynch…
BILL HUDSON: (risos) E não se esqueça dos músicos brasileiros Silas Fernandes, Max Cavelera E Luis Kalil.
HELL METAL : Você toca no Trans Siberian Orchestra, que é quase um musical. Mas também toca em bandas de Hard Rock e Metal Extremo, como o I Am Morbid. Me fale um pouco sobre as suas influências, preferencias musicais e rotina de estudos.
BILL HUDSON: Eu sempre gostei de músicas com refrões fortes e boas para cantar. Eu sempre gostei de Guns N’ Roses, Skid Row e outras bandas de Hard Rock, especialmente as que tinham bons guitarristas. Mas também ouvia Helloween, Gamma Ray, Stratovarius. Cheguei a tirar os dois primeiros discos do Dream Theater, nota por nota.
Na guitarra ouvia Malmsteen, Satriani, Greg Howe Steve Vai e alguns guitarristas de Fusion, como Holdsworth E Gambale. Ouvi um pouco de Coltrane e outros saxofonistas. Mas jazz fusion realmente não era a minha praia, gostava de Rock e Metal Melódico. O Savatage mudou o meu mundo. Era uma mistura de tudo com Queen, Metallica e tantas outras coisas. Depois veio o Metal Extremo. No início eu não era um grande fã, mas acabei me tornando obcecado pelos riffs do Sepultura. Sou um grande fã da banda. Quando me mudei para a Flórida acabei conhecendo toda a comunidade do Metal Extremo e em 2012 me convidaram para fazer uma turnê com o Vital Remains. Também fiquei muito próximo do David Vincent e acabamos compondo juntos algumas coisas de thrash e death que ainda não foram lançadas.
Estou sempre trabalhando. Nas turnês com o Trans Siberian Orchestra eu não me preocupo com nada. A estrutura é gigante e me entregam a guitarra afinada antes de subir no palco. Mas também faço turnês com bandas menores e de outros estilos. Tudo é aprendizado.
HELL METAL : É importante ter um vocabulário musical rico para tocar em vários estilos. Me fale um pouco da sua rotina de estudos.
BILL HUDSON: Nunca tinha pensado nisso. Escrevi uma reportagem para a Revista Roadie Crew, a pedido do meu amigo Ricardo Batalha. E enquanto escrevia pensei que não vejo tanta diferença entre Anthrax e Skid Row. As letras podem ser diferentes, mas musicalmente o “Fistfull of Metal” não está tão longe do “Slave to the Grind”. Para mim são duas bandas de Metal e eu gosto das duas. São formas diferentes de fazer Metal, mas todos acabam usando a mesma afinação, lá menor, etc.
É arte! Ontem conversei com o Scott Hill do Skid Row, e ele me disse que o “Slave to the Grand” tem muita influência de Pantera. São bandas de Metal!
HELL METAL : Você tem um Facebook muito interessante. Tem família, humor, música e algumas menções à qualidade dos músicos brasileiros. Você acha que as redes sociais podem ser um instrumento para os mais jovens fazerem contatos e investirem em uma carreira internacional?
BILL HUDSON: Deve ser a terceira entrevista que pergunta sobre o meu Facebook hoje. Eu acho que hoje tudo está nas mídias sociais. Vou te dar a minha opinião, e você pode discordar se quiser: é um erro se colocar nas redes sociais como “uma banda brasileira” e ficar repetindo isso. O Accept não fica sempre repetindo que é da Alemanha. Nós temos essa coisa de “somos bandas de Metal contra inimigos”. Não vejo assim. Não acho que devemos nos classificar dessa forma.
É uma banda de Metal e pronto! Sem síndrome de vira lata. Pense no Eduardo Ardanuy. Sempre que mostro o aqui eles se perguntam como não o conheciam. Ele é excepcional!
As bandas da Suécia as bandas locais, como o Hammerfall, tocam para oito mil pessoas no seu país e mil aqui nos EUA. Da mesma forma as bandas americanas tocam para mais gente no seu país natal. Por que isso? Porque eles preferem prestigiar as bandas locais. Ao invés de falar “vou me mudar pra Suécia” o brasileiro deveria ter a mentalidade de um sueco, prestigiando o Heavy Metal do seu país. Enfim, eu sai do Brasil porque achava tudo caro, difícil e injusto.
HELL METAL : Interessante você falar isso. Comprei um encordoamento de guitarra ontem por U$ 10,00 (dez dólares). No Brasil pago aproximadamente o triplo (com o câmbio sai por mais de R$ 100,00). O preço das guitarras e amplificadores por aqui também é muito inferior.
BILL HUDSON: No Brasil tocamos com equipamento pior e cordas velhas, porque temos pouco dinheiro e pouco investimento. Tudo é caro.
E o pior: não somos respeitados. Passei as férias no Brasil e me disseram que alguns bares em algumas cidades demoram para pagar o músico alegando que os clientes pagaram com cartão de crédito. Isso aqui é inimaginável. Aí o músico acaba precisando arrumar um emprego para pagar as contas, e quando pinta uma turnê na Europa não pode ir porque depende daquele emprego para sobreviver. Isso é terrível. Hibria, Torture Squad e tantos outros são excelentes. Mas há talentos que estão presos no Brasil.
HELL METAL : Me fale sobre o seu disco solo. Já vi algumas amostras no Youtube.
BILL HUDSON: É um projeto ainda em andamento. Eu vejo muitos discos de guitarristas sendo lançados e alguns são chatos e repetitivos. O meu só será lançado quando eu estiver totalmente satisfeito. E infelizmente não tenho o tempo que gostaria para poder investir nele.
HELL METAL : E sobre a sua banda de Power Metal?
BILL HUDSON: Esse projeto será muito interessante. Ainda não posso adiantar todos os nomes, mas já tenho algumas músicas prontas. Fiquem atentos!
HELL METAL : Quem sabe um disco de inéditas do Savatage nesse período.
BILL HUDSON: Ninguém sabe ao certo o que se passa quando se trata de Savatage. A banda nunca acabou oficialmente e tudo são indefinições.
HELL METAL É uma pena. O Jon Oliva é um gênio.
BILL HUDSON: O maior gênio que já conheci. Ele tem mais de 100 músicas prontas e está preparando um disco solo que deve ser um CD duplo com 40 músicas. Eu já gravei a guitarra de algumas músicas. Ele é realmente um gênio. De repente ele começa a batucar no seu piano, depois acrescenta notas e, em pouco tempo, faz uma música sensacional. Dias depois aparece a letra e fica ainda melhor. Esse trabalho solo deve sair ainda em 2017. E está com algumas das melhores músicas que ele já fez.
HELL METAL : Por último, um recado para os brasileiros.
BILL HUDSON: Prestigiem o talento brasileiro. Vamos ser como a Suécia e não mudar para lá. O Sabaton fez uma turnê em estádios na Suécia. Que banda brasileira de Metal consegui isso? E agradeço muito ao HELL METAL e especialmente a você pela oportunidade. Nem sempre me dão muito espaço no Brasil e fico feliz em falar para oHELL METAL É um site que sempre apoia o talento dos brasileiros e, repito, isso é importantíssimo!
MASTODON TOCA SHOW YOURSELF EM PROGRAMA DE TV AMERICANO
10 VOZES DO ROCK E METAL QUE NUNCA ENVELHECERAM
Veja o vídeo
A Loudwire fez um vídeo selecionando os vocalistas do Rock e Metal cujas vozes não sofreram os efeitos do tempo. Em uma lista em vídeo, a Loudwire comparou performances de começo de carreira com versões mais recentes.
Confira o antes e depois dos selecionados:
10. Bruce Dickinson
9. Ronnie James Dio
8. Rob Halford
7. Glenn Hughes
6. Geddy Lee
5. Robert Plant
4. Bobby Blitz
3. Klaus Meine
2. Dee Snider
1. King Diamond
BRIAN JOHNSON ENTREVISTARÁ LARS ULRICH, ROBERT PLANT E MAIS EM NOVA SÉRIE
Programa estreia este mês
O vocalista do AC/DC Brian Johnson será o entrevistador de uma nova série da Sky Arts, “Brian Johnson’s Life On The Road”, que estreará em 28 de Abril.
A série tratará da vida em turnê de diversos astros do Rock, e alguns dos entrevistados já confirmados incluem Lars Ulrich, Roger Daltrey do The Who, Sting, Nick Maso
segunda-feira, 3 de abril de 2017
Iron Maiden: como foi o lançamento da banda no Brasil?
Texto originalmente publicado por Ricardo Batalha na edição 139 da Roadie Crew.
As velhas gerações de fãs de Rock e Heavy Metal se acostumaram a aguardar anos por um lançamento no mercado fonográfico brasileiro. Um disco que saia por aqui era motivo de festa. Imagine, então, o que ocorria quando o álbum era lançado por uma banda novata e desconhecida do grande público.
Quando o trabalho de estréia do Iron Maiden chegou ao Brasil, com grande atraso, a banda já havia formado um sólido alicerce e não era mais apenas uma grata revelação da New Wave Of British Heavy Metal. No ano em que saiu o segundo álbum, “Killers” (1981), um funcionário da sucursal paulista da gravadora EMI-Odeon do Brasil ficou curioso com um anúncio publicado na revista Cash Box. “Folheando a Cash Box vi a cara do Eddie estampada na capa do primeiro LP, em um rodapé de página. Gostei demais da capa e, mais ainda, quando li ao lado dela as palavras EMI-America” lembra Paulinho Heavy, ex-vocalista do Inox e ex-apresentador do extinto programa Som Pop da TV Cultura.
A curiosidade deu lugar ao instinto e o tino comercial falou mais alto. “Liguei para o Departamento Internacional da EMI-Odeon na matriz no Rio de Janeiro e perguntei se o Iron Maiden era nosso, mas a secretária disse que não iria vender porque era “pauleira demais”, conta Paulinho, que insistiu e requisitou o material, que não lhe foi enviado. Movido pela curiosidade, pediu uma cópia do disco a um amigo que viajaria para os EUA. “Semanas depois, recebi minha encomenda. Para minha surpresa, não se tratava do primeiro LP, mas do “Maiden Japan”, numa clara referência ao “Made In Japan” do Deep Purple, banda pela qual sou fanático”, destaca. “Pirei, literalmente, com Steve Harris & Cia!”, completa.
Convencido de que seria um bom negócio, mais uma vez entrou em contato com a matriz da EMI no Rio de Janeiro para requisitar mais material. Entretanto, a resposta que ouviu do então diretor do Departamento Internacional, foi desanimadora e que o foco da gravadora seriam os New Romantics – Duran Duran, Classix Nouveaux, Missing Persons, entre outros.
Sem se dar por vencido, Paulinho começou a apresentar o Iron Maiden a todos os seus contatos, já que trabalhava na assessoria de imprensa da EMI em São Paulo. “Comecei a fazer um trabalho de base com cada jornalista amigo que conhecia. Com os vendedores foi a mesma coisa. Gravei vários cassetes e distribui aos caras, a fim de que mostrassem aos lojistas e sentissem suas reações”, explica.
Munido de depoimentos, que formatava em relatórios, Paulinho começou a enviá-los aos diretores da empresa. “Achavam que tudo era somente fruto do meu gosto pessoal”, diz. “Passado algum tempo, o Iron Maiden também colaborou ao lançar The Number Of The Beast e foi justamente aí que o processo se inverteu”, completa.
Rapidamente, o terceiro álbum do Iron Maiden chegou à sala de Paulinho Heavy, que recebeu LP, fotos, releases e brindes. A partir de então, ele tinha uma clara missão proposta do Departamento Internacional: “Você encheu tanto o saco que se conseguir colocar uma critica bem feita na Revista SomTrês e tocá-lo na Rádio Excelsior dentro do Programa Rock Sandwich (apresentado por Leopoldo Rey e Kid Vinil), nós lançaremos”, narra Paulinho que, para botar seu projeto em prática, se aproveitou do fato de os Rolling Stones estarem gravando o álbum “Undercover” (1983). “Tratei de reservá-lo como sendo um ‘coringa’ uma vez que seria disputado a tapas pelos críticos daquela revista – José Emilio Rondeau, Ana Maria Bahiana, Tárik de Souza, entre outros”, explica. “Chamei um amigo, que também pleiteava a ascensão social ao rol dos críticos renomados, e fiz minha oferta: ‘Cara, se você escrever uma boa crítica sobre esta obra do Iron Maiden, terá como brinde exclusivo e, em primeira mão, o Undercover dos Stones para a Revista SomTrês”, completa.
O crítico em questão era Paulo Ricardo Medeiros, que anos depois ficaria famoso liderando a banda de Pop/Rock RPM. “Após um ‘Olhar 43’ misto de espanto com gratidão, ele aceitou prontamente. E também ficou ‘chapado’ no que ouviu”, destaca Paulinho.
Com a data do lançamento da revista que traria a crítica acertada, Paulinho foi até a rua das Palmeiras, onde ficava a sede da rádio Excelsior. “Lá, através do Maurício Kubrusly – Editor da SomTrês e Diretor da Excelsior – conheci um dos caras mais legais do meio do Rock: Leopoldo Rey. Ele me recebeu bem, achando que teria uma missão muito difícil a seguir, pois não conhecia o som da banda”, recorda. “No seu jeito acaipirado de falar, foi logo dizendo: ‘Se for ruim, nóis num toca… os ouvintes mata nóis!”, diverte-se Paulinho, que apenas pediu para que ele ouvisse a faixa título. “Ele disse: Que porrada. Nossa, que puta som! VÔ é tocá já”, completa.
De volta à EMI, Paulinho acabou relatando o fato aos seus superiores, pedindo urgência no lançamento, uma vez que a rádio tocaria o disco de forma maciça no programa Rock Sandwich. “Foi quando descobri que haviam feito um trato: “Se não vender duas mil cópias, mandem aquele cara embora: Com os dentes cerrados a Ia Eddie, assimilei o golpe e, mesmo assim, enviei mais um míssil em formato de circular interna para todos os diretores da companhia, dizendo: “Favor otimizarem a produção da fábrica pois, devido ao lançamento do Iron Maiden, haverá um excedente de pedidos e faltará o produto em questão: Dito e feito”, exalta.
Quando os vendedores foram às ruas, o que se viu foi uma empresa multinacional totalmente perdida em uma avalanche de pedidos. “Foi muito engraçado perceber o despreparo e o desespero de quem não botava a mínima fé tendo que engolir em seco e reformular todas as suas programações”, ironiza Paulinho.
A prova da força da banda foi testada junto aos fãs, que àquela altura estavam tomando conhecimento do lron Maiden pela primeira vez. Walcir Chalas, proprietário da Woodstock Discos, tinha o costume de deixar o vinil tocando para ver a reação dos clientes. “Quando eu gostava de algum disco, deixava o vinil rolando direto na Woodstock, pois gostava de sentir o impacto junto ao público. Como era de se esperar, os headbangers me perguntavam sempre a mesma coisa: ‘Nossa o que é isso?’ Eu respondia com muito orgulho: Isso é Iron Maiden!”, relembra. “Trinta anos do Iron Maiden? Parece que foi ontem, pois foi graças a esse disco, que veio junto com a New Wave of British Heavy Metal, que percebi que o sonho não tinha acabado”, completa o ex-apresentador do programa Comando Metal.
Luis Carlos Calanca, proprietário de outra lendária loja de discos, a Baratos Afins, lembra que no início as poucas cópias de Iron Maiden que estavam disponíveis para a venda custaram a sair. “Havia uma curiosidade do público, mas não chegava a empolgar. As vendas ainda estavam muito tímidas. Mais tarde, em São Paulo, estava sendo inaugurada uma nova casa noturna chamada Tifon e foi lá onde ouvi pela primeira vez “The Number Of The Beast” a todo volume. Daí em diante as vendas só aumentaram a cada novo lançamento”, destaca. “Inacreditavelmente, dezenas de bandas semelhantes surgiram em todo o mundo, inclusive no Brasil! As primeiras que vi e ouvi tocando repertório do lron foram o Salário Mínimo e o Avenger, esta última que tinha uma versão bem na cola da The Number Of the Beast, que era a 999, O Número do Bob. O Bob era o Celso Barbieri, que vestia uma máscara e imitava o monstrinho do Iron”, completa.
Assim, Paulinho Heavy – o “descobridor do lron Maiden no Brasil” – foi promovido duas vezes em um único ano. “Ganhei um monte de brindes, autógrafos e agradecimentos diretamente dos caras e de todo o staff do Maiden. Em menos de seis meses, The Number Of The Beast chegou a Disco de Ouro pelas 100 mil cópias vendidas e cogitou-se trazê-Ios ao Brasil para ser efetuada a entrega no programa do Chacrinha”, conta.
Entretanto, a saída do baterista Clive Bur inviabilizou a vinda do grupo ao país para receber o prêmio da EMI, que apostava nos New Romantics, mas de uma hora para outra virou a ‘rainha do Metal no Brasil’. “De três em três meses, a EMI colocou os LPs anteriores do Iron Maiden no mercado e lançou a coleção ‘Heavy Metal Attack’, com várias bandas que estavam esquecidas no seu elenco – Helix, Great White, W.A.S.P., Queensrÿche e Icon – além de incrementar as vendas do Whitesnake, que culminou com o convite para sua participação do primeiro Rock in Rio”, esclarece.
Muito mais do que se tornar referência no Metal, a EMI, através do trabalho de Paulinho Heavy ao apostar no lron Maiden e no estilo, fez com que fosse mudada a atitude em todas as demais gravadoras. “Aleitadas pelo sucesso de vendas, elas começaram a incluir um monte de bandas de Rock em seus casts”, finaliza Paulinho Heavy.
Claustrofobia: primeiro vídeo em 360º da música “Generalized World Infection”, confira
Após lançar o aclamado álbum, Download Hatred, uma das principais bandas do Brasil, Claustrofobia, continua sua saga interminável de divulgação do ultimo disco. Com apresentações em vários estados, os músicos em sua ultima passagem por Niterói, interior do Rio de Janeiro, gravaram três vídeos ao vivo, utilizando o recurso das filmagens em 360º com imagens em 4k.
A banda acaba de disponibilizar o primeiro vídeo das gravações que ocorreram no Tellus Studio, à primeira música a ter essa nova roupagem visual foi, “Generalized World Infection”, as imagens possibilitam que o público acompanhe o seu músico predileto, ou momento mais marcante na faixa, de acordo com o gosto pessoal de cada um, nele você poderá acompanhar o desempenho individual de cada integrante da banda, sem cortes ou edição das imagens.
“Generalized World Infection” – 360º / Assista:
Vocalista e fundador da banda Claustrofobia, Marcus D’Angelo, comentou sobre esse novo formato de filmagem: “Foi muito interessante essas gravações com câmeras 360º, é um formato super moderno e acredito que seja uma boa forma de mostrar o poder de fogo dessa nova fase que estamos passando com o novo guitarrista e com objetivos renovados”.
Tellus Studio fica localizado na cidade de Niterói, atualmente é considerado como um dos mais modernos do país, sua estrutura possibilita com que os músicos gravem clipes, produzam seus álbuns, ensaiem e também é um dos redutos de grandes bandas mundiais, que ao desembarcarem no país, geralmente ensaiam e produzem materiais promocionais no Tellus Studio.
Marcus D’Angelo também fala sobre a parceria com os Tellus Studio: “Foi uma parceria muito verdadeira com o Tellus Studio e No Class Agency com captação de imagem e áudio de alta qualidade e equipamentos de primeira, bandas do Brasil, vale a pena conferir esse Studio, sem dúvidas um dos melhores e com equipe que conhece o equipamento. Tornamos-nos grandes irmãos do Underground”.
A dinâmica do clipe possibilita que o público assista como se fosse o comandante de todas as ações do clipe, com ele você consegue ver exatamente o que quer, aos que possuírem óculos de realidade virtual, irá notar que ao assistir ao clipe da música “Generalized World Infection”, o espectador terá a sensação de estar participando do clipe, sem contar que com um simples movimento da cabeça, você conseguirá mudar o ângulo das imagens.
Se você quiser levar o Claustrofobia ate sua cidade, com a tour do álbum “Download Hatred”, enviar email para:
contato@claustrofobia.com.br
Formação:
Marcus D´Angelo (Vocal/Guitar)
Douglas Prado (Guitar)
Caio D´Angelo (Drums)
Daniel Bonfogo ( Bass/Backing Vocal)
Sites relacionados – Claustrofobia:
Site: http://www.claustrofobia.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/claustrofobiaofficial/
YouTube: https://www.youtube.com/user/metalmaloka
Instagram: https://www.instagram.com/claustrofobia_official/
Twitter: https://twitter.com/metalmaloka
Credits:
Filmed by Tellus Studio
Edited by Tellus Studio
Audio Recording by Felipe Eregion (No Class Agency) and Miguel Gringo Pérez
Mixed and Mastered by No Class Agency
Tellus Studio contacts:
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